A autopercepção de bilíngues português-talian sobre o fenômeno code-switching

Uma investigação sobre alternância de línguas

  • Ariela Fátima Comiotto Universidade Federal de Santa Catarina
Palavras-chave: code-switching; Talian; bilinguismo, língua de herança.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo investigar a autopercepção de falantes bilíngues do par linguístico português-talian sobre as próprias práticas de code-switching. A prática de alternar sem esforço entre línguas é conhecida na literatura como code-switching (doravante CS). Este é um fenômeno relativamente comum entre bilíngues que conhecem e utilizam as mesmas línguas. Neste estudo, investigamos o caso dos bilíngues do par linguístico português-talian. Para tal, replicou-se o questionário Assessment of Code-Switching Experience Survey, neste trabalho denominado Questionário de Hábitos de Alternância de Língua, a um grupo composto de 19 participantes bilíngues do par linguístico português-talian residentes em uma comunidade de descendência italiana no Rio Grande do Sul. O questionário está composto por sete perguntas e verificou em que situações e com quais interlocutores é mais provável o uso de CS no grupo investigado. Por meio das respostas obtidas com os participantes do estudo, observou-se que em situações familiares e com amigos o uso de CS é mais frequente. Além disso, verificou-se por quais motivos o CS é utilizado. Constatou-se que os participantes declararam alternar entre línguas, por exemplo, quando não lembram uma palavra em uma das línguas e principalmente porque se sentem mais confortáveis utilizando português e talian alternadamente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Referências

Balthazar, L. L. (2024). Diferenças entre Italiano standard, Vêneto e Talian. http://www.letrasitaliano.ufpr.br/?page_id=137#:~:text=O%20Talian%20%C3%A9%20uma%20l%C3%ADngua,morfologia%2C%20sintaxe%20e%20l%C3%A9xico%20espec%C3%ADfico

Beatty-Martínez, A. L., Navarro-Torres, C. A., & Dussias, P. E. (2020). Codeswitching: a bilingual toolkit for opportunistic speech planning. Frontiers in Psychology, 11(1699). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.01699

Blackburn, A. (2013). M. A study of the relationship between code switching and the bilingual advantage: evidente that language use modulates neural índices of language processing and cognitive control [Dissertation of Master’s degree, University of Texas].

Bullock, B. E., & Toribio, A. J. (2009). Themes in the study of code-switching. In B. Bullock, & A. J. Toribio (Orgs.), The Cambridge handbook of linguistic code-switching (pp. 1-18). Cambridge University Press.

Butler, Y. G., & Hakuta, K. (2006). Bilingualism and second language acquisition. In T. K. Bhatia, & W. C. Ritchie. The handbook of bilingualism (pp. 114-144). Blackwell.

Certidão Talian. (2014). Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ministério da Cultura.

Clyne, M. G. (1980). Triggering and language processing. Canadian Journal of Psychology, 34(4), 400-406. https://doi.org/10.1037/h0081102

Comiotto, A. F., Mota, M. B., & Soares, E. C. (2020). Code-switching em bilíngues talian-português sob uma abordagem psicolinguística. Revista Linguagem & Ensino, 23(4), 1121-1144. https://doi.org/10.15210/rle.v23i4.18570

Dal Picol, G. (2013). A morfossintaxe na oralidade do vêneto sul-rio-grandense: perfil dialetal de comunidades rurais da região da 4ª légua, Caxias do Sul/RS [Dissertação de Mestrado em Letras, Cultura e Regionalidade, Universidade de Caxias do Sul].

Diversidade Linguística do RS: inventariar, reconhecer, salvaguardar, promover. (2018). Contribuições para um planejamento estratégico de ações para a diversidade linguística do Rio Grande do Sul. Colegiado Setorial da Diversidade Linguística do RS. https://www.ufrgs.br/projalma/wp-content/uploads/2019/03/Documento_Colegiado-Setorial-da-Diversidade-Lingu%C3%ADstica-do-RS_2018.pdf

Exploring the Wonders of Bilingualism. (2023). Official site of the Assessment of code-switching experience survey. https://pinklab.wixsite.com/acses

Grosjean, F. (2008). Studying bilinguals. Oxford University Press.

Grosjean, F. (2020). How many are we? On the difficulty of counting people who are bilingual. Psychology Today. https://www.psychologytoday.com/intl/blog/life-bilingual/201209/how-many-are-we

Guzzo, N. B. (2023). Brazilian Veneto (Talian). Journal of the International Phonetic Association, 53(3), 1167-1181. https://doi.org/10.1017/S002510032200010X

Harsch, C., & Malone, M. E. (2021). Language proficiency frameworks and scales. In P. Winke, & T. Brunfaut. The routledge handbook of second language acquisition and language testing (pp. 1-12). Routledge.

Heredia, R. R., & Altarriba, J. (2001). Bilingual language mixing: why do bilinguals code-switch? Current Directions in Psychological Science, 10(5), 164-168. https://doi.org/10.1111/1467-8721.00140

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. (2024). Pinto Bandeira, Rio Grande do Sul, Brasil. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/pinto-bandeira/panorama

Kheder, S., & Khan, E. (2019). Lexical selection, cross-language interaction, and switch costs in habitually codeswitching bilinguals. Bilingualism: Language and Cognition, 22(3), 569-589. https://doi.org/10.1017/S1366728918000500

Lei nº 414, de 20 de dezembro de 2019. (20 de dezembro de 2019). Dispõe Sobre a Cooficialização da Língua Talian, à Língua Portuguesa, no Município de Pinto Bandeira. https://leismunicipais.com.br/a/rs/p/pinto-bandeira/lei-ordinaria/2019/42/414/lei-ordinaria-n-414-2019-dispoe-sobre-a-cooficializacao-da-lingua-talian-a-lingua-portuguesa-no-municipio-de-pinto-bandeira?q=talian

Miazzo, G. (2011). Afinal, o que é "talian"? Revista Italiano UERJ, 2(1), 33-45.

Montrul, S. A. (2012) Is the heritage language like a second language?. EUROSLA Yearbook, 12(1), 1-29. https://doi.org/10.1075/eurosla.12.03mon

Montrul, S. (2015). The acquisition of heritage languages. Cambridge University Press.

Muysken, P. (1997). Code-switching processes: alternation, insertion, congruent lexicalization. In M. Pütz (Ed.), Language choices: conditions, constraints, and consequences (pp. 361-380). John Benjamins Publishing Company.

Muysken, P. (2000). Bilingual speech: a typology of code-mixing. Cambridge University Press.

Pinto Bandeira. (2024). Localização. https://bitily.me/ZrDmq

Poplack, S. (1980). Sometimes I’ll start a sentence in Spanish y termino en Espanõl: toward a typology of code-switching. Linguistics, 18, p. 581-618.

Prefeitura Municipal de Pinto Bandeira. (2014). História. https://www.pintobandeira.rs.gov.br/secao.php?id=2

Slabakova, R. (2016). Second language acquisition. Oxford University Press.

Timofeeva, P., Quiñones, I., Geng, S., Bruin, A., Carreiras, M., & Amoruso, L. (2023). Behavioral and oscillatory signatures of switch costs in highly proficient bilinguals. Nature Scientific Reports, 13, 7725. https://doi.org/10.1038/s41598-023-34895-1

Valdés Kroff, J. R., & Dussias, P. E. (2023). Production, processing, and prediction in bilingual codeswitching. Psychology of Learning and Motivation, 78, 195-237 https://doi.org/10.1016/bs.plm.2023.02.004

Wei, L. (2015). Codeswitching. In W. S.-Y Wang, & C. Sun. The Oxford Handbook of Chinese Linguistics (pp. 615-625). Oxford University Press.

Publicado
2025-04-16
Como Citar
Comiotto, A. F. (2025). A autopercepção de bilíngues português-talian sobre o fenômeno code-switching. Acta Scientiarum. Language and Culture, 47(1), e69955. https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v47i1.69955
Seção
Linguística

 

0.1
2019CiteScore
 
 
45th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.1
2019CiteScore
 
 
45th percentile
Powered by  Scopus