Móbil e sentimento moral no horizonte transcendental

  • Paulo Borges de Santana Junior Unespar/professor do Colegiado de Filosofia
Palavras-chave: móbil, respeito, lei moral, sentimento moral

Resumo

Entre os intérpretes de Kant, a característica transcendental do móbil moral é tema controverso quer em relação à obscuridade da letra kantiana quer em relação a possibilidade de um sentimento provar sua natureza a priori. Como exemplo dessa dificuldade podemos citar os comentários de Beck (1960) e de Allison (1990).  Nosso objetivo é mostrar que, para superar essas dificuldades, é necessário sublinhar uma importante reformulação do assunto entre a Fundamentação e C2. A partir disso, poderemos defender a hipótese de que, no terceiro capítulo da Analítica de C2, mesmo sendo um sentimento e não conseguindo ser deduzido da lei moral, o respeito ganha uma argumentação que provaria a sua natureza transcendental.

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Biografia do Autor

Paulo Borges de Santana Junior, Unespar/professor do Colegiado de Filosofia

Professor do Colegiado de Filosofia da Universidade Estadual do Paraná (Unespar-União da Vitória). Doutor em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP, 2022), tese realizada junto com um estágio de pesquisa no exterior, vinculado ao grupo NoSoPhi da Universidade Paris I (Panthéon-Sorbonne, ano letivo 2018-19). Mestre em filosofia (FFLCH/USP, 2015); Bacharel e Licenciado em filosofia (FFLCH/USP, 2011-2012). Dedica-se desde o mestrado a uma interpretação sistemática da filosofia kantiana com um foco na noção de crítica. Mais recentemente, interessa-se pelas temáticas da área de Ensino de Filosofia e de Filosofia da Educação.

Referências

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Publicado
2024-03-06
Como Citar
Santana Junior, P. B. de. (2024). Móbil e sentimento moral no horizonte transcendental. Revista Espaço Acadêmico, 23(243), 18-26. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/70989
Seção
ESPECIAL - Immanuel Kant – 300 anos. Org.: Prof. Dr. Renato Nunes Bittencourt.