Ponto cantado do espaço poético-político do Terreiro de Umbanda em espaço de educação
Resumo
O objetivo deste texto é apresentar possibilidades educativas das religiosidades afrodescendentes no Brasil, em particular a Umbanda, em paralelo à educação escolar, usando o ponto cantado nos terreiros de Umbanda como um mote criativo e detentora de conhecimento, desconstruindo a ideia pejorativa e negativa dos poemas laudatórios afros que têm como conceito a negação do sentido. Significado que contém o conjunto de uma vivência religiosa na sociedade, tencionando a obrigatoriedade da lei 10.639/03 nas escolas como reparação das humanidades vilipendiadas por conta do racismo estrutural na sociedade brasileira inclusive no culto religioso, observa-se a arte como conhecimento, a obra de arte como pensamento demandando uma educação dos sentidos, prática continuada com base na ciência dos sentidos que sugere o diálogo das mesmas práticas na educação formal. Em uma epistemologia da gira, maneira de cantar a vida, de pintar a vida e descolonizar a mente, promove-se o uso da arte afrodescendente, macumbeira, fonte criativa e inspiradora, para escrever uma história que visita os antepassados por via de um método estético, tendo a arte como prisma. Proponho um deslocamento da macumba para a obra de arte. A palavra associada ao ritmo, associada a uma performance afro, pensar o mundo partindo da gira em uma educação afro que explora a arte como conhecimento e direito humano.
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