Problematizando as noções de vulnerabilidade e risco social no cotidiano do SUAS
Resumo
Este ensaio, elaborado a partir das reflexões da autora, tem como objetivo discutir as noções de vulnerabilidade e risco social que integram os documentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), enfocando os efeitos que emergem do uso dessas noções no cotidiano dos profissionais em suas intervenções com as famílias. Nesse contexto, problematizam-se os riscos presentes nessas conexões que podem tornar os profissionais vulneráveis e cujo desconhecimento pode diminuir a capacidade das equipes e também o protagonismo e a autonomia das famílias. São eles o risco da psicologização, o risco da desqualificação, o risco da sobrecarga das mulheres e o risco da ressonância da vulnerabilidade. Concluí-se que o maior risco é o risco de maltrato à vida que se sustenta em atuações que podem encobrir práticas morais e resultar em relações de tutela e de assujeitamentos, impedindo relações de cuidado que se efetuam na intercessão, no encontro entre modelos e forças, permitindo a consolidação do SUAS de forma potente.
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