Dilemas de representação na carreira e obra de Emilio Fernández

Abstract

O presente artigo analisa os dilemas de representação na carreira e obra do ator e diretor mexicano Emilio “El Indio” Fernández a partir dos melodramas Flor Silvestre (1942), Las Abandonadas (1945), Pueblerina (1949) e especialmente Maria Candelária (1944) e La Perla (1947). Na disputa pela formulação de uma iconografia nacional através do cinema, os filmes de Fernández foram pioneiros na inserção da experiência indígena e na inclusão de debates sobre justiça social. No entanto, por outro lado, esse avanço é marcado por inúmeras contradições, tais como uma naturalizada violência de gênero e o fortalecimento de conservadores modelos de masculinidade.

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Autor/innen-Biografie

Rodrigo Almeida, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal-RN, BR

Professor Adjunto do Departamento de Comunicação Social e Coordenador do Curso de Comunicação Social - Audiovisual da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Pesquisador, curador, escritor, cineasta, fotógrafo. Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Bolsista Facepe), com passagem pela Universitat de Barcelona (2015, Bolsista Capes), Rodrigo Almeida é um dos administradores da página Saquinho de Lixo e membro-fundador do coletivo independente queer Surto & Deslumbramento. Foi curador do Janela Internacional de Cinema do Recife (2009 - 2017), da Mostra Canavial de Cinema (2014), assim como da Antologia do Cinema Pernambucano (2012-2015), do Recifest (2017) e da mostra Brasil Distópico (2017). Foi o criador do Cineclube Dissenso (2008-2014) e atuou como crítico de arte da Folha de Pernambuco por dois anos (2010 - 2011). Rodrigo é diretor dos premiados curtas-metragens "Casa Forte" (2013), "Como era gostoso meu cafuçu" (2015) e "O nascimento de Helena"(2021), exibidos e premiados em diversos festivais nacionais e internacionais, além de ter desenvolvido coletivamente as videoinstalações "Memelito" (2019), exibida na exposição "À Nordeste", no SESC 24 de maio e "🦋🌎👁👄👁✨💦" (2021), exibida na exposição Língua Solta, no Museu da Língua Portuguesa. Também já atuou como consultor de roteiro, diretor de fotografia, entrevistador, ator e montador em outras produções entre filmes e séries. Ele costuma publicar ensaios e artigos sobre cinema em revistas acadêmicas e catálogos de mostras / festivais, é autor do livro "O Cinema e seu testamento" (2016), dos e-books "Rasgos Culturais: Consumo Cinéfilo e o Prazer da Raridade" (2011) e "O amargo obituário do cinema pernambucano" (2019) e organizador da coletânea de artigos "Cinema e Memória" (2013). Em 2016, participou durante oito meses do Laboratório de Criação Audiovisual do Porto Iracema, com o projeto de roteiro de longa-metragem "Trevosas da Tijuca". Rodrigo foi selecionado pelo Programa Rumos Itaú Literatura 2007/2008, já publicou vários contos e crônicas em coletâneas literárias e no final de 2012 foi um dos vencedores do 6º Concurso de Fotografia Pernambuco Nação Cultural, promovido pela Secretaria de Cultura e Fundarpe. Além disso, foi professor da Faculdade Joaquim Nabuco durante três anos (2010-2013), ministrou cursos na área de cinema desde 2010, como o módulo cinematográfico do programa Cultura Contemporânea da Fundação Joaquim Nabuco em Aracaju e em Rio Branco (2010), assim como de Roteiro, Crítica de Cinema e História do Cinema no Recife e outras cidades (2014). Sua pesquisa atualmente perpassa as relações entre imagem, história e memória; morte e imagem e linguagens contemporâneas da imagem.

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Filmografia

Corazón Bandolero (México, 1934), de Raphael J. Sevilla

Janitzio (México, 1935), de Carlos Navarro

Redes (México, 1934-1936), de Emilio Gomez Muriel e Fred Zinnemann

Adiós Nicanor (México, 1937), de Rafael E. Portas

A Noite dos Maias (México, 1939), de Chano Urueta

La isla de la pasión (México, 1942), de Emilio Fernández

Soy puro mexicano (México, 1942), de Emilio Fernández

Doña Bárbara (México, 1943), de Fernando de Fuentes

Flor Silvestre (México, 1943), de Emilio Fernández

Maria Candelária (México, 1944), de Emilio Fernández

La Perla (México, 1945), de Emilio Fernández

Las Abandonadas (México, 1945), de Emilio Fernández

Pueblerina (México, 1949), de Emilio Fernández

Doña Diabla (México, 1949), de Tito Davison

La Negra Angustias (México, 1950), de Matilde Landeta

Cinema de Lágrimas (Brasil/México, 1995), de Nelson Pereira dos Santos

Veröffentlicht
2024-02-19
Zitationsvorschlag
Almeida, R. (2024). Dilemas de representação na carreira e obra de Emilio Fernández. Dialogos, 27(3), 24-48. https://doi.org/10.4025/dialogos.v27i3.68155