ASPECTOS DA ANATOMIA DOS MÚSCULOS DO OMBRO E BRAÇO DO Myrmecophaga tridactyla
Resumen
O objetivo foi descrever a anatomia dos músculos do ombro e braço do M. tridactyla, com ênfase nas suas inserções ósseas, relações topográficas, ação e inervação. Para tanto, foram dissecadas regiões de 10 membros torácicos de cinco cadáveres de M. tridactyla adultos, cedidos pelo CETAS-GO. O m. deltoide está dividido em três porções: acromial, escapular e clavicular. Os músculos supraespinhal e infraespinhal são típicos, embora o primeiro apresente uma inserção adicional no tubérculo menor do úmero. O M. redondo maior é bastante desenvolvido, origina-se na fossa escapular caudal e tem uma extensa inserção linear no úmero, o que aumenta seu poder de alavanca. O M. subescapular é largo e multipenado, mas não apresenta divisão em cabeças. O M. bíceps braquial é desenvolvido e divide-se em cabeças curta e longa, e esta última ainda apresenta uma parte superficial e outra profunda. O M. tríceps braquial é desenvolvido e dividido em três cabeças, longa, lateral e medial. Os músculos: redondo menor, coracobraquial, braquial, ancôneo, anconeoepitroclear e tensor da fáscia antebraquial (M. dorsoepitroclear) são típicos. Participaram da inervação destes grupos musculares os nervos supraescapular, subescapular, axilar, radial, musculocutâneo e ulnar. Pode-se concluir que as adaptações osteomusculares das regiões abordadas favorecem a força em detrimento à velocidade e estão diretamente relacionadas ao hábito fossorial do M. tridactyla. Sua anatomia remete àquela dos demais membros da super ordem Xenarthra, em especial a do Tamandua tetradactyla e o Dasypus novemcinctus texanus, que também apresentam hábito fossorial, em detrimento ao Choloepus didactylus, cujo hábito é exclusivamente arborícola.
Descargas
Metrics
Citas
AVERSI-FERREIRA, T. A. et al. Anatomia comparativa dos nervos do braço de Cebus apella. Descrição do músculo dorsoepitroclear. Acta Science Biological Science. v.27, n.3, p 291-296, 2005. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciBiolSci/article/view/1338
CRIBILLERO, N.; SATO, A.; MILUSKA, N. M. Anatomía macroscópica de la musculatura del miembro anterior del mono machínblanco (Cebusalbifrons) Revista de Investigaciones Veterinarias Del Peru. v.20, n.2, p.143-153, 2009. Disponível em: http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext;pid=S1609-91172009000200001
DAWKINS, R. Xenarthros. In: DAWKINS, R. A Grande História da Evolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 792 p.
FISHER, R. E.; SCOTT, K.; NAPLES, V. L. Forelimb Myology of the Pygmy Hippopotamus (Choeropsisliberiensis). The Anatomical Record. v.290, p.673-693, 2007. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ar.20531
GARDNER, A. L. Order Pilosa. In: WILSON, D. E.; REEDER, E D. M. Mammal Species of the World. Baltimore: Johns Hopkins University Press. v.1, p.100-103, 2005.
GETTY, R. Anatomia dos Animais Domésticos. 5ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, v.1 e 2; 1986. 2000 p.
HANINEC, P. et al. Development and Clinical Significance of the Musculus Dorsoepitrochlearis in Men. Clinical Anatomy. v.22, p.481-488, 2009. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19373904
INTERNATIONAL COMMITTEE ON VETERINARY GROSS ANATOMICAL NOMENCLATURE. Nomina Anatomica Veterinaria. 6. ed., Editorial Committee: Hannover, Ghent, Columbia, Rio de Janeiro: Editorial Committee, 2017. 178p.
KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos Animais Domésticos. Texto e atlas colorido. Órgão e sistemas. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 824p.
MILES, S. S. The Shouder of the Armadillo. Journal of Mammalogy. v.22, n.2, p.157-169, 1941.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 1136p.
MOORE, A. L. et al. Architectural specialization of the intrinsic thoracic limb musculature of the american badger (Taxideataxus). Journal of Morphology. v.274, n.1, p.35-48, 2013. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22987341
NYAKATURA, J.; FISCHER, M. S. Three‐dimensional kinematic analysis of the pectoral girdle during upside‐down locomotion of two‐toed sloths (Choloepus didactylus, Linné 1758), Zoology. v.7, n.21, p.1-16, 2010. Disponível em: http://www.frontiersinzoology.com/content/7/1/21doi:10.1186/1742-9994-7-21
RODRIGUES, M. C. et al. Amputação do membro pélvico de tamanduá-mirim (Tamanduatetradactyla): relato de caso. Ciência Animal Brasileira. v.10, n.1, p.330-334, 2009. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/view/1147/4602
SANTOS, A. C. et al. Miologia comparada do membro torácico do mão pelada (Procyoncancrivorus, Cuvier, 1798). Revista Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia de Uruguaiana. v.17, n.2, p.262-275, 2010a. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fzva/article/view/7887
SANTOS, A. C. et al. Morfologia dos músculos do ombro, braço e antebraço do quati (Nasuanasua, Linnaeus, 1758). Revista Biotemas. v.23, n.3, p.167-173, 2010b. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/viewFile/16016/14518
SCHALLER, O. Nomenclatura anatômica veterinária ilustrada. 1. ed. São Paulo: Manole, 1999. 576 p.
SESOKO, N. F. et al. Gross anatomy and surgical approach to the humeral shaft in giant anteater (Myrmecophaga tridactyla) Journal of Zoo and Wildlife Medicine. v.47, n.3, p.790–796, 2016. https://bioone.org/journals/journal-of-zoo-and-wildlife-medicine/volume-47/issue-3/2015-0236.1/GROSS-ANATOMY-AND-SURGICAL-APPROACH-TO-THE-HUMERAL-SHAFT-IN/10.1638/2015-0236.1.full
SOUZA, P. R. Anatomia dos músculos do ombro, braço e plexo braquial do Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla, Linnaeus, 1758). 2013. 75 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal) – Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2013.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY ): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.
