FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) EM UMA PAISAGEM SUBURBANA NO NOROESTE DO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL
Resumo
A fragmentação e homogeneização de habitats decorrentes da urbanização são uma das principais causas de perda de biodiversidade mundiais. Além disso, algumas espécies de formigas invasoras são reportadas como adaptadas e prevalentes nesses ambientes. Porém, alguns estudos registram elevada diversidade de formigas para o Brasil, principalmente quando o ambiente urbano está associado a praças, parques e áreas verdes. No entanto, levantamentos da mirmecofauna no Estado do Paraná são escassos. Neste sentido, investigou-se a diversidade de formigas na Universidade Estadual do Paraná, campus de Paranavaí/PR, cuja amostragem foi do tipo direta, nas partes internas e calçamentos dos blocos prediais e por armadilhas de queda nos gramados e jardins entre os blocos, entre os meses de outubro de 2019 a fevereiro de 2020. A riqueza foi de 63 espécies/morfoespécies e o Boostrap de 68,83. Treze espécies e cinco gêneros são novos registros para o ambiente urbano do Estado do Paraná, seis espécies e seis gêneros, novos registros para o Sul do Brasil e três espécies, novos registros para o ambiente urbano brasileiro, sendo que quatro foram exóticas. O índice de Shannon-Wiener foi de 2,49, o de Simpson (1-D) de 0,84, o de Margalef de 6,87 e a abundância de 8234 indivíduos. Wasmannia auropunctata (Roger, 1863) foi a espécie mais abundante (42,76%), Pheidole Westwood, 1839 e Solenopsis Westwood, 1840 foram os gêneros mais especiosos. O modelo log-série mostrou-se adequado para descrever a estrutura das assembleias. A grande diversidade e heterogeneidade de habitats, provavelmente, sejam as responsáveis pelo padrão de riqueza e abundância observadas.
Downloads
Metrics
Referências
ALONSO, L.E.; AGOSTI, D. Biodiversity Studies, Monitoring, and Ants: An Overview. Field techniques for the study of ground-dwelling ants: an overview, description, and evaluation. In: Agosti, D. et al. (eds.). Ants: standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington D.C.: Smithsonian Institution Press, p. 1-20, 2000.
AKAIKE, H. A new look at the statistical model identification. IEEE transactions on automatic control, v. 19, n. 6, p. 716–723, 1974. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1109/TAC.1974.1100705. Acesso em: 04 out. 2021.
BACCARO, F.B. et al. Guia para os gêneros de formigas do Brasil. Manaus: Editora INPA, 2015. Disponível em: https://zenodo.org/record/32912. Acesso em: 04 out. 2021.
BESTELMEYER, B. T. et al. Field techniques for the study of ground-dwelling ants: an overview, description, and evaluation. In: Agosti, D. et al. (eds.). Ants: standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington D.C.: Smithsonian Institution Press, p. 122-144, 2000.
BODENHEIMER, F. S. Problems of animal ecology. Oxford: Oxford University Press, 1955.
BOLTON, B. A taxonomic and zoogeographical census of the extant ant taxa. Journal of Natural History, v. 29, p. 1037-1056, 1995. Disponível em: https://doi.org/10.1080/00222939500770411. Acesso em: 04 out. 2021.
BONFIM-KUBATAMAIA, E.G. et al. Parques urbanos na conservação da diversidade de formigas: estudo de caso na cidade de Mogi das Cruzes (São Paulo). In: Bueno, O.C.; Campos, A.E.C.; Morini, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, p. 363-393, 2017.
BUCZKOWSKI, G.; RICHMOND, D.S. The Effect of Urbanization on Ant Abundance and Diversity: A Temporal Examination of Factors Affecting Biodiversity. Plos One, v. 7, n. 8: e41729, 2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0041729. Acesso em: 04 out. 2021.
BUENO, O.C.; CAMPOS, A.E.C. Formigas que vivem no ambiente urbano. In: Bueno, O.C.; Campos, A.E.C.; Morini, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, p. 31-47, 2017.
BUENO, O.C.; CAMPOS, A.E.C.; MORINI, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, 2017.
BUENO, O.C.; CAMPOS-FARINHA, A.E.C. Formigas urbanas: comportamento das espécies que invadem as cidades brasileiras. Vetores; Pragas, v. 1, n. 2, p. 13-6, 1998.
BUENO, O.C.; CAMPOS-FARINHA, A.E.C. As formigas domésticas. In: Mariconi, F.A.M. (Coord.). Insetos e outros invasores de residências. Piracicaba: FEALQ, p.135-180, 1999.
CAMPOS-FARINHA, A.E.C. et al. As formigas urbanas no Brasil: retrospecto. Biológico, São Paulo, v. 64, n. 2, p. 129-133, 2002.
CZECH, B.; KRAUSMAN P.R.; DEVERS, P.K. Economic associations among causes of species endangerment in the United States. BioScience, v. 50, p. 593–601, 2000. Disponível em: https://doi.org/10.1641/0006-3568(2000)050[0593:EAACOS]2.0.CO;2. Acesso em: 04 out. 2021.
DELABIE, J.H.C. et al. Community structure of house-infesting ants (Hymenoptera: Formicidae) in Southern Bahia, Brazil. Florida Entomologist, v. 78, n. 2, p. 264-270, 1995. Disponível em: https://doi.org/10.2307/3495899. Acesso em: 04 out. 2021.
DELLA LUCIA, T.M.C. Hormigas de importancia económica en la región Neotropical. In: Fernández, F. (ed.). Introducción a las hormigas de la región Neotropical. Bogotá, Instituto Humboldt, p. 337-349, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.5281/zenodo.11738. Acesso em: 04 out. 2021.
FARNEDA, F.Z.; LUTINSKI, J.A.; GARCIA, F.R.M. Comunidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) na área urbana do município de Pinhalzinho, Santa Catarina, Brasil. Revista de Ciências Ambientais, v. 1, p. 53-66, 2007.
FEITOSA, R.M. Coleções de formigas urbanas. In: Bueno, O.C.; Campos, A.E.C.; Morini, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, p. 111-124, 2017.
FEITOSA, R.S.M.; RIBEIRO, A.S. Mirmecofauna (Hymenoptera, Formicidae) de serapilheira de uma área de Floresta Atlântica no Parque Estadual da Cantareira – São Paulo, Brasil. Biotemas, v. 18, n. 2, p. 51-71, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.5007/%25x. Acesso em: 04 out. 2021.
FERNANDES, T.T. et al. Áreas verdes urbanas: galhos na serapilheira como recurso para formigas. In: Bueno, O.C.; Campos, A.E.C.; Morini, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, p. 285-317, 2017.
GLIESSMAN, S.R. Agroecology: Ecological processes in sustainable agriculture. Flórida: CRC, 2001.
GOLIAS, H.C. et al. Diversity of ants in citrus orchards and in a forest fragment in Southern Brazil. Entomobrasilis (Vassouras), v. 11, p. 01-08, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.12741/ebrasilis.v11i1.703. Acesso em: 04 out. 2021.
HANSEN, L. et al. Urban pest management of carpenter ants. In: International conference on insects in the urban environment, 1., Cambridge. Proceedings. Cambridge, p. 271-279, 1993.
HÖLLDOBLER, B.; WILSON, E. O. The ants. Cambridge, Belknap/Harvard University, 1990.
IOP, S. et al. Formigas urbanas da cidade de Xanxerê, Santa Catarina, Brasil. Biotemas, v. 22, n. 20, p. 55-64, 2009. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7925.2009v22n2p55. Acesso em: 04 out. 2021.
KABASHIMA, J.N. et al. Aggressive Interactions Between Solenopsis invicta and Linepithema humile (Hymenoptera: Formicidae) Under Laboratory Conditions. Journal of Economic Entomology, v. 100, n. 1, p. 148–154, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1603/0022-0493(2007)100[148:aibsia]2.0.co;2. Acesso em: 04 out. 2021.
KAMURA, C.M. et al. Ant communities (Hymenoptera: Formicidae) in urban ecosystem near the Atlantic Rainforest. Brazilian Journal Biology, v. 67, n. 4, p. 635-641, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1519-69842007000400007. Acesso em: 04 out. 2021.
KASPARI, M. Introducción a la ecología de las hormigas. In: Fernández, F. (ed.). Introducción a las hormigas de la región Neotropical. Bogotá, Instituto Humboldt, p. 97-112, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.5281/zenodo.11738. Acesso em: 04 out. 2021.
LATTKE, J.E. Biogeografía de las hormigas neotropicales. In: Fernández, F. (ed.). Introducción a las hormigas de la región Neotropical. Bogotá, Instituto Humboldt, p. 65-88, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.5281/zenodo.11738. Acesso em: 04 out. 2021.
LOPES, S.A. Comunidades de formigas (Hymenoptera: Formicidae), em área urbana e em área rural da cidade de Sorocaba/SP. Revista Eletrônica de Biologia, v.2, p. 32-46, 2009.
LUDWIG, J.C.; REYNOLDS, J.F. Statistical ecology: a primer on methods and computing. John Wiley; Sons. 1988.
LUTINSKI, J.A. et al. Formigas em ambientes urbanos no sul do brasil: In: Bueno, O.C.; Campos, A.E.C.; Morini, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, p. 397-422, 2017.
MAGURRAN, A.E. Ecological diversity and its measurement. New Jersey, Princeton University Press, 1988.
MAGURRAN, A.E. Medindo a diversidade biológica. Curitiba: Editora UFPR, 2013.
MAJER, J. D. Ants: bio-indicators of minesite rehabilitation, land use, and land conservation. Environmental Management, v. 7, n.4, p. 375-383, 1983. Disponível em: https://doi.org/10.1007/BF01866920. Acesso em: 04 out. 2021.
MAY, R.M. Patterns of species abundance and diversity. In: Cody, M.L.; Diamond, J.M. (eds.) Ecology and evolution of communities. Cambridge, MA: Harvard University Press, p. 81-120, 1975.
MCKINNEY, M.L.; LOCKWOOD, J.L. Biotic homogenization: a few inners replacing many losers in the next mass extinction. Trends in Ecology and Evolution, v. 14, p. 450-453, 1999. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0169-5347(99)01679-1. Acesso em: 04 out. 2021.
MELO, T.S.; DELABIE, J.H.C. Ecologia e conservação da biodiversidade de formigas em ambientes urbanos. In: Bueno, O.C.; Campos, A.E.C.; Morini, M.S.C. (eds.). Formigas em ambientes urbanos no Brasil. São Paulo: Canal 6 Editora, p. 189-240, 2017.
MUNHAE, C.B. et al. Composition of the ant fauna (Hymenoptera: Formicidae) in public squares in southern Brazil. Sociobiology, v.53, n.2, p.1-17, 2009. https://doi.org/10.1590/1808-1657000092013. Acesso em: 04 out. 2021.
NOGUCHI, S. et al. Formigas (Hymenoptera: Formicidae) em parques urbanos na cidade de Mogi das Cruzes: comparação de técnicas de coleta. Revista Científica da UMC, v. 2, n. 1, p. 1-12, 2017.
OLIVEIRA, M. F.; CAMPOS-FARINHA, A. E. C. Formigas urbanas do município de Maringá, PR, e suas implicações. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 72, n. 1, p. p. 33-39, 2005.
PACHECO, R.; VASCONCELOS, H.L. Invertebrate conservation in urban areas: Ants in the Brazilian Cerrado. Landscape and Urban Planning, v. 81, p. 193-199, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2006.11.004. Acesso em: 04 out. 2021.
PIMENTEL, D. Environmental consequences and economic costs of alien species. In: Inderjit (ed.). Invasive Plants. Ecological and Agricultural Aspects. Birkhäuser Verlag/Switzerl, p. 269-276, 2005.
PIRES, A.S.; FERNANDEZ, F.A.S.; BARROS, C.S. Vivendo em um Mundo em Pedaços: Efeitos da Fragmentação Florestal sobre Comunidades e Populações de Animais. In: ROCHA, C.F.D. et al. (eds) Biologia da Conservação: Essências. Rima Editora, São Carlos, SP, p. 231-260, 2006.
PIVA, A.; CAMPOS-FARINHA, A.E.C. Estrutura de comunidade das formigas urbanas do bairro de Vila Mariana na cidade de São Paulo. Naturalia, v. 24, p. 115-117, 1999.
PIVA, A.; CAMPOS, A.E.C. Ant community structure (Hymenoptera: Formicidae) in two neighborhoods with different urban profiles in the city of São Paulo, Brazil. Psyche, v. 2012, p. 1-8, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2012/390748. Acesso em: 04 out. 2021.
RANDO, J.S.S. et al. Caracterização da mirmecofauna em estabelecimentos ligados à área da saúde no município de Bandeirantes, PR. Arquivos do Instituto Biológico, v.76, n. 4, p. 665-671, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1808-1657v76p6652009. Acesso em: 04 out. 2021.
R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2021. Disponível em: https://www.R-project.org/. Acesso em: 04 out. 2021.
RIVITTI, E.A. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. Rio de Janeiro: Editora Artes Médicas, 2014.
SANFORD, M.P.; MANLEY, P.N.; MURPHY, D.D. Effects of urban development on ant communities: implications for ecosystem services and management. Conservation Biology, v 23, n. 1, p. 131-141, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/j.1523-1739.2008.01040.x. Acesso em: 04 out. 2021.
SANTOS, M.N. Research on urban ants: approaches and gaps. Insectes Sociaux, v. 63, p. 359-371, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00040-016-0483-1. Acesso em: 04 out. 2021.
SCHULTZ, T.R.; MCGLYNN, T.P. The interactions of ants with other organism. In: Agosti, D. et al. (eds.). Ants: standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington D.C.: Smithsonian Institution Press, p. 35-44, 2000.
SCHWARZ, G. Estimating the dimension of a model. The annals of statistics, v. 6, n. 2, p. 461-464, 1978. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2958889. Acesso em: 04 out. 2021.
SILVA, T.F. et al. House-infesting Ants (Hymenoptera: Formicidae) in a municipality of southeastern Brazil. Sociobiology, v.54, n.1, p. 153-159, 2009.
SILVA, E.J.E.; LOECK, A.E. Ocorrência de formigas domiciliares (Hymenoptera: Formicidae) em Pelotas, RS. Revista Brasileira de Agrociência, v. 5, n. 3, p. 220-224, 1999. Disponível em: https://doi.org/10.18539/cast.v5i3.287. Acesso em: 04 out. 2021.
SILVESTRE, R.; BRANDÃO, C. R. F.; SILVA, R. R. Grupos funcionales de hormigas: el caso de los gremios del Cerrado, Brasil. In: Fernández, F. (Ed.). Introducción a las hormigas de la región Neotropical. Bogotá, Instituto Humboldt, p. 113-143, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.5281/zenodo.11738. Acesso em: 04 out. 2021.
WILKIE, K.T.R.; MÚ, A.L.; TÚ, J.F. Species diversity and distribution patterns of the ants of Amazonian Ecuador. Plos One, v. 5, n. 10, p. 1-12, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0013146. Acesso em: 04 out. 2021.
WILSON, E. O. La hiperdiversidad como fenómeno real: el caso de Pheidole. In: Fernández, F. (Ed.). Introducción a las hormigas de la región Neotropical. Bogotá, Instituto Humboldt, p. 363-370, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.5281/zenodo.11738. Acesso em: 04 out. 2021.
ZAR, J. H. Biostatistical analysis. New Jersey, Prentice Hall, p. 663, 1999.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY ): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.
