“SE FUI TRISTE, NÃO ME LEMBRO!”
RESISTÊNCIAS E SUBJETIVAÇÕES NAS AULAS DE HISTÓRIA
Resumo
Nosso propósito inicial, neste artigo, é construir o debate que tomou forma a partir da decisão de uma professora de História de uma escola pública federal de realizar uma visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Uma atividade educativa que gerou dois efeitos. Por um lado, a reação por parte de alguns pais e responsáveis que atacaram a professora e a atividade, com postagens nas redes sociais e denúncias na Ouvidoria da Universidade à qual a escola é vinculada. Por outro, a organização de experiências didáticas como resistência aos ataques feitos a ela e à sua atividade pedagógica. Esses dois aspectos nos conduziram ao foco principal de análise: as subjetivações discentes que emergiram a partir dos dois eventos pedagógicos. Nesse sentido, colocamos em discussão os efeitos do conservadorismo naquilo em que, comumente, ele não é tratado, ou seja, nas inventividades que eles suscitam como potencialidades das escolas. Para isso, mobilizaremos teóricos das perspectivas pós-fundacional e pós-estruturalista para pensar o combate profícuo pela História, pelos ofícios de historiador e de professor de História e pelo direito de nossos alunos e alunas terem acesso ao conhecimento historiográfico na escola como ferramenta para criar e recriar mundos possíveis.
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Referências
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