A FUNÇÃO PROFANATÓRIA DA PSICANÁLISE E DA ARTE
Résumé
Este trabalho discute as relações entreos “dispositivos” atuais do capitalismo (Agamben, 2009) e seus efeitos de angústia, impeditivos da constituição de sujeitos singulares e desejantes, apontando a psicanálise e a arte como lugares de “profanação” destes dispositivos, pela ênfase que conferem à singularidade e à criação. Lacan, em O Seminário, livro 10: A angústia (1962-1963), indica que podemos estabelecer relações entre as diferentes formas de manifestação da angústia e as flutuações sócio-históricas. Em outras palavras, afirma que é possível constatar que a natureza desta forma de sofrimento psíquico está vinculada aos impactos dos dispositivos de normatividade social sobre a constituição dos indivíduos. Em nossos tempos, diz o autor, “os espaços infinitos empalideceram por trás das letrinhas”, referindo-se aos efeitos próprios das relações entre o capitalismo e a ciência moderna que hoje produzem formas de angústia caracterizadas pelo sentimento de perda de horizontes de referência, pelo sofrimento sem endereço, sem Outro, que retrata bem a afânise do sujeito na atual conjuntura em que a angústia é registrada com palavras novas: estresse, pânico, traumatismo, pressão ou depressão. Mal estarque evidencia a homogeinização, a prisão aos clichês, que agenciam a impossibilidade de narrar e de nomear, de se dizer como sujeito desejante, exilado que se está de sua subjetividade.Téléchargements
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