Impactos da pandemia Covid-19 na vida das mulheres e a falha nas políticas públicas

  • Francisca Kananda Lustosa dos Santos UFPI
  • Keurelene Campelo Santos
Palavras-chave: Pandemia; políticas públicas; racismo; interseccionalidade.

Resumo

Este trabalho trata sobre como a pandemia do covid-19 tem impactado nas vidas das mulheres e como ele alterou a rotina de cada mulher de forma diferenciada, considerando que a mulher negra sofreu maior impacto por diversas vezes a raça ser atravessada por gênero e por classe no Brasil. Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica e análise do discurso, tendo como objetivos: Contextualizar sobre patriarcado, colonialismo e escravismo; ponderar sobre os impactos da pandemia covid19 na vida das mulheres; verificar como atuam as políticas públicas. Concluiu-se que as políticas públicas não representam as mulheres em suas formas interseccionais, elas são universais sendo mais acessadas por mulheres brancas e que têm acesso a informação. Tudo isso tem ligação com um contexto pós-colonial de exclusão das mulheres negras. Essa exclusão refletiu diretamente nas diferentes formas que as mulheres têm vivenciado no contexto de pandemia do Covid-19 no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisca Kananda Lustosa dos Santos, UFPI

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí, da Linha de Cultura, Identidade e Processos Sociais. Possui graduação em Serviço Social pelo Centro Universitário Santo Agostinho (2018). 

Keurelene Campelo Santos

licenciatura plena em história pela UFPI e professora da rede pública.

Referências

AKOTIRENE, Carla. O Que é Interseccionalidade? Editora Letramento, 2018.

BARBOSA, Jeanine Pacheco Moreira et al. Interseccionalidade e outros olhares sobre a violência contra mulheres em tempos de pandemia pela covid-19. Ciências da Saúde, 2020.

BARBOSA, Jeanine Pacheco Moreira et al. Interseccionalidade e outros olhares sobre a violência contra mulheres em tempos de pandemia pela covid-19. Ciências da Saúde, 2020.

BILGE, Sirma. “Théorisations féministes de l’intersectionnalité”. Diogène, v.1, n.225, p.70-88, 2009. “p.70”

BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Coronavírus: sobe o número de ligações para canal de denúncia de violência doméstica na quarentena. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/marco/coronavirus-sobe-o-numero-de-ligacoes-para-canal-de-denuncia-de-violencia-domestica-na-quarentena. Acesso em: maio, 2020.

CAMPBELL, A. M. AnIncreasing Risk of Family Violence during the Covid-19 Pandemic: Strengthening Community Collaborations to Save Lives. Forensic Science International: Reports, 2020.

CAMPOS, Mariana de Lima. Feminismo e movimentos de mulheres no contexto brasileiro: a constituição de identidades coletivas e a busca de incidência nas políticas públicas. Revista Sociais e Humanas, v. 30, n. 2, 2017.

CRENCHAW, K. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. The Univert of Chicago legal forum. [s.l], [s.n], p. 139-167, 1989.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Boitempo Editorial, 2016.

DIAS, Reinado; MATOS, Fernanda. Políticas Públicas: Princípios Propósitos e Processos. São Paulo: atlas 2012.

HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo social. v. 26, n. 1, p. 61-73, 2014.

IBGE. Extrema pobreza atinge 13,5 milhões de pessoas e chega ao maior nível em 7 anos. Editoria: Estatísticas Sociais. Carmen Nery. 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Editora Cobogó, 2020.

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. Editora Cultrix, 2020.

LIMA, Carla Fernanda de et al. A tríplice estrutura de dominação: quem é o outro do outro no capitalismo patriarcal colonial?. Mnemosine, v. 15, n. 2, 2019.

MARQUES, Emanuele Souza et al. A violência contra mulheres, crianças e adolescentes em tempos de pandemia pela COVID-19: panorama, motivações e formas de enfrentamento. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, p. 20, 2020.

MATOS, Maria Izilda Santos de. Discutindo Masculinidade e subjetividade nos embalos do samba-canção. Gênero: Núcleo Transdisciplinar de Estudos de Gênero – NUTEG. – v. 2, n. 1. Niterói: EdUFF, 2001, p. 73-86.

MELO, Bernardo Dolabella et al. (org). Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia COVID-19: violência doméstica e familiar na COVID-19. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2020. Cartilha. 22 p.

NASCIMENTO, Elaine Ferreira do; MONTE, Liana Maria Ibiapina do; SOUSA, Ranieri Flávio Viana de. O capuz é vermelho: a violência contra mulheres negras lésbicas no Brasil. in: violências e resistências: estudos de gênero, raça e sexualidade. Org. JOHAS, Bárbara; AMARAL, Marcela; MARINHO, Rossana. Teresina: EDUFPI, 2020, pg.203–217.

NOLASCO, Sócrates. Marc Lépine: violência e masculinidade no contemporâneo. Revista Interfaces Brasil/ Canadá, Belo Horizonte. V. 01, n. 3, 2003. p. 31.

NOLASCO, Sócrates. Um “Homem de Verdade”. In: CALDAS, Dario (Org.). Homens. São Paulo: Editora SENAC, 1997.

NUNES, Ana Carolina Almeida Santos. Análise de arranjos de implementação de políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres em municípios de pequeno porte. Revista do Serviço Público - RSP, v. 68, n. 3, p. 503-532, 2017.

ONU Mulheres. “Gênero e Covid-19 na América Latina e no Caribe: Dimensões de Gênero na resposta. 2020.

O GLOBO. Caso Miguel: MP denuncia ex-patroa por abandono de incapaz com resultado em morte. 2020. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/caso-miguel-mp-denuncia-ex-patroa-por-abandono-de-incapaz-com-resultado-em-morte-24532294

PRIORI, Mary Del. História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008. P. 13.

SAFFIOTI, H. I. B. A mulher na sociedade de classes: mitos e realidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1979.

SENADO FEDERAL. Observatório da Mulher contra a Violência. 2020. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/omv.Acesso em: 28 maio 2020.

SOARES, V. Movimento feminista: Paradigmas e desafios. Revista Estudos Feministas, ano 2, n. 2, Universidade Federal de Santa Catarina, 1994.

SOIHET, Rachel. Mulheres pobres e violência no Brasil urbano. In:DEL PRIORE, Mary (Org) História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2002.

RIBEIRO, Arilda Ines Miranda. Mulheres e educação no Brasil-colônia: histórias entrecruzadas. HISTEDBR, Navegando na história da educação brasileira, 2006.

TELES, Maria Amélia de A.; MELO, Mônica de. O que é violência contra amulher. São Paulo: Brasiliense, 2003, p. 12.
Publicado
2021-09-01
Como Citar
Santos, F. K. L. dos, & Santos, K. C. (2021). Impactos da pandemia Covid-19 na vida das mulheres e a falha nas políticas públicas. Revista Espaço Acadêmico, 21(230), 189-200. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/55939