The ‘Angel in the house’ and the ‘Hero’: mulheres e guerras em The years e Three guineas de Virginia Woolf

  • Amanda Berchez Universidade Federal de Alfenas / Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’
  • Juliana Pimenta Attie Universidade Federal de Alfenas https://orcid.org/0000-0001-9716-0331
Palavras-chave: Virginia Woolf; literatura de autoria feminina; guerra; política; life-writing.

Resumo

Dentre as diversas temáticas abordadas por Virginia Woolf ao longo de sua produção literária e ensaística, podemos situar a guerra como uma grande preocupação de seu projeto estético-literário. Houve várias ocasiões (como a palestra ‘Professions for women’ ministrada em 1931) em que foi possível traçar, dentre os argumentos de Woolf para sua investida ao patriarcado, o seguinte ponto: como a guerra é pensada por e para homens. Esse arranjo é crucial para assimilar a concepção de The years, romance de 1937 que explorou as mudanças na vida das mulheres do final do século XIX ao início da década de 30 e cujo tratamento do motivo bélico tinha entre suas orientações o questionamento da ‘vida dos grandes homens’ tal como exaltada pela História. O objetivo disso era revelar os pilares da construção de todas essas narrativas de heroísmo: mulheres tendo de abaixar a cabeça e ajoelhar-se durante séculos, servindo de espelhos que refletiam duplamente as figuras daqueles homens. À vista disso, propomos uma leitura cujo recorte compreende as personagens de Eleanor e Rose Pargiter em The years visando a evidenciar o vínculo estreito, sobretudo, em termos político-ideológicos, entre servilismo feminino (e seus corolários) e articulação bélica masculina. Para essa trajetória, a autora já nos fornece respaldo teórico-metodológico com obras como Three guineas e outros ensaios, em que tal problemática foi mais explicitamente abordada. Como acabamos adentrando também sua vida pessoal, não podemos deixar de mencionar seu próprio conceito de life-writing, isto é, relativo a abordagens que bebem de fontes biográficas. Dos vários liames e domínios implicados nessa empreitada de leitura de que não se pode apartar ética e estética, devemos destacar: os desdobramentos domésticos e cívicos da sociedade patriarcal, a relação entre hegemonia masculina e inviabilidade de paz.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Referências

Referências

Allen, J. (2010). Virginia Woolf and the politics of language. Edinburgh, UK: Edinburgh University Press.

Briggs, J. (2010). The novels of the 1930’s and the impact of history. In The Cambridge companion to Virginia Woolf. (p. 70-88). Cambridge, UK: Cambridge University Press.

Desalvo, L., & Leaska, M. (1985). The letters of Vita Sackville-West to Virginia Woolf. New York, NY: William Morrow and Company.

Dottin-Orsini, M. (1996). A mulher que eles chamavam de fatal. Rio de Janeiro, RJ: Rocco.

Froula, C. (2005). Virginia Woolf and the Bloomsbury avant-garde: war, civilization, modernity. New York, NY: Columbia University Press.

Hussey, M. (1991). Virginia Woolf and war. Syracuse, NY: Syracuse University Press.

Iodice, E. (2018). Lessons from History: The Startling Rise to Power of Benito Mussolini. The Journal of Values-Based Leadership, 11(2), p 15-45.

Leaska, M. A. (1992). The death of a novelist. The Arts in Psychotherapy, 19(1), 193-199.

Levi, P. (2016). Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro, RJ: Paz & Terra.

McNeillie, A. (2010). Bloomsbury. In S. Sellers, The Cambridge companion to Virginia Woolf (p. 1-28). Cambridge, UK: Cambridge University Press.

Orwell, G. (1951). Homage to Catalonia. London: Secker & Warburg.

Orwell, G. (2001). The road to Wigan pier. In Reading Fiction: Opening the text (p. 126-131). London, UK: Palgrave.

Orwell, G. (2005). Why I write. London: Penguin Books.

Perrot, M. (2017). Os excluídos da história (D. Bottmann, Trad.). Rio de Janeiro, RJ: Paz & Terra.

Reader, W. (2015). ‘At duty’s call’: a study in obsolete patriotism. Manchester, UK: Manchester University Press.

Snaith, A. (2000). ‘Three guineas’ letters. Woolf Studies Annual, 6(1), p. 1-12.

Terr, L. (1990). Who’s afraid in Virginia Woolf? Clues to early sexual abuse in literature. The psychoanalytic study of the child, 45(1), 533-546.

Woolf, V. (1937). The years. London, UK: The Hogarth Press.

Woolf, V. (1982). A writer’s diary: Being extracts from the diary of Virginia Woolf. Edited by Leonard Woolf. New York, NY: Harcourt.

Woolf, V. (1985). A sketch of the past. In Moments of Being (A collection of autobiographical writing). Edited by Jeanne Schulkid. Harcourt Brace.

Woolf, V. (1992a). To the lighthouse. London, UK: Palgrave Macmillan.

Woolf, V. (1992b). The Pargiters. New York, NY: The New York Public Library.

Woolf, V. (1992c). Women and Fiction (Manuscript version of A room of one’s own - edited by S. P. Rosenbaum). New Jersey: Wiley-Blackwell.

Woolf, V. (2008). Why art today follows politics. In D. Bradshaw, Selected essays (p. 245-248). Oxford, UK: Oxford University Press.

Woolf, V. (20014). Thoughts on peace in an air raid. In V. Woolf, Virginia Woolf: essays on the self (p. 126-142). Widworthy Barton, Honiton, Devon: The Notting Hill Editions.

Woolf, V. (2015). A room of one’s own & Three guineas. Oxford, UK: Oxford World’s Classics.

Woolf, V. (2019a). Mulheres e ficção (L. Fróes, Trad.). São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Woolf, V. (2019b). Profissões para mulheres. In V. Woolf, As mulheres devem chorar ou... se unir contra a guerra: patriarcado e militarismo (T. Tadeu, Trad.). São Paulo, SP: Autêntica.

Woolf, V. (2019c). The Waves. London, UK: Penguin Classics.

Publicado
2024-08-14
Como Citar
Berchez, A., & Attie, J. P. (2024). The ‘Angel in the house’ and the ‘Hero’: mulheres e guerras em The years e Three guineas de Virginia Woolf. Acta Scientiarum. Language and Culture, 46(2), e70821. https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v46i2.70821
Seção
Literatura

 

0.1
2019CiteScore
 
 
45th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.1
2019CiteScore
 
 
45th percentile
Powered by  Scopus