O quebra-quebra dos xangôs em 1912:

análise sobre a sua representação a partir da reflexão sobre a estética do Angelus Novus em Walter Benjamin

Palavras-chave: Angelus Novus; Identidade cultural; Quebra-quebra dos xangôs; Reprodutibilidade técnica; Walter Benjamin.

Resumo

O texto parte da reflexão de Walter Benjamin sobre a estética nas obras de arte, e seu conceito e ideia sobre “reprodutibilidade técnica”, tendo paradigma o Angelus Novus de Paul Klee. Benjamin expunha em análises de obras de arte elementos intrínsecos de sua representação, como a cultura e a religião. Em seguida se analisa a ideia de identidade cultural, e a possibilidade de sua formação conceitual a partir de nossas narrativas históricas. A partir dessa problemática construção é analisado o “quebra-quebra dos xangôs” ocorrido no ano de 1912 em Alagoas, e como as narrativas para ato de intolerância religiosa influenciam até hoje a vida cotidiana dos praticantes das religiões de matrizes africanas, por falta de uma devida retórica da alteridade, algo que deve ser revisto por uma reprodutibilidade que se afasta do idealismo de encomenda, e se aproxima da realidade, como parte da crítica de Benjamin.

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Biografia do Autor

Bruno Cavalcante Leitão Santos, Centro Universitário Cesmac

Doutor em Direito pela PUCRS; Professor no Centro Universitário Cesmac; Líder do Grupo de Pesquisa “Sistema Penal, Democracia e Direitos Humanos”.

Maria Eduarda Rodrigues dos Santos, Centro Universitário Cesmac
Graduada em Comunicação Social / Jornalismo, e graduanda em Direito pelo Centro Universitário Cesmac.

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Publicado
2021-06-26
Como Citar
Santos, B. C. L., & Santos, M. E. R. dos. (2021). O quebra-quebra dos xangôs em 1912:. Revista Espaço Acadêmico, 21(229), 122-133. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54955