Progresso, desenvolvimento e classes sociais:

possíveis efeitos desses processos nas parcialidades indígenas de Dourados, MS

  • Fabio Anibal Goiris Universidade Estadual de Ponta Grossa
Palavras-chave: Desenvolvimento social. Progresso. Indígenas. Classes sociais.

Resumo

As transformações sociais, políticas, ecológicas, económicas, e tecnológicas ocorridas nos últimos tempos não têm precedentes na história do progresso da humanidade e incluem telecomunicações, informática, energia nuclear, robótica, medicina. Não obstante, lamentavelmente, apenas contados países e determinados grupos sociais podem ter acesso a eles. As comunidades indígenas, que representam grupos altamente vulneráveis, são as mais excluídas desses processos desenvolvimentistas e do próprio progresso. As parcialidades indígenas de Dourados, MS, representam um exemplo paradigmático do descaso do Estado e da indiferença da própria Sociedade Civil.  Como resultado se observa uma parcialidade indígena onde o progresso geralmente não é incorporado à vida social.  Este trabalho mediante a revisão da literatura e uma visão crítica de essência Marxista procura descrever o dilema da presença do progresso nestas comunidades. Além disso, existe uma discussão sobre um tema de grande importância: os indígenas e as classes sociais. As parcialidades indígenas fazem parte das classes sociais modernas? ou apenas representam minorias, frações de classe ou ainda coletividades nominais? Esta última hipótese seria a razão da marcada segregação e vulnerabilidade?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabio Anibal Goiris, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professor da UEPG; Mestre em Ciência Política

Referências

GOIRIS, F.A.J. O déficit de Capital Social e a questão dos indígenas em Dourados (MS)’. Revista Espaço Acadêmico, 205, junho, 2018
BOURDIEU, P. The forms of capital, in J. G. Richardson (org.), Handbook of Theory and Research for the Sociology of Education, Nova Iorque, Greenwood, pp. 241-58, 1985
FIGUEROA, A., ALTAMIRANO, T., LIMA, D. S. Exclusión social y desigualdad en el Perú. Debates en Sociologia, 1, 20-21, 1996
FURTADO, C. Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico.
Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1967
OLIVEIRA, G. B. Uma discussão sobre o conceito de desenvolvimento. Revista da FAE, 5, 2, 2002
PUGA, C., PERCHARD, J., CASTRO, T. Hacia la Sociología. Editora Pearson Education, México, 2007
ZANONI, I.C.C.L. Notas sobre Marx, Darwin e o progresso. Economia e Sociedade (16): 141-144 145 jun. 2001.
ALMEIDA, J. Da ideologia do progresso à ideia de desenvolvimento (rural) sustentável. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Jalcione_Almeida/publication/237518300_Da_ideologia_do_progresso_a_ideia_de_desenvolvimento_rural_sustentavel/links/55f16dce08ae199d47c257cb/Da-ideologia-do-progresso-a-ideia-de-desenvolvimento-rural-sustentavel.pdf. Acesso em 19.01.2020.
DUPAS, G. O mito do progresso. Novos Estudos, 77, 03, Cebrap, São Paulo, 2007
D'ANGELO, M. Walter Benjamin, crítica da cultura e do progresso. Revista Cult, 245, maio, 2019
CANCLINI, G. N. Culturas Hibridas. São Paulo: Edusp, 2006
ANISTIA INTERNACIONAL. ‘Sacrificando Direitos em Nome do Progresso: povos indígenas ameaçados nas Américas’, 2011. Disponível em http://www.msja.com.br/noticias/cidades/anistia-internacional-critica-situacao-de-indigenas-de-dourados-e-do-ms. Acesso em 22/01/2020
AVILA DE MATOS, E. S. Programa "Aliança para o progresso": o discurso civilizador na imprensa e a educação profissional no Paraná – Brasil. Simpósio Internacional ‘Processo civilizador’. Anais, p. 359-367, Buenos Aires, 2008
ARBIX, G, ZILBOVICIUS, M., ABRAMOVAY, R. Razões e ficções do desenvolvimento. Editora Unesp, 2001
BRESSER-PEREIRA, L. C. Crescimento e desenvolvimento econômico. 2007
http://www.bresserpereira.org.br/Papers/2007/07.22.CrescimentoDesenvolvimento.Junho19.2008.pdf Acesso em 20.01.2020. Acesso em 23/01/2020
WELLER. L. O estreito corredor do desenvolvimento com democracia. Folha de S. Paulo. Ilustríssima. 19 de janeiro, 2020
BAQUERO, M. Reinventando a Sociedade. Cultura política, gênero, exclusão e capital social. Editora da Universidade, UFRGS, Porto Alegre, 2001
OLIVEIRA, V. Mato Grosso do Sul (MS) tem população indígena de 61 mil índios, 18% deles em uma única aldeia. Cidades. 2010.
Disponível em: http://www.campograndenews.com.br/cidades/-ms-tem-populacao-indigena-de-61-mil-indios-18-deles-em-1-unica-aldeia. Acesso em 22.01.2020
CEPEDA, J.P.M. Marx y la lucha de clases en América Latina. Firmas selectas. 2018.
Disponível em: https://firmas.prensa-latina.cu/index.php. Acesso em 23/01/2020
GARCIA LINERA, A. Marxismo e indianismo. CELA, Centro de Estudios Latinoamericanos Justo Arosemena – Editora Tareas, 130 sep-dic 2008
SOROKIN, P.A. O que é uma classe social? In Estrutura de classes e estratificação social. Zahar Editores. 1981
SIMIONATTO, I. Estado e Democracia. Estado e democracia: pluralidade de questões. Editora Uepg, 2008
SOUSA SOBRINHO, J. P. O conceito da classe em si da classe para si como uma unidade dialética entre posição de classe e luta de classe. Fortaleza/CE, 2016
Disponível em http://www.ggramsci.faced.ufc.br/wp-content/uploads/2017/06/o-conceito-da-classe-em-si-da-classe-para-si-como-uma-unidade-dial%c3%89tica-entre-posi%c3%87%c3%83o-de-classe-e-luta-de-classe.pdf Acesso em 22/01/20
Publicado
2020-11-13
Como Citar
Goiris, F. A. (2020). Progresso, desenvolvimento e classes sociais:. Revista Espaço Acadêmico, 20(225), 174-184. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/52079