Simplificações tributárias e a importância da COFINS para o orçamento da seguridade social no Brasil: uma análise para o período 2010 a 2019
Résumé
Objetivo: Na década de 2010, diferentes propostas de reforma tributária emergiram no Congresso Nacional com intuito de simplificar tributos sobre o consumo por meio da criação de um imposto único - Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Tal resolução, porém, pode impactar de sobremaneira os impostos vinculados aos gastos da seguridade social, como a COFINS.
Método: A partir de um modelo de Vetores Autorregressivos (VAR) o presente trabalho avaliou como os gastos relativos ao Orçamento da Seguridade Social (OSS) responderam às variações dos impostos vinculados com enfoque na CONFINS.
Originalidade/Relevância: A partir das estimativas do modelo VAR, entre janeiro de 2010 a novembro de 2019, o presente estudo contribui ao avaliar a resposta do OSS à uma redução permanente da COFINS.
Resultados: Observou-se que as despesas de saúde e assistência social são as que mais dependem dos tributos vinculados. Mais especificamente, a perda da CONFINS, sem que se estabeleça novas vinculações, pode ocasionar um grave processo de redução da proteção social pública no Brasil.
Contribuições teóricas/metodológicas/práticas: Diante de uma desvinculação da COFINS, no limite, as ações do OSS seriam severamente reduzidas, ou mesmo, extintas.
Téléchargements
Références
CARDOSO, Oscar Valente. Inovações da Lei nº 12.470/2011: Contribuições, Dependentes, Salário-Maternidade e Benefício Assistencial. Revista Síntese Direito Previdenciário, v. 10 n. 47 mar./abr. 2012.
CONGRESSO NACIONAL. Lei Complementar, no. 101, 4 maio 2000. LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal, Brasília, 24 p., 2000.
COSTA, Nathanael Pereira. Análise do IBS como proposta de reforma tributária: um estudo aplicado de equilíbrio geral computável. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas), Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
DRUCK, Graça; FILGUEIRAS, Luiz; MOREIRA, Uallace. Ajuste fiscal e as universidades públicas brasileiras: a nova investida do Banco Mundial. Cadernos do CEAS: Revista Crítica de Humanidades, n. 242, p. 602-634, 2018.
ENDERS, Walter. Applied Econometric Time Series. John Wiley & Sons, 2008.
FATTORELLI, Maria Lucia; Escândalo da remuneração diária da sobra de caixa dos bancos, Auditória Cidadã da Dívida: Monitor Digital. 2018. Disponível em: https://auditoriacidada.org.br/monitor-digital-o-escandalo-da-remuneracao-diaria-da-sobra-de-caixa/ . Capturado em jan. 2020.
GENTIL, Denise L. Ajuste fiscal, privatização e desmantelamento da proteção social no Brasil: a opção conservadora do governo Dilma Rousseff (2011-2015). Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, p. 10-30, 2017.
GENTIL, Denise Lobato. A Falsa Crise do Sistema de Seguridade Social no Brasil: uma análise financeira do período 1990–2005. In: Congresso Trabalhista Brasileiro. 2007.
GRAVINIS, Claudete Rodrigues Teixeira; GAUBERT, Leonardo Rodrigues. Financiamento da Seguridade Social: as contribuições sociais sobre a receita, o faturamento e o lucro. JURIS-Revista da Faculdade de Direito, v. 26, p. 205-217, 2016.
KWIATKOWSKI, Denis et al. Testing the null hypothesis of stationarity against the alternative of a unit root. Journal of Econometrics, v. 54, n. 1-3, p. 159-178, 1992.
LEMGRUBER, Andréa Texeira. Tributação efetiva: um estudo sobre taxação do consumo, do trabalho e do capital no Brasil. Documentos de Proyectos, Estudios e Investigaciones. Sede de la CEPAL en Santiago (Estudios e Investigaciones), 1995.
MENDES, José Maria Martins. Reforma Tributária PEC n 233/2008: Uma contribuição do Conselho Federal de Contabilidade para a Sociedade Brasileira. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2008.
NAKANO, Yoshiaki. O regime monetário, a dívida pública e a alta taxa de juros. Revista Conjuntura Econômica, v. 59, n. 11, p. 10-12, 2005.
OLIVEIRA, Fabrício Augusto de. As Reformas Tributárias no Plano Internacional: A Marcha da Insensatez. Plataforma Política Social: Texto Para Discussão n. 4, 2018.
PEREIRA, Francisco; FIALHO, Carlos Henrique Mussi. O gasto social no Brasil: evolução recente e desafios. Documentos de Proyectos, Estudios e Investigaciones. Sede de la CEPAL en Santiago (Estudios e Investigaciones), 1996.
PERRON, Pierre. The great crash, the oil price shock, and the unit root hypothesis. Econometrica: Journal of the Econometric Society, p. 1361-1401, 1989.
QUINTELA, Guilherme Camargos; SERGIO, Samille Rodrigues. O imposto sobre grandes fortunas como instrumento de redução das desigualdades sociais e regionais: uma análise com base no Princípio da solidariedade federativa. Revista de Finanças Públicas, Tributação e Desenvolvimento, v. 6, n. 7, 2018.
RÜCKERT, Isabel Noemia Jungs. Política fiscal: a fragilidade do ajuste em 1994. Indicadores Econômicos FEE, v. 22, n. 4, p. 104-114, 1995.
SALVADOR, Evilasio da Silva. O desmonte do financiamento da seguridade social em contexto de ajuste fiscal. Serviço Social & Sociedade, n. 130, p. 426-446, 2017.
SCAFF, Fernando Facury. Direitos humanos e a desvinculação das receitas da União. Revista de direito administrativo, v. 236, p. 33-50, 2004.
SCHENK, Alan; THURONYI, Victor; CUI, Wei. Value added tax. Cambridge University Press, 2015.
STN - SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Series Temporais do Tesouro Nacional. Brasília: 2019.
SERRANO, Franklin; PIMENTEL, Kaio. Será que “Acabou o Dinheiro”? Financiamento do gasto público e taxas de juros num país de moeda soberana. Revista de Economia Contemporânea, v. 21, n. 2, 2017.
TSAY, Ruey S. Financial Time Series. John Wiley & Sons, 2014.
ZIVOT, Eric; ANDREWS, Donald W. K. Further evidence on the great crash, the oil-price shock, and the unit-root hypothesis. Journal of Business & Economic Statistics, v. 20, n. 1, p. 25-44, 2002.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 3.0 (CC BY 3.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.