A Marcha para Oeste e os intelectuais em Mato Grosso: política e identidade
Resumo
A Marcha para Oeste foi lançada oficialmente em 1938, com a proposta de colonizar as terras da região Centro-Oeste até a Amazônia. Em Mato Grosso, o projeto se caracterizou por duas vias: primeiramente a expansão econômica da região, com a criação das Colônias Agrícolas Nacionais; seguidamente o discurso de pertencimento nacional, expresso nas diretrizes ideológicas do Estado Novo (1937-1945). Os planos de Getúlio Vargas em terras mato-grossenses coadunavam-se com a ideia de desmistificar o mito selvagem do lugar, especialmente no tocante às propostas dos intelectuais vinculados ao Instituto Histórico de Mato Grosso (IHMT). A elaboração e a consolidação da memória local constituíam-se como funções primordiais do Instituto Histórico Mato-grossense. Desse modo, seus intelectuais buscavam construir uma identidade que rompesse definitivamente com a visão “atrasada” e “bárbara” dada à região desde o século XVIII, passando a combater essas imagens e a aspirar ao progresso e ao desenvolvimento do Estado, através de seu pertencimento à nação brasileira. Nesse sentido, a integração de Mato Grosso ao Estado Nacional, por meio da Marcha para Oeste, representava a concretização desses esforços. A proposta deste texto é observar se a concepção de Marcha para Oeste promovida pelo Estado Novo respondeu a esses anseios, analisando como o discurso desenvolvimentista e integrador desse movimento fortaleceu a ideologia modernizadora em Mato Grosso, pretendida pelos intelectuais do IHMT.
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