CHAMADA TEMÁTICA: "QUESTÕES E POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA PRODUÇÃO DA VIDA COMO OBRA DE ARTE"

2025-06-24

CHAMADA TEMÁTICA: QUESTÕES E POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA PRODUÇÃO DA VIDA COMO OBRA DE ARTE

 

Proponentes:

Prof. Dr. Danilo Araujo de Oliveira – Universidade Federal de Maranhão (PPGE/UFMA)

Prof. Dr. Rafael Honorato – Universidade Estadual da Paraíba (PROFEI/UEPB)

 

Proposta:

Inspirados na noção nietzschiana da vida como obra de arte, que desloca a estética do domínio das belas-artes para a própria existência, compreendendo-a como criação contínua que resiste à normalização e à fixidez dos modelos instituídos, mobilizamos nesta chamada temática a pergunta foucaultiana: "Não poderia a vida de todos se transformar numa obra de arte?" — com o objetivo de reunir pesquisas que compreendam o currículo como experiência ética-estética-política-poética de produção da vida como obra de arte. Nesse horizonte, a estética não se reduz a um ideal de beleza ou harmonia, mas diz respeito ao próprio ato de viver como criação, como destaca Rosa Dias (2011) ao comentar sobre Nietzsche. A estética, nesse sentido, se entrelaça com a ética, ao implicar decisões sobre como viver; com a política, ao questionar os dispositivos que regulam corpos, vozes e experiências; e com a poética, ao abrir espaço para a invenção de novos sentidos que desestabilizam verdades fixadas. Afirmar a vida no currículo, nesse sentido, implica tensionar as formas de sujeição que nele operam, sobretudo nos corpos precarizados e naqueles historicamente desvalorizados, excluídos e silenciados pelas discursividades normativas, além de produzir brechas para que outras maneiras de existir e ensinar possam emergir. Trata-se de pensar uma docência que não se restrinja à reprodução de conteúdos, à adaptação ou à implementação de diretrizes curriculares, mas que se configure como prática ética-estética-política-poética, comprometida com a invenção de outras possibilidades de aprender e viver juntos. Nessa direção, Marlucy Paraíso (2010) defende que a vida de muitas pessoas depende dos currículos, e, por isso, interessa-nos textos que problematizem sobre como essa forma estética de vida pode contribuir para pensar uma docência que seja artista e comprometida com a vida das pessoas que dependem do currículo. Lançamos, assim, algumas perguntas mobilizadoras: Como pensar a produção curricular para a constituição da vida como obra de arte? Como construir currículos que rompam com a rigidez disciplinar e a normatividade pedagógica? Como fazer um currículo que queira e afirme a vida como obra de arte? Entre outras questões que nos façam romper com a lógica disciplinar e a racionalidade normalizadora, abrindo espaço para as estéticas da existência que Foucault (1995) descreve — modos de ser que contestam os discursos que limitam quem pode falar, existir e criar.

 

Referências

CORAZZA, Sandra. O que quer um currículo. Pesquisas pós-críticas em educação. Petrópolis: Vozes, 2001.

DIAS, Rosa. Nietzsche, vida como obra de arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Diferença no currículo. Cadernos de pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 140, p. 587-604, 2010.

FOUCAULT, Michel. Sobre a genealogia da ética: uma revisão do trabalho. In: DREYFUS, Hubert; RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica. Para além do estrutu­ralismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 253-278

 

ATENÇÃO:

Os artigos deverão seguir as normas apresentadas nas Diretrizes para Autores da Revista Imagens da Educação, da Universidade Estadual de Maringá, no seguinte endereço eletrônico:

https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/about/submissions

 

As submissões deverão ser feitas em:

https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/login

 

Para que o trabalho seja identificado no sistema de submissão, no campo informações/comunicado para o editor, coloque Chamada temática – “Questões e políticas de currículo para produzir a vida como obra de arte”, seguido do título do trabalho.

 

Período de submissão: De 01 de julho a 30 de novembro de 2025.

 

Publicação: n. 16, v. 1, março de 2026.

 

Editoras responsáveis: Profa. Dra. Solange Franci Raimundo Yaegashi (e-mail: sfryaegashi@uem.br) e Profa. Dra. Terezinha Oliveira (e-mail: toliveira@uem.br)