Estratégias de coping de mulheres com diagnóstico de endometriose
Resumo
Objetivo: conhecer estratégias de adaptação (coping) utilizadas por mulheres com diagnóstico de endometriose. Metodologia: pesquisa descritiva, qualitativa, realizada em ambiente virtual através do GoogleMeet®. Entre janeiro e março de 2021, foram realizadas 20 entrevistas gravadas com mulheres brasileiras com diagnóstico, cirúrgico ou não, de endometriose, entre 18 e 47 anos, e que participavam de grupos fechados do Facebook®. As entrevistas foram transcritas para análise de conteúdo temática, conduzida com auxílio do software Atlas.ti8. Resultados: As estratégias focalizadas no problema foram (auto)controle com tratamento medicamentoso e cirúrgico. Ademais, estratégias como relaxamento durante os sintomas, hábitos alimentares com a dieta anti-inflamatória, atividade física e terapias naturais. As focalizadas na emoção foram autoconhecimento e busca por informações, autocuidado, mentalização positiva, respeito ao tempo e processos vividos e participação em grupos virtuais sobre endometriose. Ressalta-se ainda, em algumas falas, a desistência diante da luta contra a endometriose, assumindo postura passiva, afastamento da vida social e profissional. Considerações finais: sugere-se que o enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar, combine cuidados integrais com abordagens tradicionais e holísticas para alívio de sintomas e bem-estar. Ademais, fomentar a criação de redes de apoio para fortalecimento e tomada de decisões, considerando os determinantes sociais e o desejo da mulher.
Downloads
Referências
World Health Organization – WHO. Endometriosis, 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/endometriosis
Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da atenção básica: saúde das mulheres. Brasília: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa; 2016. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
Brilhante AV, Oliveira LA, Lourinho LA, Manso AG. Narrativas autobiográficas de mulheres com endometriose: que fenômenos permeiam os atrasos no diagnóstico?. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 2019;29:1-18. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290307
International working group of AAGL, ESGE, ESHRE and WES, Tomassetti C, Johnson NP, Petrozza J, Abrao MS, Einarsson JI, Horne AW, Lee TT, Missmer S, Vermeulen N, Zondervan KT. An international terminology for endometriosis, 2021. Human Reproduction Open. 2021;2021(4):295-304. DOI: https://doi.org/10.52054/FVVO.13.4.036
Lazarus R, Folkman S. Stress, appraisal, and coping. New York: Springer Publishing Company:1984.
Miguel SA, da Silva AJ, Nasser BP, Oliveira IS, Ferreira NC, Rosa WD, Lenza ND, Mariutti-Zeferino MG. Conhecimento e vivência de mulheres com endometriose. Revista Contemporânea. 2023;3(3):1997-2016. DOI: https://doi.org/10.56083/RCV3N3-046
Roomaney R, Kagee A. Salient aspects of quality of life among women diagnosed with endometriosis: A qualitative study. Journal of health psychology. 2018;23(7):905-16. DOI: https://doi.org/10.1177/1359105316643069
Silva CM, Cunha CF, Neves KR, Mascarenhas VH, Caroci-Becker A. Experiences of women regarding their pathways to the diagnosis of endometriosis. Escola Anna Nery. 2021;25:1-9. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0374
Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14a ed. São Paulo: Hucitec: 2014.
Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70: 2011.
Márki G, Vásárhelyi D, Rigó A, Kaló Z, Ács N, Bokor A. Challenges of and possible solutions for living with endometriosis: a qualitative study. BMC women's health. 2022;22(1):1-11. DOI: https://doi.org/10.1186/s12905-022-01603-6
Lima MM, de Oliveira Alvim HG. Riscos da automedicação. Revista JRG de Estudos Acadêmicos. 2019;2(4):212-9.
Barbosa AS, Blanch GT. Analise da influência de determinados alimentos no controle da endometriose e os pontos positivos e negativos do tratamento medicamentoso: uma revisão narrativa. Research, Society and Development. 2021;10(15):1-11. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22428
Snyder SR, Sharif MM, Snyder GE. Need-Based Holistic Treatments for Endometriosis in Women. Int J Women’s Health Care. 2020;5(1):29-34.
Silva GK, Sousa IM, Cabral ME, Bezerra AF, Guimarães MB. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares: trajetória e desafios em 30 anos do SUS. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 2020;30(1):1-25. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300110
O’Hara R, Rowe H, Fisher J. Self-management in condition-specific health: a systematic review of the evidence among women diagnosed with endometriosis. BMC women's health. 2019;19(1):1-9. DOI: https://doi.org/10.1186/s12905-019-0774-6
Diniz FR, Ceolin T, Oliveira SG, Cecagno D, Casarin ST, Fonseca RA. Práticas integrativas e complementares na atenção primária à saúde. Cienc Cuid Saude. 2022;21:1-9.
Baetas BV, Bretas BV, Maziviero CM, de Moraes GZ, Rodrigues LT, Zanluchi A, de Souza Júdice WA. Endometriose e a qualidade de vida das mulheres acometidas. Revista Eletrônica Acervo Científico. 2021;19:1-8. DOI: https://doi.org/10.25248/reac.e5928.2021
Rodrigues LA, Almeida SA, Ferreira GN, Nunes EF, Avila PE. Analysis of the influence of endometriosis on quality of life. Fisioterapia em Movimento. 2022;35:1-8. DOI: https://doi.org/10.1590/fm.2022.35124
Inocente G, Gonzáles GO, Soares MR, Botão RB. Análise do Comportamento e endometriose: Proposta de análise e de intervenção em grupo1. In Luzia JC, Gamba J, Kiene N, Gil SRSA (Org). Psicologia e Análise do Comportamento: pesquisa e intervenção. Londrina: UEL. 2019.
Donatti L. O lado emocional da endometriose. Editora Appris; 2021 Mar 17.
Donatti L, Malvezzi H, Azevedo BC, Baracat EC, Podgaec S. Cognitive behavioral therapy in endometriosis, psychological based intervention: A systematic review. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44:295-303. DOI: https://doi.org/10.1055/s-0042-1742406.
Copyright (c) 2024 Ciência, Cuidado e Saúde

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.