FRAGILIDADE FEMININA E FORÇA MASCULINA

O CURRÍCULO DOS SEXOS EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir e analisar práticas educativas desenvolvidas durante as aulas de Educação Física, observadas durante uma pesquisa de mestrado, e, como elas normatizam o comportamento dos sujeitos em uma divisão por sexo, por meio das atividades nelas propostas. Analisa-se ainda os discursos biológico e machista que produzem marcas distintas a meninas e meninos, tanto na escola como em distintos espaços da sociedade. Foram observadas em funcionamento as táticas Brutos e Olívia, assim nomeadas, que por meio do discurso biológico utilizam e enfatizam estratégias que reforçam o binarismo entre o sexo masculino e feminino, definindo características, modos de compreender o mundo e comportamentos tidos como tipicamente masculinos ou femininos. Aos meninos demanda-se serem másculos, fortes, ágeis e destemidos, enquanto às meninas solicita-se serem comportadas, frágeis, e delicadas. Contudo, mesmo em um currículo baseado em práticas rigidamente pautadas da divisão por sexo de nascimento, também foi passível perceber, ainda que timidamente, sujeitos que não se enquadram, que escapam às normas.

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Biografia do Autor

Viviane Carvalho Fernandes, Universidade Vale do Rio Doce

Mestre em Educação, pedagoga na Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). Seus estudos concentram-se na área da educação a distância, alfabetização e letramento, ensino Superior, relações de gênero, currículo e aprendizagem significativa.

Vândiner Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutora e mestre em Educação, professora adjunta no curso de Pedagogia, no Departamento de Práticas Educacionais e Currículo e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tem realizado pesquisas e orientações sobre as questões da diferença, em especial, as discussões de gênero, no espaço escolar e na mídia.

Publicado
2018-08-31
Como Citar
Fernandes, V. C., & Ribeiro, V. (2018). FRAGILIDADE FEMININA E FORÇA MASCULINA. Notandum, (47), 61-77. https://doi.org/10.4025/notandum.47.5
Seção
Artigos