Variação linguística e o protagonismo dos acadêmicos de Letras: um olhar sobre as crenças linguísticas
Resumen
Ensinar sobre a Língua Portuguesa na Educação Básica é um desafio para os profissionais que se formam no curso de Letras. A despeito da publicação de documentos como a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017), vê-se que a prática em sala de aula ainda se vincula, majoritariamente, ao tradicionalismo gramatical. Assim, partindo do pressuposto de que a maneira como os professores concebem a língua pode influenciar o seu ensino na escola, objetivamos neste artigo analisar as crenças linguísticas de alunos do curso de Letras – Língua Portuguesa da Universidade Estadual de Londrina (UEL), tendo como base teórica os pressupostos da Sociolinguística Educacional (Bortoni-Ricardo, 2005) e dos estudos sobre as atitudes linguísticas (Lambert & Lambert, 1981). O percurso metodológico compreende a realização de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, na qual foi utilizado um teste de crenças linguísticas adaptado de Santos (2022). Quanto aos sujeitos da pesquisa, optamos pela inclusão de acadêmicos que estavam no primeiro e no último ano do curso, a fim de verificar o processo de (des)construção de determinadas crenças linguísticas. Em linhas gerais, os resultados comprovam que os graduandos modificam algumas dessas crenças ao longo de sua formação, principalmente no que diz respeito à correlação entre variação linguística e ensino.
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