O sistema da transitividade no vocabulário acadêmico de artigos científicos em Português Brasileiro
Resumo
O presente artigo se propôs a analisar o sistema da transitividade instanciado pelos verbos acadêmicos mais frequentes em artigos científicos do português brasileiro, baseando-se na proposta de divisão do vocabulário de Webb e Nation (2017) e na Linguística Sistêmico-Funcional (Halliday & Matthiessen, 2014). Para atingir tal propósito, compilou-se um corpus de 12,3 milhões de palavras, contendo artigos científicos de todas as oito Grandes Áreas do conhecimento do CNPq, representativos das diferentes Áreas de Avaliação, de modo a haver variedade de amostras linguísticas suficientes para identificar os lemas verbais acadêmicos. A partir desses resultados preliminares, seguiu-se a análise desses itens sob a perspectiva da Linguística Sistêmico-Funcional. Nessa análise, observou-se que as escolhas dos tipos de processos, associados à configuração da sentença e aos tipos de participantes integrantes, refletem diretamente as características do gênero acadêmico, especificamente a escrita de artigos científicos, principalmente quanto à redação impessoal, ao maior foco nas atividades e nos procedimentos de pesquisa e à objetividade ao reportar análises e resultados. Desse modo, por meio da descrição do sistema da transitividade em verbos acadêmicos frequentes, esperou-se contribuir para uma compreensão mais aprofundada sobre a escrita acadêmica, além de avançar estudos teóricos sob diferentes perspectivas de análise com base em amostras reais da língua em uso.
Downloads
Metrics
Referências
Referências
Baker, M. (1988). Sub-technical vocabulary and the ESP teacher: an analysis of some rhetorical items in medical journal articles. Reading in a Foreign Language, 4(2), 91-105.
Berber-Sardinha, T. (2014). Looking at collocations in Brazilian Portuguese through the Brazilian Corpus. In T. B. Sardinha, & T. L. S. B. Ferreira (Eds.), Working with Portuguese corpora (p. 9-32). Londres, GB: Bloomsbury Academic.
Coxhead, A. (2000). A new academic word list. TESOL Quarterly, 34(2), 213-238. DOI: https://doi.org/10.2307/3587951
Coxhead, A. (2013). Vocabulary and ESP. In B. Paltridge, & S. Starfield (Eds.), The Handbook of English for Specific Purposes (p. 115-132). Boston, MA: Wiley-Blackwell.
Coxhead, A., & Hirsh, D. (2007). A pilot science word list for EAP. Revue Française de Linguistique Appliqueé, XII(2), 65-78.
Dang, T. N. Y., Coxhead, A., & Webb, S. (2017). The academic spoken word list. Language Learning, 67(4), 959-997. DOI: https://doi.org/10.1111/lang.12253
Durrant, P. (2016). To what extent is the Academic Vocabulary List relevant to university student writing? English for Specific Purposes, 43, 49-61. DOI: https://doi.org/10.1016/j.esp.2016.01.004
Eggins, S. (2004). An introduction to systemic functional linguistics (2nd ed.). Nova York, NY: Continuum.
Fuzer, C., & Cabral, S. R. S. (2014). Introdução à gramática sistêmico-funcional em língua portuguesa. Campinas, SP: Mercado de Letras.
Gardner, D., & Davies, M. (2014). A new academic vocabulary list. Applied Linguistics, 35(3), 305-327. DOI: https://doi.org/10.1093/applin/amt015
Halliday, M. A. K. (1985). An introduction to functional grammar. London: Edward Arnold.
Halliday, M. A. K., & Matthiessen, C. M. I. M. (2014). An introduction to functional grammar (3a ed., rev.). London, GB: Edward Arnold.
Hyland, K. (2016). General and specific EAP. In K. Hyland, & P. Shaw (Eds.), The Routledge handbook of English for academic purposes (p. 17-29). London, GB: Routledge.
Hyland, K., & Tse, P. (2007). Is there an “academic vocabulary”? TESOL Quarterly, 41(2), 235-253.
Martínez, I. A. (2001). Impersonality in the research article as revealed by analysis of the transitivity structure. English for Specific Purposes, 20(3), 227-247. DOI: https://doi.org/10.1016/S0889-4906(00)00013-2
Mendes, J. M. O. (2013). Processos verbais em artigos científicos da administração de empresas e engenharia: perspectivas sistêmico-funcionais (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Nation, I. S. P. (2001). Learning vocabulary in another language. Cambridge, GB: Cambridge University Press.
Santos, V. (2006). Vocabulário e leitura: a elaboração de uma lista de palavras de uso acadêmico em Português do Brasil (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Schmitt, N., & Schmitt, D. (2014). A reassessment of frequency and vocabulary size in L2 vocabulary teaching. Language Teaching, 4(47), 484-503.
Thompson, G. (2014). Introducing functional grammar (3rd ed.). Abingdon, GB: Routledge.
Vathanalaoha, K., & Tangkiengsirisin, S. (2018). Genre analysis of experiment-based dental research article abstracts: thai and international journals. 3L: Language, Linguistics, Literature, 24(3), 1-14. DOI: https://doi.org/10.17576/3L-2018-2403-01
Webb, S., & Nation, P. (2017). How vocabulary is learned. Oxford, GB: Oxford University Press.
Woodward-Kron, R. (2008). More than just jargon – the nature and role of specialist language in learning disciplinary knowledge. Journal of English for Academic Purposes, 7(4), 234-249. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jeap.2008.10.004
Xue, G., & Nation, I. S. P. (1984). A university word list. Language Learning and Communication, 3(2), 215-229.
Zheng, S., Yang, A., & Ge, G. (2014). Functional stylistic analysis: transitivity in English-medium medical research articles. International Journal of English Linguistics, 4(2), 12-25. DOI: https://doi.org/10.5539/ijel.v4n2p12
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.