INTOXICAÇÕES EXÓGENAS POR COSMÉTICOS NO BRASIL
Resumen
Este estudo objetivou identificar o perfil epidemiológico das vítimas de intoxicação exógena por cosméticos no Brasil entre 2019 e 2023 e analisar fatores associados, como faixa etária, circunstâncias da exposição e classificação final dos casos. Analisaram-se 8.705 notificações compulsórias de intoxicações exógenas relacionadas a cosméticos do SINAN (DATASUS), processadas com TabWin e Excel. A estatística descritiva foi realizada utilizando frequências absolutas e relativas. O teste t de Student foi utilizado para comparação de médias de idade entre os sexos e para medidas de associação, utilizou-se o Qui-quadrado de Pearson, considerando p-valor<0,05. A maioria das vítimas era do sexo feminino (70,8%), com maior incidência nas faixas etárias de 20 a 39 anos (28,7%) e de 1 a 4 anos (26,2%). A média de idade das mulheres foi de 26,04 anos, enquanto a dos homens foi de 15,64 anos, com diferença significativa de 10,4 anos (p<0,001). A maioria das vítimas se identificou como parda (47,0%). A maior parte das intoxicações ocorreu em residências (63,8%) e a principal circunstância foi acidental (52,2%). A via de exposição mais comum foi a digestiva (40,2%) seguida pela via cutânea – pele e anexos (29,2%). Em termos de evolução, 74,4% das vítimas apresentaram cura sem sequela, 1,1% dos casos houve cura com sequela, e 0,2% de óbitos por intoxicação, 7,7% perderam o seguimento e 16,6% tiveram a evolução ignorada. As análises mostraram associações significativas entre faixa etária e circunstância da exposição (p<0,001), e entre faixa etária e classificação final dos casos (p<0,001). Esses achados sublinham a importância da farmacovigilância na monitorização e resposta a eventos adversos, informando políticas de segurança de produtos e regulamentações, destacando a necessidade de estratégias preventivas específicas para diferentes grupos etários, contribuindo assim para a proteção da saúde pública e melhoria dos desfechos para as vítimas de intoxicação.
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Citas
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