Variáveis demográficas versus desonestidade acadêmica nos cursos de pós-graduação Stricto Sensu em ciências contábeis
Resumen
Este estudo teve como objetivo analisar as diferenças na avaliação da desonestidade acadêmica por discentes e docentes na pós-graduação stricto sensu em Ciências Contábeis no Brasil relacionadas às variáveis demográficas, como sexo, idade, curso e instituição de vínculo. A coleta de dados ocorreu por meio de dois questionários aplicados aos discentes e docentes da pós-graduação stricto sensu em Ciências Contábeis. Utilizou-se a estatística descritiva para análise dos dados demográficos e o teste não paramétrico de Mann-Whitney para comparar as médias entre os dois grupos, compostos por dados demográficos diferentes. Este estudo contribui com a literatura, pois fomenta a discussão da desonestidade acadêmica no âmbito da pós-graduação stricto sensu, bem como pode incentivar as universidades a buscarem alternativas para a redução dos comportamentos desonestos. Os achados deste estudo indicam que as variáveis demográficas analisadas podem não exercer influência sobre a avaliação da desonestidade acadêmica pelos discentes e docentes da pós-graduação stricto sensu em Ciências Contábeis no Brasil participantes da pesquisa. No entanto, há indícios de que tais variáveis podem influenciar a avaliação de certos comportamentos academicamente desonestos, como: (i) similaridades em pesquisas, para os docentes, o sexo (ao nível de 10%) e para os discentes, o curso; (ii) plágio, as variáveis idade e instituição; e (iii) fraude/cola, a variável instituição, ambas situações para os discentes. A explicação provável para estes resultados é que existem outras variáveis que podem estar mais relacionadas às práticas desonestas, como por exemplo, tempo disponível para estudos e pressão por publicações, sendo que esta última pode alcançar discentes ou docentes.
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