<b>A escrita como crime e falta em <i>La disparition
Resumo
La disparition, de Georges Perec, é um romance policial em que muito há para ser desvendado – do sumiço do protagonista, Anton Voyl, ao sumiço da vogal E, que não aparece no livro. Essa violência contra a língua é uma trapaça contra os algoritmos do sistema, logrado no interior das próprias regras de combinatória. Da mesma forma, um protagonista desaparecido vitima a narrativa no plano da expressão, criando uma ausência que se diz, paradoxalmente, não dizendo – crime performativo cometido pela literatura. O sumiço de Voyl é um buraco negro – ou lacuna em branco – que tudo traga para o desconhecido, em um romance que se estrutura a partir da ideia de falta. Isso sugere que toda possibilidade semiótica, ainda que sempre lábil, reside em um hiato, um silêncio, uma diferença no suposto continuum da língua. Nesse contexto, o presente artigo analisa como a noção semiológica de ausência pode, em negativo, potencializar reflexões sobre a própria escrita como crime e falta em La disparition.
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