Gerenciamento de risco e efeito contágio: uma análise dos bancos listados na B3 que sofreram processo de aquisição

Résumé

Objetivo: Este trabalho analisa a contribuição em risco das instituições bancárias ao risco do mercado acionário brasileiro, antes e após terem sofrido aquisição.
Método: Utilizou-se o modelo CoVaR, desenvolvido por Adrian e Brunnermeier (2016), o qual capta a contribuição marginal de uma determinada instituição para o risco sistêmico geral. Para isso, foram analisados dados diários dos bancos listados na Brasil, Bolsa, Balcão (B3) que sofreram aquisição, no período de 2002 a 2020.
Originalidade/Relevância: Dado o importante papel desempenhado pelas instituições financeiras no risco sistêmico, bem como as frequentes operações de aquisição entre elas, torna-se relevante analisar o reflexo dessas operações no risco de um mercado acionário.
Resultados: Os resultados indicam que, após o processo de aquisição, houve uma tendência de diminuição da contribuição em risco de cada banco para o risco do mercado acionário brasileiro. Com isso, sugere-se que os bancos apresentaram uma menor volatilidade após o processo de aquisição e, consequentemente, suas ações se tornaram mais líquidas.
Contribuições: Considerando o papel desempenhado pelo sistema financeiro, tanto no crescimento econômico quanto na possibilidade de desencadear riscos e possíveis crises sistêmicas, este estudo contribui com a literatura nacional ao analisar os riscos inerentes às atividades das instituições financeiras.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur

Aline Moura Costa da Silva, Universidade Federal Fluminense - UFF

Doutora em Ciências Contábeis
Universidade Federal Fluminense - UFF

Bruna Otero Meireles, Universidade Federal Fluminense - UFF

Graduada em Ciências Contábeis
Universidade Federal Fluminense - UFF

Anna Paola Fernandes Freire, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Doutora em Ciências Contábeis
Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Références

Abdymomunov, A. (2013). Regime-switching measure of systemic financial stress. Annals of Finance, v. 9, n. 3, p. 455-470.

Adrian, T.; Brunnemeier, M.; K. (2016). CoVaR. The American Economic Review, v.106, n.7, p.1705-1741.

Ahnert, T.; Georg, C. P. (2018). Information contagion and systemic risk. Journal of Financial Stability, v. 35, p. 159–171.

Almeida, A. T. C.; Frascarolli, B. F.; Cunha, D. R. (2012). Medidas de Risco e Matriz de Contágio: Uma Aplicação do CoVaR para o Mercado Financeiro Brasileiro. Revista Brasileira de Finanças, v. 10, n. 4, pp. 551-584, 2012.

Amihud, Y.; Mendelson, H. (1986). Asset pricing and the bid-ask spread. Journal of Financial Economics, Amsterdam, v. 17, n. 2, p. 223-249.

ANBIMA, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Basileia III no Brasil, 2013. Disponível em: https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/regulacao/informe-de-legislacao/basileia-iii-no-brasil.htm . Acesso em: 29/04/2021.

Araújo, C.; Goldner, F.; Brandão, M.; Oliveira, F. (2007). Estratégia de Fusão e Aquisição Bancária no Brasil: evidências empíricas sobre retornos. Revista Contemporânea de Economia e Gestão, vol.5, n. 2, p.7-20, jul./dez..

Bergmann, D., Securato, J., Savoia, J., Contani, E. (2015). U.S. subprime financial crisis contagion on BRIC and European Union stock markets. Revista de Administração, São Paulo, v.50, n.2, p.229-240, abr./maio/jun..

Bernal, O.; Gnabo, J.Y; Guilmin, G. (2014). Assessing the contribution of banks, insurance and other financial services to systemic risk. Journal of Banking and Finance, p. 270-287.

Brooks, C. (2014). Introductory Econometrics for Finance, 3ª edition, Cambridge: Cambridge University Press.

Camargos, M.; Barbosa, F. (2003). Fusões, aquisições e takeovers: um levantamento teórico dos motivos, hipóteses testáveis e evidências empíricas. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 10, n. 2, p.17-38, abr./jun..

Capelletto, L; Corrar, L. (2008). Índices de risco sistêmico para o setor bancário. Revista Contabilidade e Finanças, SP, v.19, n.47, p.6-18, mai./ago..

Chen, B.; Li, L; Peng, F.; Anwar, S. (2020). Risk contagion in the banking network: New evidence from China. North American. Journal of Economics and Finance, v. 54, p. 101276.

Datz, M. (2002). Risco sistêmico e regulação bancária no Brasil. Dissertação (Mestrado em Economia) – Escola de Pós-Graduação em Economia, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro.

DIVULGAÇÕES ANUAIS – EVOLUÇÃO DO SFN. Disponível em https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/cronologicos . Acesso em 02/02/2020.

Dornbusch, R.; Park, Y. C.; Claessens, S. (2000). Contagion: understanding how it spreads. The World Bank Research Observer, v. 15, n. 2, pp. 177-97, aug..

Eichengreen, B.; Rose, A.; Wyplosz, C.. (1996). Contagious currency crises. National Bureau of Economic Research, Massachusetts, jul.

ELY, D.; SONG, M., (2000). Acquisition activity of large depositary institutions in the 1990s: An empirical analysis of motives. The Quarterly Review of Economics and Finance, San Diego, p. 467-484.

ENGLE, R.; MANGANELLI, S. (2004). CAViaR: Conditional Autoregressive Value at Risk by Regression Quantiles. Journal of Business & Economic Statistics, v. 22, n. 4, pp. 367-381.

FERREIRA, T.; CALLADO, A. (2015). Fusões e Aquisições no Brasil: reflexões acerca da evolução do volume de transações. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 9, n. 2, pp. 70-83, abr./jun..

FREIRE, A. (2017). Índices contábeis e variáveis macroeconômicas como instrumento de mensuração do efeito contágio e do risco sistêmico. 2017. 139 p. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) - Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (UnB/UFPB/UFRN), João Pessoa.

FREIRE, A.; MACHADO, M.; CAVALCANTE, P. (2017). Risco sistêmico e efeito contágio à luz do método Covar: uma análise com as ações mais líquidas listadas na BM&FBOVESPA. Gestão e Regionalidade, v. 33, n. 99, p. 109-127, set/dez..

FREITAS, M. (2009). Os efeitos da crise global no Brasil: aversão ao risco e preferência pela liquidez no mercado de crédito. Estudos Avançados, 23(66), p. 125-145, jan..

KOENKER, R.; BASSETT JR., G. (1978). Regression Quantiles. Econometrica, v. 46, (1), p. 33-50, Jan..

LAURA, M.; FAHAD, N. (2017). Would Hedge Fund Regulation Mitigate Systemic Risk? Direct vs, Indirect Regulation Approach. International Business Research, v. 10, n. 8, pp. 31-43, 2017.

LEHAR, A. (2005). Measuring systemic risk: a risk management approach. J. Bank.Financ., v. 29 (10), p. 2577–2603.

LEVINE, R. (1997). Financial development and economic growth: views and agenda. Journal of Economic Literature, v. 35, n. 2, p. 688-726, jun..

LIMA, T.; DEUS, L. (2013). A crise de 2008 e seus efeitos na economia brasileira. Revista Cadernos de Economia, v.17, n. 32, p. 52-65, jan./jun..

MARTINS, N. (2020). Risco sistêmico, fragilidade financeira e crise: uma análise pós-keynesiana a partir da contribuição de Fernando Cardim de Carvalho. Revista de Economia Contemporânea, v. 24, n. 2, p. 1-25, ago..

MEULEMAN, E.; VENNET, R. (2020). Macroprudential policy and bank systemic risk. Journal of Financial Stability, v. 47.

PASKALEVA, M.; STOYKOVA, A. (2021). Globalization effects on contagion risks in financial markets. SHS Web Conferences, 92, 03021.

PESSANHA, G. CALEGARIO, C.; SÁFADI, T.; ÁZARA, L. (2012). Impactos das estratégias de fusão e aquisição na rentabilidade dos bancos adquirentes: uma aplicação dos modelos de intervenção no setor bancário brasileiro. RAM, Rev. Adm. Mackenzie, v. 13, n. 5, p. 101-134, set./out..

RAPPAPORT, A. (1998). Creating shareholder value: a guide for managers and investors. 2. ed. New York: The Free Press.

RIZWAN, M. S.; AHMAD, G.; ASHRAF, D. (2020). Systemic risk: The impact of COVID-19. Finance Research Letters, v. 36, 101682.

SANTOS, T.; CALEGARIO, C.; CARVALHO, (2018). F. Fusões e aquisições na indústria manufatureira: uma análise econométrica das companhias de capital aberto. Revista de Ciências da Administração, v. 20, n. 51, p. 102-119, nov..

SILVA, F.; CHAVES, I. (2020). Crise Financeira e os sistemas bancários de Brasil e Alemanha – o papel dos bancos públicos. Gestão e Regionalidade, v. 36, n. 107, p. 174-200, jan./abr..

SILVA, W.; KIMURA, H.; SOBREIRO, V. A. (2017). An analysis of the literature on systemic financial risk: A survey. Journal of Financial Stability, v. 28 p. 91–114.

SILVA, T. C.; SILVA, M. A.; TABAK, B. M. (2017). Systemic risk in financial systems: A feedback approach. Journal of Economic Behavior & Organization, v. 144, p. 97–120.

SOUZA, J.; GARTNER, I. (2019). Reação do mercado de ações a eventos de fusões e aquisições bancárias no Brasil: análise dos efeitos de aquecimento do mercado. Revista Contabilidade e Finanças – USP, São Paulo, v. 30, n. 80, p. 234-251, mai./ago..

TANURE, B.; CANÇADO, V. (2005). Fusões e aquisições: aprendendo com a experiência brasileira. Revista de Administração de Empresas, v. 45, n.2, p. 10-22, abr./jun..

XU, J. (2017). Growing through the merger and acquisition. Journal of Economic Dynamics & Control, v. 80, p. 54–74.

YANG, H. F.; LIU, C. L.; CHOU, R. Y. (2020). Bank diversification and systemic risk. The Quarterly. Review of Economics and Finance, v. 77, p. 311–326.

Yang YC., Ke YS., Wu W., Lin KP., Jin Y. (2019). Recommendation as a service in mergers and acquisitions transactions. International Conference on Human-Computer Interaction, p. 151-159.

ZEDDA, S.; CANNAS, G. (2020). Analysis of banks’ systemic risk contribution and contagion determinants through the leave-one-out approach. Journal of Banking and Finance, v. 112, 105160.
Publiée
2024-06-04
Comment citer
Silva, A. M. C. da, Otero Meireles, B., & Fernandes Freire, A. P. (2024). Gerenciamento de risco e efeito contágio: uma análise dos bancos listados na B3 que sofreram processo de aquisição. Enfoque: Reflexão Contábil, 43(2), 78-92. https://doi.org/10.4025/enfoque.v43i2.63477
Rubrique
Artigos Originais