Uso da máscara N95 por trabalhadores de enfermagem expostos à fumaça cirúrgica

  • Caroline Manoel Netto Universidade Estadual de Londrina
  • Helenize Ferreira Lima Leachi Universidade Estadual de Londrina
  • Nathanye Crystal Stanganelli Universidade Estadual de Londrina
  • Aline Franco da Rocha Universidade Estadual de Londrina
  • Renata Perfeito Ribeiro Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Dispositivos de Proteção Respiratória, Equipamento de Proteção Individual, Poluentes Ocupacionais do Ar, Enfermagem do Trabalho, Pessoal de Saúde

Resumo

Objetivo: verificar os desconfortos apresentados por trabalhadores que necessitam utilizar a máscara N95 durante as suas atividades laborais. Método: pesquisa descritiva com delineamento transversal, desenvolvida no Centro Cirúrgico de um hospital de ensino localizado na região Sul do Brasil, no período de junho a agosto de 2019, durante o turno de trabalho diurno. Realizou-se o estudo com os profissionais de enfermagem que estavam expostos à fumaça cirúrgica no período de trabalho. Para a coleta dos dados, utilizou-se um instrumento com detalhamento sociodemográfico e ocupacional dos participantes e entregou-se uma máscara N95 aos profissionais para ser utilizada durante a cirurgia, a fim de verificar o tempo de uso da N95 e os motivos pelos quais os trabalhadores retiraram a máscara durante o ato anestésico-cirúrgico. Resultados: o maior número de trabalhadores (27,7%) utilizou a máscara até 3 horas durante o ato anestésico-cirúrgico, sendo que esse tempo foi relacionado com algumas queixas (p=0,037), tais como incômoda (27,8%), apertada (44,4%) eenjoo (5,6%). A retirada da máscara N95 (p=0,022) por esses profissionais antes do término da cirurgia foi relacionada a essas queixas. Conclusão: os trabalhadores apresentam queixas, como desconforto, máscara apertada e enjoo, sendo que estas estão relacionadas com o tempo de uso, o que precisa ser avaliado por gestores para a utilização da N95.

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Biografia do Autor

Caroline Manoel Netto, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, PR, Brasil. 

Helenize Ferreira Lima Leachi, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Londrina, PR, Brasil. 

Nathanye Crystal Stanganelli, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira do Hospital do Câncer de Londrina. Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina. Londrina, PR, Brasil.

Aline Franco da Rocha, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina. Londrina, PR, Brasil. 

Renata Perfeito Ribeiro, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Pós-Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina. Londrina, PR, Brasil. 

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Publicado
2021-11-01
Como Citar
Manoel Netto, C., Ferreira Lima Leachi, H., Crystal Stanganelli, N., Franco da Rocha, A., & Perfeito Ribeiro, R. (2021). Uso da máscara N95 por trabalhadores de enfermagem expostos à fumaça cirúrgica. Ciência, Cuidado E Saúde, 20. https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v20i0.55482
Seção
Artigos originais