A visão de instituições e desenvolvimento econômico a partir de Acemoglu:
uma análise crítica a partir de estudos regionais aplicados ao Brasil
Resumen
O crescimento econômico de regiões depende das instituições e as instituições, ao mesmo tempo, são uma medida do crescimento econômico. A contribuição pretendida por este artigo é reunir e propor uma organização de ideias dispersas no tema “instituições e crescimento econômico”, com foco nos estudos de Daron Acemoglu e coautores. Assim, o artigo busca comparar sua análise com a de outros autores institucionalistas, e evidenciar a relevância acadêmica a partir de uma síntese de estudos no âmbito regional brasileiro que utilizaram sua metodologia empírica. Passando às aplicações a regiões, estados e municípios brasileiros, o artigo mostra que a evolução das desigualdades regionais brasileiras tem raízes históricas e, sobretudo, institucionais, e a análise a partir de elementos teóricos como instituições de facto e de jure, e da distinção entre instituições inclusivas e extrativas, evidencia a importância da análise de Acemoglu e coautores para o entendimento de aspectos fundamentais do desenvolvimento regional brasileiro.
Descargas
Citas
ACEMOGLU, D.; S. JOHNSON; ROBINSON, J. The colonial origins of comparative development: an empirical investigation, American Economic Review, v. 95, n. 5, p. 1369-1401, 2001.
ACEMOGLU, D.; JOHNSON, S.; ROBINSON, J. Reversal of fortune: geography and institutions in the making of the modern world income distribution. The Quarterly Journal of Economics, v. 117, n. 4, p. 1231-1294, 2002.
ACEMOGLU, D.; ROBINSON, J. Por que as nações fracassam? As origens do poder, da prosperidade e da pobreza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
ACEMOGLU, D.; ROBINSON, J. The role of institutions in growth and development. Review of Economic and Institutions, v. 1, n. 2, 2010. DOI: http://dx.doi.org/10.5202/rei.v1i2.14.
ACEMOGLU, D.; GALLEGO, F.; ROBINSON, J. Institutions, human capital, and development. Annual Review of Economics, v. 6, 2014. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-economics-080213-041119.
ACEMOGLU, D.; JOHNSON, S.; ROBINSON, J. Institutions as the fundamental cause of long run growth. In: AGHION, P.; DURLAUF, S. (eds.). Handbook of economic growth. v. 1-A. North Holand: Elsevier, 2005. cap. 6.
BARROS, A. R. Desigualdades regionais no Brasil: natureza, causas, origens e soluções. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
CAVALCANTE, C. M. Estado, instituições e desempenho econômico: os olhares de North, Chang e Evans. Revista de Desenvolvimento Econômico, v. 3, n. 47, dezembro de 2020, p. 378-403.
CHANG, H-J. Understanding the Relationship between Institutions and Economic Development – Some Key Theoretical Issues. In: WIDER JUBILEE CONFERENCE, 2005, Helsinki. Proceedings… Helsinki, 2005. (Mimeo).
CHANG, H-J. Institutions and economic development: theory, policy and history. Journal of Institutional Economics, v. 7, n.4, p. 473-498, 2011. DOI: https://doi.org/10.1017/S1744137410000378.
CHANG, H-J.; EVANS, P. The Role of Institutions in Economics. In: DYMSKI, G.; DA PAUL, S. (Ed.) Re-imagining Growth. London: Zed Press, 2005. (Mimeo).
CONCEIÇÃO, O. A. C. Os antigos, os novos e os neo-institucionalistas: há convergência teórica no pensamento institucionalista? Análise Econômica, v. 19, n.36, p. 25-46, 2001. DOI: https://doi.org/10.22456/2176-5456.10664.
DURLAUF, S. Institutions, development, and growth: where does evidence stand? In: BALAND, J-M.; BOURGUIGNON, F.; PLATTEAU, J-P.; VERDIER, T. (eds.). The handbook of economic development and institutions. Princeton University Press: Princeton, 2020.
EVANS, P. Instituiciones y desarollo en la era de la globalización neoliberal. Bogotá: ILSA, 2007.
EVANS, P. Autonomia e Parceria: Estados e transformação industrial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004.
FUNARI, P. P. P. Inequality, institutions, and long-term development: a perspective from Brazilian regions. In: BÉRTOLA, L.; WILLIAMSON, J. (eds.). Has Latin America inequality changed direction? Looking over the long run. Cham, Switzerland: Springer, 2017. p. 113-142.
GARCIA, Renato de Castro; SERRA, M. A.; MASCARINI, SUELENE; SANTOS, A. P.; MODOLO, L.; SILVA, D. S. Mensurando a qualidade do governo regional: proposta metodológica e aplicação para o Brasil. Análise Econômica (UFRGS), v. 41, 2023.
LEÃO, L.; RIBEIRO, H. M. D.; BASTOS, S. Q. A.; HERMETO DE OLIVEIRA, A. M. Indicador de desenvolvimento institucional municipal: impactos sobre a economia dos municípios brasileiros. Estudos Econômicos, v. 50, n. 4, p. 733-766, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/0101-41615046lhsa.
LEIVAS, P. H. S.; MENEZES, G. R.; CRAVO, T. A.; SANTOS, A. M. A. A geografia das instituições: uma abordagem espacial para os municípios brasileiros. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, v. 9, n. 2, p. 169-185, 2015.
LEWIS, A. The Theory of Economic Growth. Homewood, Ill.: Irwin, 1955.
LOPES, H. C. Instituições e crescimento econômico: os modelos teóricos de Thorstein Veblen e Douglass North. Revista de Economia Política, vol. 33, nº 4 (133), p. 619-637, outubro-dezembro/2013.
MÉNARD, C.; SHIRLEY, M. The future of new institutional economics: from early intuitions to a new paradigm? Journal of Institutional Economics, v. 10, n. 4, p. 541-565, 2014. DOI: https://doi.org/10.1017/S174413741400006X.
MENDES, M. Reformas, políticas públicas de qualidade e a desigualdade regional. Centro de Gestão e Políticas Públicas/INSPER, Policy Paper nº 67, setembro de 2022. Disponível em:
NAKABASHI, L. A importância da qualidade institucional no desenvolvimento das regiões brasileiras. Revista Brasileira de Economia, v. 74, n. 4, p. 465-493, 2020. DOI: https://doi.org/10.5935/0034-7140.20200022.
NAKABASHI, L.; PEREIRA, A. E. G. Factors of production, productivity, institutions, and development: evidence from Brazil. Review of Development Economics, v. 27, n. 2, p. 1034-1055, 2023. DOI: https://doi.org/10.1111/rode.12975.
NORTH, D. C. Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
NORTH, D. C. Custos de Transação, Instituições e Desempenho Econômico. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1994.
NIQUITO, T. W.; RIBEIRO, F. G.; PORTUGAL, M. S. Institutions or human capital: which is more important for economic performance? Evidence from Brazil. Economic Bulletin, v. 38 (2), p. 1069–1076, 2018.
PEREIRA, H.; ROMERO, J.; MEDEIROS, V. Kaldor-Verdoorn's law and institutions: evidence from Brazilian municipalities. Cambridge Journal of Economics, v. 45, p. 511-536, 2021. DOI: https://doi.org/10.1093/cje/beaa057.
RIBEIRO, H. M. D.; BASTOS, S. Q. A.; OLIVEIRA, A. M. H. C. Arranjos institucionais e desenvolvimento: uma análise multivariada e espacial para municípios de Minas Gerais. Análise Econômica, v. 35, p. 231-262, 2017. DOI: https://doi.org/10.22456/2176-5456.47686.
ROS, J. Rethinking economic development, growth, and institutions. Oxford: Oxford University Press, 2013.
SANTANA, A. S.; BARRETO, R. C. Qualidade institucional e desempenho econômico: análise empírica dos municípios brasileiros, 2010. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, v. 10, n. 2, p. 253-271, 2016.
SPITHOVEN, A. Similarities and dissimilarities between Original Institutional Economics and New Institutional Economics. Journal of Economic Issues, v. 53:2, p. 440-447, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/00213624.2019.1594532.
SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE). Uma política de desenvolvimento econômico para o Nordeste. Estudo elaborado pelo Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste. 1ª Ed. em 1959. Disponível em:
SUZUKI, W.; LAURINI, M.; NAKABASHI, L. Spatial heterogeneities, institutions, and income: evidence for Brazil. Papers in Regional Science, v. 101 (3), p. 537-571, 2022. DOI: https://doi.org/10.1111/pirs.12666.
VEBLEN, T. A Teoria da Classe Ociosa: Um Estudo Econômico das Instituições. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (1912).
VEBLEN, T. The Place of Science in Modern Civilization and Other Essays. New York: Huebsch, 1919.
Derechos de autor 2025 A Economia em Revista - AERE

Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0.

