Em terras de nativos amazônicos, nem tudo que brilha é ouro: sedução (utopia) e manipulação (distopia)
Resumo
Apresentamos o universo ficcional do amapaense Fernando Canto, como forma de evidenciar e ampliar, em uma perspectiva cruzada (hibrida) concepções políticas entre utopia e distopia. Para isso, em uma concepção histórica, problematizamos no conto O bálsamo (1995) a representação do nativo e do colonizador, nas terras dos homens de um olho só, recepcionada como a floresta amazônica brasileira. Estabelecendo um parâmetro entre sedução, manipulação e resistência, divide-se o artigo em três momentos. No primeiro, pontua-se uma dialética entre pensamento utópico e distópico, para depois situá-lo dentro da ficção narrativa. No segundo, explora-se os elementos poéticos bálsamo e seda - acolhidos como dispositivos de sedução/manipulação, o que abre possibilidade para explorar as categorias poder, opressão e controle. No último momento, aproxima-se a categoria vida nua ao processo de involução dos nativos, e na sequência anuncia-se que, naquelas terras de nativos amazônicos, dizer não fez florescer uma resistência contra narrativa/antidemocrática dos estranhos vestidos de seda. O diálogo teórico se constitui, sobretudo, a partir do pensamento de Michel Foucault, Giorgio Agamben e Teixeira Coelho.
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Referências
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