DIVERSIDADE DE FUNGOS AQUÁTICOS EM UMA LAGOA URBANA DA MATA ATLÂNTICA
Resumen
A Mata Atlântica é um dos hotspots de biodiversidade brasileiros e sofre massiva fragmentação, e até mesmo as florestas presentes em parques urbanos têm sido ameaçadas por ações antrópicas. O Parque do Ingá é um fragmento urbano de mata nativa, principal atração turística verde de Maringá e desempenha função educacional. O local abriga uma lagoa artificial, projetada para fins econômicos e recreativos, representando um ecossistema para os fungos aquáticos. Os fungos são vitais para a decomposição da matéria orgânica nos corpos hídricos, além de bioindicadores. A decomposição é um serviço ecossistêmico responsável pela ciclagem de nutrientes estabelecendo uma relação entre a vegetação ripária e a biota aquática. O trabalho teve como objetivo investigar a diversidade e a estrutura da micobiota local nos períodos de chuvas e seca. Amostras de fungos aquáticos foram coletadas nas margens do corpo central da lagoa e em suas áreas de conexão. Para a análise dos dados foram utilizados índices de diversidade biológica. Foram identificados 9 táxons nas amostras obtidas, sendo que no período de seca foi encontrada uma maior diversidade, enquanto na época de chuvas uma maior abundância. O valor de Shannon-Wiener foi 0,9 e o índice de dominância (Simpson) de Anguillospora longissima foi 0,4. Ante os índices, dados limnológicos e a relevância do parque, concluiu-se que são necessárias medidas urgentes para a restauração do ambiente, entre elas sugere-se medidas de manejo, monitoramento e conservação a serem incluídas na revisão do plano de manejo do parque.
Descargas
Metrics
Citas
ALVARES et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, no. 6, p. 711–728, 2013. < https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507 >
ALVES, G. H. Z. et al. Misguided policy may jeopardize a diverse South brazilian environmental protection area. Biota Neotrop., Campinas, v. 19, n. 1, 2019. < https://doi.org/10.1590/1676-0611-bn-2018-0574 >
BARBOSA, F. R. et al. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil, new species and records for Thozetella. Mycotaxon. v. 115, p. 327-334, 2011. < https://doi.org/10.5248/115.327 >
BÄRLOCHER, F. Research on aquatic Hyphomycetes: historical background and overview. In: F. Bärlocher, (ed.). The ecology of aquatic Hyphomycetes. Springer Verlag, Berlin, pp. 1-15, 1992a. < https://doi.org/10.1007/978-3-642-76855-2_1 >
BÄRLOCHER, F. Recent developments in stream ecology and their relevance to aquatic mycology. In: F. Bärlocher, (ed.). The ecology of aquatic Hyphomycetes. Springer Verlag, Berlin, pp. 16-32, 1992b. < https://doi.org/10.1007/978-3-642-76855-2_1 >
BRASIL. Constituição. Resolução n. 357, de 2005. Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, Brasília, DF, p. 58-63. < http://www.simae.sc.gov.br/admin/arquivos_download/resolucao-conama-n-3572005.pdf > Acesso em 18 de Fevereiro de 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Brasília: MMA, 2011. p. 76. < https://www.mma.gov.br/legislacao/areas-protegidas.html?download=1206:sistema-nacional-de-unidades-de-conserva%C3%A7%C3%A3o-snuc-e-pnap >
BORSATO, F. H.; MARTONI, A. M. Estudo da fisiologia das bacias hidrográficas urbanas no Município de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 26. n. 2. p. 273-285, 2008. < https://doi.org/10.4025/actascihumansoc.v26i2.1391 >
CHAN, S.Y.; GOH, T.K.; HYDE, K.D. In: Hyde KD, Ho WH, Pointing SB (eds) Aquatic mycology across the millennium. Fungal Diversity Press, Hong Kong, pp 89–107, 2000. < https://www.researchgate.net/profile/Teik_Khiang_Goh/publication/236589068_Ingoldian_fungi_in_Hong_Kong/data/02e7e5181c723efa4b000000/80-2000-Ingoldian-fungi-FD-5-89-107.pdf >
CHANDRASHEKAR, K.R.; SRIDHAR, K.R.; KAVERIAPPA, K.M. Aquatic hyphomycetes of a sulphur spring. Hydrobiologia. v. 218. p. 151-156, 1991. < https://doi.org/10.1007/BF00006787 >
CHAUVET, E. et al. Beyond the water column: aquatic hyphomycetes outside their preferred habitat. Fungal Ecology. v. 19. p. 112-127, 2016. < https://doi.org/10.1016/j.funeco.2015.05.014 >
CRUZ, A. C. R.; GUSMÃO, L. F. P. Fungos conidiais na Caatinga: espécies associadas ao folhedo. Acta Botanica Brasilica. v. 23. p. 999-1012, 2009a. < https://doi.org/10.1590/S0102-33062009000400010 >
CRUZ, A. C. R.; GUSMÃO, L. F. P. Fungos conidiais na Caatinga: espécies lignícolas. Acta Botanica Brasilica. v. 23. p. 1133-1144, 2009b. < https://doi.org/10.1590/S0102-33062009000400023 >
CRUZ, A. C. R.; MARQUES, M. F. O.; GUSMÃO, L. F. P. Fungos anamórficos (Hyphomycetes) da Chapada Diamantina: novos registros para o Estado da Bahia e Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 21. p. 847-855, 2007. < https://doi.org/10.1590/S0102-33062007000400009 >
DUARTE, S. et al. Copper and zinc mixtures induce shifts in microbial communities and reduce leaf litter decomposition in streams. Freshwater Biology, v. 53. p, 91-101, 2008. < https://doi.org/10.1111/j.1365-2427.2007.01869.x >
FIUZA, P. O.; GUSMÃO, L. F. P. Ingoldian fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Mycosphere, v. 4. p. 559-565, 2013. < doi.org/10.5943/mycosphere/4/6/10 >
FIUZA, P. O. et al. First records of Ingoldian fungi from the Brazilian Amazon. Brazilian Journal of Botany. v. 38. p. 615-621, 2015. < doi.org/10.1007/s40415-015-0157-7 >
FISHER, R. A.; CORBET, A. S.; WILLIAMS, C. B.; The relation between the number of species and the number of individuals in a random sample of an animal population. Journal of Animal Ecology. v. 12. p. 42-58., 1943. < https://www.jstor.org/stable/1411?seq=1#metadata_info_tab_contents >
GARCIA, J. C.; BAPTISTON, K. R. Análise do projeto de Lei 7.123/2010 “Estrada Parque Caminhos do Colono” à luz do princípio da proibição do retrocesso ambiental. Rev. Direito à Sustentabilidade, v. 1, n. 1, 2014. < http://saber.unioeste.br/index.php/direitoasustentabilidade/article/view/11052/7879 >
GOH, T. K.; HYDE, K. D. Biodiversity of freshwater fungi. Journal of Industrial Microbiology. v. 17. p. 328-345, 1996. < https://doi.org/10.1007/BF01574764 >
GÖNCZÖL, J.; RÉVAY, A. Treehole fungal communities: aquatic, aero-aquatic and dematiaceous hyphomycetes. Fungal Diversity, v. 12; p. 19-34, 2002. < http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.469.3237&rep=rep1&type=pdf >
GRAÇA, M. A. S.; BÄRLOCHER, F.; GESSNER, M. O. Methods to study litter decomposition: a practical guide. Springer Science & Business Media, 2005. 329 p.
GRAÇA, R. J.; MACHADO, M. H. Ocorrência e aspectos ecológicos de metazoários parasitos de peixes do Lago do Parque do Ingá, Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientarium. Biological Sciences, v. 29. no. 3. p. 321-326, 2007. < https://doi.org/10.4025/actascibiolsci.v29i3.507 >
HARRIGAN, G. G. et al. Anguillosporal, a new antibacterial and antifungal metabolite from the freshwater fungus Anguillospora longissima. Journal of natural products. v. 58. n. 9. p. 1467-1469, 1995. < https://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/np50123a022 >
KRAUSS G. J. et al. Fungi in freshwaters: ecology, physiology and biochemical potential. FEMS Microbiology Reviews, Rev. 35. p. 620-651, 2011. < https://doi.org/10.1111/j.1574-6976.2011.00266.x >
LECERF, A.; CHAUVET, E. Diversity and functions of leaf-decaying fungi in human-altered streams. Freshwater Biology, v. 53. p.1658-1672, 2008. <https://doi.org/10.1111/j.1365-2427.2008.01986.x>
MARINGÁ. Lei Ordinária no 10.353, de 12 de jan. de 2017. Dispõe sobre a oficialização do Parque do Ingá Prefeito Adriano José Valente como unidade de conservação na categoria Área de Relevante Interesse Ecológico, Maringá, PR, jan. 2017. < http://leismunicipa.is/nfhpv>
MARINGÁ. Prefeitura do Município de Maringá. Secretaria do Meio Ambiente. Plano de Manejo do Parque do Ingá. Maringá, PR: PMM. 2011.
MARTÍNEZ-ARROYO, A.; JÁUREGUI, E. On the environmental of urban lakes in Mexico City. Urban Ecosystems, 4 v. p. 145-166, 2000. < https://doi.org/10.1023/A:1011355110475 >
MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 6772, 853–858, 2000.
NASELLI-FLORES, L. Urban Lakes: ecosystems at risk, worthy of the best care. In: Proocedings of Taal 2007: The 12th World Lake Conference, p. 1337, 2008. < http://hdl.handle.net/10447/12690 >
OKSANEN, J. et al. vegan: Community Ecology Package. R package version 2.4-4. https://CRAN.Rproject.org/package=vegan, 2017.
R Core Team. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL https://www.r-project.org/, 2017.
SAMPAIO, A. et al. Leaf litter decomposition in western iberian forested wetlands: lentic versus lotic response. Limnectica, v. 27. p. 96-106, 2008. < http://hdl.handle.net/10400.5/5138>
SCOARIZE, M. M. R. Distribuição e diversidade de hifomicetos aquáticos em riachos Neotropicais. OceanDocs, 58 pp, 2018. <http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/4789>
SCHOENLEIN-CRUSIUS, I. H., MOREIRA, C. G.; GOMES, E. P. C. Richness of ingoldian fungi and aquatic facultative fungi in the Parque Municipal do Carmo, São Paulo, São Paulo State, Brazil. Hoehnea, (AHEAD), v. 45. n. 3. p. 379-393, 2018. < https://doi.org/10.1590/2236-8906-24/2018 >
SCHOENLEIN-CRUSIUS, I. H.; GRANDI, R. A. P. The diversity of aquatic Hyphomycetes in South America. Braz. J. Microbiol., São Paulo. v. 34. n. 3. p. 183-193, 2003. < https://doi.org/10.1590/S1517-83822003000300001 >
SCHOENLEIN-CRUSIUS, I. H.; MOREIRA, C. G.; BICUDO, D. C. Aquatic Hyphomycetes in the Parque Estadual das Fontes do Ipiranga - PEFI, São Paulo, Brazil. Rev. bras. Bot., São Paulo. v. 32. n. 3. p. 411-426, 2009. < https://doi.org/10.1590/S0100-84042009000300003 >
SOS MATA ATLÂNTICA E INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Relatório dos remanescentes florestais da Mata Atlântica, período 2008-2010, São Paulo, 2011. <https://www.sosma.org.br/wpcontent/uploads/2013/06/atlas_20112012_relatorio_tecnico_2013final.pdf >
SOLÉ, M. et al. Improved coverage of fungal diversity in polluted groundwaters by semi-nested. PCR, Science of The Total Environment. v. 406. p. 324-330, 2008. < https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2008.06.067 >
SUZUKI, S.; NIMURA, N. Relation between the distribution of aquatic Hyphomycetes in Japanese lake types. Botanical Magazine Tokyo, v. 74. p. 51-55, 1961.
TEODORO et al. Ecologia de Lutzomyia (Nyssomyia) whitmani em área urbana do município de Maringá, Paraná. Revista de Saúde Pública, p. 651-656, 2003. < https://www.scielosp.org/article/rsp/2003.v37n5/651-656/pt/#ModalArticles >
WAID, J. S. Occurence of aquatic hyphomycetes upon the root surfaces of beech grown in woodland soils. Transactions of the British Mycological Society, v. 37, p. 420-421, 1954. < https://doi.org/10.1016/S0007-1536(54)80025-8 >
WEBSTER, J.; TOWFIK, F. H. Sporulation of aquatic hyphomiycetes in relation to aeration. Transactions of the British Mycological Society, v. 59. p. 353-364, 1972. < https://doi.org/10.1016/S0007-1536(72
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY ): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.
