Se eu fosse ensinar filosofias africanas, eu as ensinaria como a hermenêutica do bem viver
Resumo
Maat é o principio filosófico da antiguidade do Egito e Núbia. Pela teoria da africanidade de Diop, como um princípio de todas as sociedades africanas, o equilíbrio social do Maat reverbera nas sociedades africanas. As filosofias africanas têm em comum as relações de solidariedade social e de equilíbrio entre os seres da natureza e os seres humanos. Num plano duplo do mundo, do visível e o invisível, a matéria e antimatéria utilizando uma noção da física ocidental. O artigo propõe a filosofia africana como uma Hermenêutica do “Bem Viver”. Partindo do equilíbrio universal cósmico que deveria ser reproduzido na realidade dos seres humanos. Existe a “Energia Vital”, bem definida na filosofia Bantu, que entende que tudo, material e imaterial, do passado, do presente e do futuro, a teoria da ancestralidade, a Energia Vital, inter-relacionada com outras energias formam a teórica sistêmica da complexidade africana. Se fossemos ensinar a filosofia africana colocaríamos a teórica do Maat e mostraríamos o reflexo nas sociedades africanas tradicionais, mostrando o desenvolvimento das filosofias africanas. Colocando as rupturas com os problemas da ocidentalização e do domínio tecnológico. Em torno desses eixos faz-se uma exposição geral e classificatória de um possível entendimento da filosofia africana.
Downloads
Referências
ASSENSOH, A. B. (1998). African Political Leadership: Jomo Kenyatta, Kwame Nkrumah, and Julius K. Nyerere. Malabar, Florida: Krieger Publishing Company..1998. ALTUNA, Raul Luiz. Cultura tradicional Banta. São Paulo: Edições Paulinas. 2006. AUFRÈRE, Sydney H. (2008) (in French). Thot Hermès l'Egyptien: De l'infiniment grand à l'infiniment petit. Paris: L'Harmattan. 2008.
BEZERRA, Débora Pamplona. O movimento Rastafári: da Jamaica para identidade e cultura em Fortaleza. Fortaleza: Tese (Doutorado em Educação) - UFC, 2012.
CAMARA, Babacar. The Falsity of Hegel's Theses on Africa. Journal of Black Studies,
Vol. 36, No. 1 (Sep., 2005), pp. 82-96.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Afroetnomatemática: da filosofia africana ao ensino de matemática pela arte. Revista ABPN, v. 22, p. 170-122, 2017.
DECOEUR, Henri. Maat, between Cosmology and Myth: The Constitutional Principle of a Chthonic State in Ancient Egypt. Ver. Jur. Thémis, Vol. 45, No. 2, 2011.
DELFINO, Jair Delfino. IFÁ E ODÚS: Interdisciplinaridade, Lógica Binária e Filosofias Africanas. Fortaleza: Tese (Doutorado em Educação) - UFC . 2020.
DIOP. Cheikh Anta. The Cultural Unity of Black Africa. Chicago: Third world Press, 1990.
FRANÇA, Maria Conceição dos Santos. Geometria das panarias Cabo Verdeano: uma intervenção Etnomatemática para sala de aula. São Paulo: Dissertação de mestrado em Educação Matemática – PUC, 2017.
FINNEGAN, Ruth. Oral literature in Africa. Londres: Oxford University Press, 1983.
FONTAINE, Carole R. A Modern Look at Ancient Wisdom: The Instruction of Ptahhotep Revisited. The Biblical Archaeologist. Vol. 44, No. 3 (Summer, 1981), pp. 155-160.
GLISANT, Edouard. Le Discours antillais. Paris: Gallimard, 1997.
IDANG, Esther O. African Culture and Values. Cidade do Cabo: Unisa Press. Phronimon, Volume 16, Number 2. 2015, pp. 97–111.
HANEGRAAFF, W. J. Altered States of Knowledge: The Attainment of Gnosis in the Hermetica. The Int. Jor. of the Plantonic Tradition, Leida, v. 2, n. 2, p. 129- 163, 2008.
JACQ, Christian. The Living Wisdom of Ancient Egypt, Simon & Schuster, 1999, ISBN 0-671-02219-9.
KAGAME, Alexis. La Philosofie Bantu Compare. Paris: Presence Africaine, 1976.
KENYATTA,lorno. FacingMount Kenya.Nairobi: Heinemann Educational Books. 1938.
KIROS, Teodoro. Zara Yacobi: Racionalidade do coração humano. 2005.
LACHMAN, G. The Quest for Hermes Trismegistus: From Ancient Egypt to Modern World. Edinburgh: Floris Books, 2011.
MARTINS, Leda Maria. Afrografias da Memória. Editora Perspectiva. 1995.
MAZRUI, Ali A. “European Exploration and Africa’s Self-Discovery.” The Journal of Modern African Studies 7.4 (1969): 661-76.
MBITI, John S. African Religions and Philosophy, London: Heinemann Educational Books, 3rd edition. 1969.
NGUGI WA, Thiong’o. Decolonising the Mind, London: James Currey; Nairobi and Portsmouth, NH: Heinemann.1981.
NKRUMAH, Kwame.. Consciencism: Philosophy and Ideology for De-Colonization, London: Panaf Books. 1964.
NYERERE, Julius K. Ujamaa. English Ujamaa--essays on socialism. Dar es Salaam, Oxford University Press, 1968.
OBENGA, Théophile. La Philosophie africaine de la période pharaonique – 2780-330 avant notre ère, Paris: L’Harmattan, 1990.
OLIVEIRA, Eduardo David de. Cosmovisão Africana no Brasil. Elementos para uma filosofia afrodescendente. Fortaleza: Ibeca, 2003.
OLUWOLE, Sophie. Philosophy and Oral Tradition. African Research Konsultancy, 1997.
ORUKA, Henry Odera. Sage Philosophy: Indigenous Thinkers and Modern Debate on African Philosophy. Leiden: E. J. Brill, 1990.
OTUNNU, Ogenga. "Mwalimu Julius Kambarage Nyerere's Philosophy, Contribution, and Legacies". African Identities. 13 (1). pp. 18–33 .2015.
PINN, Anthony. Black Religion and Aesthetics. Macmillan.2009.
SIMPSON, William Kelly. The Maxims of Ptahhotep. Las Vegas, Nevada: Evan Blythin, 1986.
SUMNER, Claude. "The Light and the Shadow: Zera Yacob and Walda Heywat: Two Ethiopian Philosophers of the Seventeenth Century. " in Wiredu and Abraham, eds., A Companion to African Philosophy. 2004.
TEMPELS, Placide. Bantu philosophy. Paris: Présence Africaine, 1969.
TRISMEGISTO, Hermes. A Tabua da Esmeralda. Editora Século XXI. 1999.
VIEIRA, Lílian C. F. OMEROS: vozes de identidade e cultura em Derek Walcott. Fortaleza: Tese (Doutorado em Educação) - UFC, 2012.
WALTER, William. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia.Editora Pensamento. 1978.

DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial 4.0 (CC BY-NC 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, exceto os comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.