O LABIRINTO DO MUNDO DE COMENIUS OU UMA ALEGORIA DO ECLESIASTES NO SÉCULO XVII
Resumo
Jan Amos Comenius (1592-1670), educador membro da União dos Morávios, conhecido por sua obra didática, escreveu, no início dos anos 1620, o livro O Labirinto do Mundo e o Paraíso do Coração. Esse livro descreve o percurso de um Peregrino pelas diferentes ocupações do mundo para observá-las e constatar que estão todas corrompidas pela vaidade. Em desespero, o Peregrino volta-se para o Cristo e encontra os verdadeiros cristãos e suas alegrias. Essa alegoria pode ser lida, conforme este artigo propõe, como uma narrativa moderna do livro bíblico Eclesiastes, considerando: (1) que o Eclesiastes era um dos poucos livros do Antigo Testamento aceitos pela União dos Irmãos; (2) que o tema da vaidade não só está presente como é tema central em ambos; (3) que ambos os textos podem ser lidos como o trabalho de um pregador ou de um mestre; e (4) que Comenius insere Salomão (provavelmente ainda tido por Comenius como autor do Eclesiastes) na sua narrativa para denunciar a vaidade. Ao apontar para estas características, busca-se entender o lugar do livro de Comenius como uma obra de consolação e de início de seu trabalho didático.
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