SENSIBILIDADES E IMAGINÁRIO NA OBRA DE SAINT-EXUPÉRY

DIÁLOGOS AFETIVOS ENTRE O PEQUENO PRÍNCIPE, O AVIADOR E A RAPOSA

  • Ivone Oliveira Tavernard Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara
  • Luzia Batista de Oliveira Silva Universidade São Francisco

Resumo

O artigo objetivou 'registrar' o diálogo afetivo entre o Pequeno Príncipe e a Raposa, personagens da obra de Saint Exupéry (1998). A narrativa ressalta a sensibilidade entre as personagens que se constitui como um dos mais belos diálogos da literatura infanto-juvenil do século XX. Em uma perspectiva bachelardiana (BACHELARD, 1996), o Pequeno Príncipe representa a criança adormecida, que ainda vive em cada adulto 'retratado’ simbolicamente e nos fazendo rememorar a inocência, eivada de esperança, afetividade e imaginário. A raposa simboliza a natureza “protetora”, também “tutora” da inocência, com a incumbência de ensinar lições atitudinais aos pequenos. Na frase: “o essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração” nos leva a refletir sobre o olhar que subsome todos os olhares, como o enxergar as alteridades na vida, o mirar além do que os olhos nos podem dizer anatomicamente. Fazer parte da experiência que aprende também quando observa e se vê observada por outros. Os olhos podem ver quase tudo, mas somente o coração é capaz de sentir aquilo que é o essencial das coisas. Olhar e cativar, nesse poema, imbricam-se, porque, olhar com o coração, diz o autor, pode nos remeter ao cativar, no plano da afetividade, à confiança à atenção do outro, e todo cativar induz ao comprometimento equilibrado, amoroso no sentido filosófico: é sabedoria no ver – Sofia – no viver e no aprender.

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Biografia do Autor

Ivone Oliveira Tavernard, Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara

Mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba. Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Professora da Educação Infantil, do Ensino Fundamental I e Ensino Superior. Membro do Grupo Pesquisa - Estética, Formação Superior e Infância (USF/CNPq). Docente da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara na cidade de Tatuí – São Paulo.

Luzia Batista de Oliveira Silva, Universidade São Francisco

Bacharel e Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo; Pós-doutorado em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais da PUC/SP e Pós-Doutorado em Estética e Epistemologia pela Faculdade de Filosofia da Universidade de Borgonha – Dijon/França. Docente nos Programas de Graduação e Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade São Francisco, Campus Itatiba.

Publicado
2017-12-29
Como Citar
Tavernard, I. O., & Silva, L. B. de O. (2017). SENSIBILIDADES E IMAGINÁRIO NA OBRA DE SAINT-EXUPÉRY. Notandum, (46), 45-54. https://doi.org/10.4025/notandum.46.3
Seção
Artigos