Autarquia e Alteridade:

reflexões sobre as tramas ontológicas ameríndias

  • Larissa Moreira Universidade Federal de São Carlos
Palavras-chave: Cosmologia; Perspectivismo contra o Estado; Xamanismo; Pessoa Ameríndia

Resumo

O mergulho por entre temas da ontologia ameríndia descrito ao longo dessas páginas pretendeu trazer à luz discussões sobre a organização social e política nas sociedades contra o Estado, costurando-as junto aos tópicos centrais da cosmologia e cosmopolítica (corpo, pessoa, xamanismo). O texto, cuja nascente introduz a substância humanidade, flui através de tramas sociais múltiplas e revela o agir de suas ondas: trata-se de afirmar a totalidade e indivisibilidade das sociedades, reforçando, paralelamente, a diferença com as demais. O sujeito que navega a estrutura da sociedade ameríndia, por sua vez, a incorpora enquanto habitus - refletido através e em si -; ninguém existe para além das relações de alteridade. Cada um, entretanto, nutre uma perspectiva particular sobre o mundo; as lentes através das quais cada espécie concebe as dinâmicas reais e sociais orientam relações e interações interpessoais e, para evitar a ascensão de conflitos cósmicos, invoca-se a mediação xamânica. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Moreira, Universidade Federal de São Carlos

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos.

Referências

ALBERT; RAMOS. Pacificando o Branco. Editora Unesp. 2002.
CARNEIRO DA CUNHA. Pontos de vista sobre a floresta amazônica: xamanismo e tradução. Mana. Estudos de Antropologia Social. 1998.
CLASTRES. A Sociedade Contra o Estado. São Paulo. Cosac & Naify. 2003.
_______. Arqueologia da Violência. São Paulo. Cosac & Naify. 2003.
DANOWSKI; VIVEIROS DE CASTRO. Um mundo de gente. In DANOWSKI; VIVEIROS DE CASTRO. Há mundo por vir? São Paulo/Florianópolis: Instituto Socioambiental/ Cultura e Barbárie. 2015.
SEEGER; DA MATTA; VIVEIROS DE CASTRO. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim do Museu Nacional 32:2-19. 1979.
LIMA BARRETO. Waimahsã. Peixes e humanos. Manaus: Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena/EDUA. 2019
______________. Kumuã na kahtiroti-ukuse: uma ‘teoria’ sobre o corpo e o conhecimento prático dos especialistas indígenas do Alto Rio Negro. 2021.
VALENTIM. Talvez eu não seja um homem: antropomorfia e monstruosidade no pensamento ameríndio. CAMPOS - Revista de Antropologia Social. 2017.
VILAÇA. O que significa tornar-se outro. Xamanismo e contato interétnico na Amazônia. RBCS 15(44). 2000.
VIVEIROS DE CASTRO. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. 1996. In: Alliez (Org.). Gilles Deleuze: uma vida filosófica. São Paulo: 34. 2000.
_____________________. Os Involuntários Da Pátria. ARACÊ – Direitos Humanos em Revista. Ed. 4. Vol. 5. 2017.
_____________________. O intempestivo, ainda. In: Clastres. Arqueologia da violência. Tradução de Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify. 2011.
Publicado
2024-03-06
Como Citar
Moreira, L. (2024). Autarquia e Alteridade:. Revista Espaço Acadêmico, 23(243), 149-158. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/68663