Pedagogias da Congada:
no “cruzo” de saberes e ancestralidades em disputa
Resumo
A Congada é uma festa popular brasileira, em que as/os participantes saem às ruas com seus tambores, danças e cantos em louvor a seus santos de devoção. Este trabalho tem como objetivo demonstrar como a festa da Congada de Lambari/MG pode ser considerada lugar de produção de saberes e de (re)invenção das identidades negras pós-diaspóricas e de que maneiras esses saberes estão em disputa no interior do movimento congadeiro. A ancestralidade é de importância vital para as/os congadeiras/os, mas é acionada por elas/eles de formas diferentes, quando não opostas. A festa é oficialmente católica, mas a presença de pessoas de religião de matriz africana, notadamente a Umbanda, é significativa, sendo motivo para disputas de narrativas e de espaços de afirmação de identidades. Este estudo tem seu referencial na teoria pós-estruturalista e se utiliza do conceito das Pedagogias Culturais para realizar suas análises.
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Referências
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