<b>À margem: escrita de exceção em cartas controladas pelo estado</b> - doi: 10.4025/actascilangcult.v35i2.16932
Resumo
O objetivo deste estudo é apresentar como a linguagem se materializa, enquanto um ritual que falha, no texto-carta produzido por pessoas em situação de segregação. Os conceitos teóricos de Michel Pêcheux, Eni Orlandi e outros autores serão norteadores da reflexão sobre essa escrita direcionada por uma legislação que impede, mas também autoriza o Estado a acionar seu olhar panóptico sobre esses sujeitos que, na posição de presidiários, tem o ‘direito’ de manter seu vínculo social com a sociedade extramuro. A evidência de uma língua transparente e sentido literal se desfazem diante da ilusão de completude que o Estado produz no modo como esse sujeito pode e deve escrever sua correspondência, mediante uma legislação que o norteia. Mas as falhas vão permeando esse ritual de escrita e o desejo do ‘escape’ produzem outros sentidos em um espaço que tenta controlar os movimentos desses agentes de violência que se materializam no desejo de transpor os muros e ir ao encontro do seu sonho de liberdade, via correio.
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