Mito-logia: Moritz e a lógica da fantasia

  • Pedro Franceschini Universidade Federal da Bahia

Resumen

Trata-se de apresentar o pensamento de Karl Philipp Moritz sobre a mitologia, tal como expresso em sua Doutrina dos deuses [Götterlehre], de 1791. Relativamente desconhecido na posteridade, o autor foi contudo apontado como importante referência do pensamento estético do período, por autores como Goethe, Schiller e Schelling. Gostaríamos de analisar o novo ponto de vista exigido por Moritz para tratar das criações mitológicas, entendidas como uma linguagem da fantasia, apartando-se das usuais interpretações alegóricas e históricas. Essa abordagem, que ressalta o sentido autônomo da mitologia, ampara-se, como defendemos, no pensamento estético desenvolvido por ele nos anos anteriores. Aqui, a reivindicação por um conceito de obra de arte perfeita e acabada em si e a noção de uma criação artística cuja força formativa se coloca até mesmo em anterioridade à representação subjetiva constituem os polos complementares de um pensamento radical sobre a autonomia da arte, o qual, não por acaso, parece encontrar sua melhor realização justamente na concepção moritziana de mitologia. Por fim, essa intricada relação entre estética e mitologia revela um novo pensar ou, se quisermos, uma nova lógica, crítica às determinações da metafísica tradicional e mais próxima ao pensamento simbólico.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Citas

Referências

Blumenberg, H. (1990). Wirklichkeitsbegriff und Wirkungspotential des Mythos. In M. Fuhrmann (Ed.), Terror und Spiel. Probleme der Mythenrezeption (p. 11-66). Paderborn, DE: Wilhelm Fink.

Boulby, M. (1979). Karl Philipp Moritz: at the fringe of genius. Toronto; Buffalo; London: University of Toronto Press.

Fontenelle, B. (1825). De l‘origine des fables (Oeuvres: Tome Quatrième). Paris, FR: Salmon, Libraire-Éditeur.

Gockel, H. (1981). Mythos und Poesie: zum Mythos begriff in Aufklärung und Frühromantik. Frankfurt am Main: Tübingen.

Goethe, J. W., Michel, C., & Dewitz, H.-G. (1993). Italienische Reise. Teil I (Sämtliche Werke, Briefe, Tagebücher und Gespräche ‒ Band XV/1). Frankfurt am Main: Deutscher Klassiker Verlag.

Guilbert, P. (1999). Welche neuzeitlichen Strategien für die Rettung der antiken Mythologie?: Vergleich von drei, Handbüchern zur Götterlehre um 1790: K. W. Ramler - Ch. H. Heyne / M. G. Hermann - K. Ph. Moritz. Goethe Yearbook, 9, 186-221.

Jaeger, C. F. W. (1830). Translator’s Preface. In K. P. Moritz (Ed.). Mythological fictions of the Greek and Romans (p. v-vi). New York, NY: Carvill.

Kerényi, K. (1955). Gedanken über die Zeitmäßigkeit einer Darstellung der griechischen Mythologie. Studium Generale, 8, 268-272.

Moritz, K. P. (2018). Schriften zur Mythologie undf Altertumskunde. Teil 2, Götterlehre und andere mythologische Schriften (M. Disselkamp, Ed.). De Gruyter. DOI: https://doi.org/10.1515/9783110545487

Moritz, K. P. (2022). Ensaios de Karl Philipp Moritz: Linguagem, arte e filosofia (J. F. Sabino, Trad.). São Paulo, SP: Editora USP.

Schelling, F. W. J. (2010). Filosofia da arte (M. Suzuki, Trad.). São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo.

Schreiber, E. (2012). The topography of modernity: Karl Philipp Moritz and the space of autonomy. Ithaca, NY: Cornell University Press.

Schrimpf, H. J. (1972) Die Sprache der Phantasie. In H. O. Burger (Ed.). Begriffsbestimmung der Klassik und des Klassischen (p. 272-305). Darmstadt, DE: Wissenschaftliche Buchgesellschaft.

Suzuki, M. (2005) A ciência simbólica do mundo. In A. Novaes. (Org.). Poetas que pensaram o mundo (p. 199-224). São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Todorov, T. (1996). Teorias do símbolo (E. A. Dobránszky, Trad.). Campinas, SP: Papirus.

Torres Filho, R. R. (2004). Ensaios de filosofia ilustrada. São Paulo, SP: Iluminuras, 2004.

Publicado
2024-12-13
Cómo citar
Franceschini, P. (2024). Mito-logia: Moritz e a lógica da fantasia. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 46(3), e73572. https://doi.org/10.4025/actascihumansoc.v46i3.73572
Sección
Filosofia