Meta-história, arquivos e memórias negras, séculos XVIII-XXI

metahistory, archives and black memories, c. XVIII-XXI

  • Lucimar Felisberto dos Santos Secretaria Municipal de Educação - Guapimirim/Duque de Caxias - Instituto Hoju
  • Flávio S. Gomes Universidade Federal do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Escravidão, memória, autobiografias

Resumo

O objetivo do artigo é refletir sobre autobiografias, abordagens historiográficas e pesquisas nos arquivos. Propomos pensar as subjetividades negras na construção de narrativas históricas. É considerar a incorporação das memórias negras geracionais nas narrativas do passado da escravidão e da pós-emancipação para intelectuais negras/negros diante de fontes e bibliografias enquanto variáveis epistemológicas.

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Biografia do Autor

Lucimar Felisberto dos Santos, Secretaria Municipal de Educação - Guapimirim/Duque de Caxias - Instituto Hoju

Pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015); Doutora em História Social do Brasil pela Universidade Federal da Bahia (2013); Mestra em História pela Universidade Federal Fluminense (2006) e; Graduada em História pela Universidade Federal Fluminense (2003). Professora das redes públicas municipais de educação de Duque de Caxias e Guapimirim; Pesquisadora do Laboratório de História das Experiências Religiosas do Instituto de História (UFRJ) ; Coordenadora do Curso de Extensão e/ou especialização em produção de ferramentas para Educação das Relações Etnicorraciais (PPFERER) do Instituto Horus. Pesquisadora do Centro de Altos Estudos e Pesquisas Afrikana e Afrodiaspórica do Instituto Hoju. Cocriadora da marca Afrodiálogos. Experiência em pesquisas e estudos sobre História, Historiografia e Relações raciais no Brasil Colonial, Imperial e Republicano, com ênfase nas especificidades da história do Rio de Janeiro, escravista e urbano; sobretudo nas mudanças conjunturais ocorridas na virada dos séculos XIX ao XX. Principais temas de interesse: escravismos e processos abolicionistas; experiências sociais de crioulos, africanos e afro ? descendestes; conformação do "mercado de trabalho" livre e assalariado; processos de racialização das relações sociais; Pós-abolição; Memórias e Legados da Escravidão; Processos Diaspóricos.

Flávio S. Gomes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Licenciatura em Historia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 1990), bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1989), mestrado em História Social do Trabalho (1993) e doutorado em História Social (1997), ambas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atua como professor permanente no programa de pós-graduação em História Comparada, no Instituto de História da UFRJ. É professor colaborador do programa de pós-graduação em História da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tem publicado livros, coletâneas e artigos em periódicos nacionais e estrangeiros, atuando na áreas de Brasil colonial e pós-colonial, escravidão, amazônia, fronteiras, campesinato e pós-emancipação. Em 2009 obteve a John Simon Guggenheim Foundation Fellowship e em 2014 (junho-julho) foi pesquisador visitante da New York University (NYU).Realizou estágios de pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP, 2008-2009) e na Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV, 2012-2013). Foi pesquisador Cientista do Nosso Estado da FAPERJ (2014-2017). Desenvolve pesquisas em história comparada, cultura material, escravidão, história da educação e instituições escolares para escravizados e libertos no Brasil Oitocentista, Educação Quilombola e pós-emancipação nas Américas, especialmente Venezuela, Colômbia, Guiana Francesa e Cuba. Atua no Laboratório de Estudos de História Atlântica das sociedades coloniais e pós-coloniais (LEHA) do Instituto de História da UFRJ.

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Publicado
2020-11-13
Como Citar
Santos, L. F. dos, & Gomes, F. S. (2020). Meta-história, arquivos e memórias negras, séculos XVIII-XXI. Revista Espaço Acadêmico, 20(225), 94-105. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54123
Seção
DOSSIÊ - Pensar Negro: ancestralidades e práticas de saber(es)