REPRESENTAÇÕES MATERNAS NO CONTEXTO DO HIV: GESTAÇÃO AO SEGUNDO ANO DA CRIANÇA

  • Evelise Rigoni Faria Grupo Hospitalar Conceição
  • Cesar Augusto Piccinini Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Palavras-chave: HIV, relações mãe-criança, maternidade.

Resumo

O estudo investigou a relação mãe-bebê no contexto do HIV, da gestação ao segundo ano da criança, a partir das representações maternas. Participaram quatro mães soropositivas, entre 19 e 39 anos, entrevistadas na gestação e aos 3, 12 e 24 meses da criança. Análise de conteúdo qualitativa examinou os relatos maternos com base em duas categorias de representações: sobre si mesma e sobre o bebê. Os resultados indicaram que a relação mãe-bebê foi acompanhada de satisfações e desafios associados à maternidade, ao desenvolvimento infantil e à convivência com HIV. As representações sugeriram, inicialmente, um bebê vulnerável e uma mãe com sentimentos de culpa, temendo o preconceito e o estigma associado à infecção. Ao longo do tempo, as representações indicaram uma criança fortalecida e uma mãe mais segura frente à infecção e à maternidade. Preocupações com o HIV foram menos enfatizadas diante dos desafios impostos pelo desenvolvimento infantil, sobretudo entre mães que aceitavam o diagnóstico e focavam o seu enfrentamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Evelise Rigoni Faria, Grupo Hospitalar Conceição

Psicóloga (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS) , Especialista em Saúde Mental (Grupo Hospitalar Conceição - GHC), Mestre e Doutora  em Psicologia do PPG-Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é psicóloga do Grupo Gospitalar Conceição (GHC).

Referências

Brasil/MS, Ministério da Saúde (2010). Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia antirretroviral em gestantes. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais.

Brasil/MS, Ministério da Saúde. (2014). Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e AIDS.

D'Auria, J., Christian, B., & Miles, M. (2006). Being there for my baby: Early responses of HIV-infected mothers with an HIV-exposed infant. Journal of Pediatric Health Care, 20(1), 11-18.

Faria, E. & Piccinini, C. (2010). Maternidade no contexto do HIV/AIDS: Gestação e terceiro mês de vida do bebê. Estudos de Psicologia-Campinas, 27(2), 147-159.

Gonçalves, T. (2011). Maternidade e HIV/AIDS no contexto de uma intervenção psicoeducativa na gestação. Unpublished doctoral dissertation, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, Porto Alegre.

Gonçalves, T. & Piccinini, C. (2008). Experiência da maternidade no contexto do HIV/AIDS aos três meses de vida do bebê. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(4), 459-470.

Kelly, C., Alderdice, F., Lohan, M., & Spence, D. (2013). “Every pregnant woman needs a midwife”-The experiences of HIV affected women in maternity care. Midwifery, 29(2), 132-138.

Lazarus, R., Struthers, H., & Violari, A. (2009). Hopes, fears, knowledge and misunderstandings: Responses of HIV-positive mothers to early knowledge of the status of their baby. AIDS Care, 21(3), 329-334.

Laville, C. & Dione, J. (1999). A construção do saber: Manual de metodologia de pesquisa em ciências humanas (H. Monteiro & F. Settineri, Trans.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Liamputtong, P. & Haritavorn, N. (2014). “My life as Mae Tid Chua [mothers who contracted HIV disease]”: Motherhood and women living with HIV/AIDS in central Thailand. Midwifery, 30(12), 1166-1172.

Nothling, J., Martin, C., Laughton, B., Cotton, M., & Seedat, S.(2013). Maternal post-traumatic disorder, depression and alcohol dependence and child behaviour outcomes in mother-child dyads infected with HIV: a longitudinal study. BMJ Open, 3(12), 1-10.

Oswalt, K. & Biasini, F. ( 2012). Characteristics of HIVinfected mothers associated with increased risk of poor mother-infant interactions and infant outcomes. Journal of Pediatric Health Care, 26(2), 83-91.

Referência de projeto ocultada

Shannon, M., Kennedy, H., & Humphreys, J. (2008). HIV-infected mothers' foci of concern during the viral testing of their infants. Journal of the Association of Nurses in AIDS Care, 19(2), 114-126.

Stake, R. (1994). Case studies. In N. Denzin & Y. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (pp. 236-247). Londres: Sage.

Stern, D. (1991). Maternal representations: A clinical and subjective phenomenological view. Infant Mental Health Journal, 12(3), 174-186.

Stern, D. (1992). O mundo interpessoal do bebê: Uma visão a partir da Psicanálise e da Psicologia do Desenvolvimento (M.A. Veronese, Trans.). Porto Alegre: Artes Medicas. (Original work published 1985).

Stern, D. (1997). A constelação da maternidade: O panorama da psicoterapia pais-bebê (M.A. Veronese, Trans.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Trocme, N., Courcoux, M., Tabone, M., Leverger, G., & Dollfus, C. (2013). Impact of maternal HIV status on family constructions and the infant's relational environment during the perinatal period. Archives de pediatrie, 20(1), 1-8.

Publicado
2016-05-25
Como Citar
Faria, E. R., & Piccinini, C. A. (2016). REPRESENTAÇÕES MATERNAS NO CONTEXTO DO HIV: GESTAÇÃO AO SEGUNDO ANO DA CRIANÇA. Psicologia Em Estudo, 20(4), 625-637. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v20i4.28749
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus