Liberdade e presciência: uma ‘difícil questão’

  • Paulo Ricardo Martines Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: ética, liberdade, vontade, teologia.

Resumo

 

O propósito desse artigo é explicitar a solução de Anselmo de Cantuária para o tema da concordância da presciência de Deus com a liberdade humana, uma discussão de acentuado recorte ético. A reflexão dialética do monge beneditino de Bec, estruturada na perspectiva da quaestio medieval, reconhece que os eventos futuros ocorrem de modo necessário enquanto que o livre-arbítrio não realiza nenhuma ação por necessidade. Anselmo reconhece o poder da vontade diante de Deus e confirma o desígnio providencial de Deus, decorrente de sua eterna sabedoria. As ações humanas são livres porque Deus as sabe de antemão, e as predestina como tais, porque ele quer que a vontade humana não seja coagida ou movida por nenhuma necessidade. Essa discussão é formulada na última obra de Anselmo, datada de 1103 e intitulada o Acordo da presciência, predestinação e graça de Deus com o livre-arbítrio.

 

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Biografia do Autor

Paulo Ricardo Martines, Universidade Estadual de Maringá
Possui doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2000), com período de especialização no Institut Catholique de Paris (ICP). Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de História da Filosofia, com ênfase em filosofia medieval, atuando principalmente nos seguintes temas: Anselmo de Cantuária, Filosofia Medieval, Vontade e Liberdade.
Publicado
2018-07-30
Como Citar
Martines, P. R. (2018). Liberdade e presciência: uma ‘difícil questão’. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 40(1), e39426. https://doi.org/10.4025/actascihumansoc.v40i1.39426
Seção
Filosofia