REPRESENTAÇÕES MATERNAS NO CONTEXTO DO HIV: GESTAÇÃO AO SEGUNDO ANO DA CRIANÇA
Resumo
O estudo investigou a relação mãe-bebê no contexto do HIV, da gestação ao segundo ano da criança, a partir das representações maternas. Participaram quatro mães soropositivas, entre 19 e 39 anos, entrevistadas na gestação e aos 3, 12 e 24 meses da criança. Análise de conteúdo qualitativa examinou os relatos maternos com base em duas categorias de representações: sobre si mesma e sobre o bebê. Os resultados indicaram que a relação mãe-bebê foi acompanhada de satisfações e desafios associados à maternidade, ao desenvolvimento infantil e à convivência com HIV. As representações sugeriram, inicialmente, um bebê vulnerável e uma mãe com sentimentos de culpa, temendo o preconceito e o estigma associado à infecção. Ao longo do tempo, as representações indicaram uma criança fortalecida e uma mãe mais segura frente à infecção e à maternidade. Preocupações com o HIV foram menos enfatizadas diante dos desafios impostos pelo desenvolvimento infantil, sobretudo entre mães que aceitavam o diagnóstico e focavam o seu enfrentamento.Downloads
Referências
Brasil/MS, Ministério da Saúde (2010). Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia antirretroviral em gestantes. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais.
Brasil/MS, Ministério da Saúde. (2014). Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e AIDS.
D'Auria, J., Christian, B., & Miles, M. (2006). Being there for my baby: Early responses of HIV-infected mothers with an HIV-exposed infant. Journal of Pediatric Health Care, 20(1), 11-18.
Faria, E. & Piccinini, C. (2010). Maternidade no contexto do HIV/AIDS: Gestação e terceiro mês de vida do bebê. Estudos de Psicologia-Campinas, 27(2), 147-159.
Gonçalves, T. (2011). Maternidade e HIV/AIDS no contexto de uma intervenção psicoeducativa na gestação. Unpublished doctoral dissertation, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, Porto Alegre.
Gonçalves, T. & Piccinini, C. (2008). Experiência da maternidade no contexto do HIV/AIDS aos três meses de vida do bebê. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(4), 459-470.
Kelly, C., Alderdice, F., Lohan, M., & Spence, D. (2013). “Every pregnant woman needs a midwife”-The experiences of HIV affected women in maternity care. Midwifery, 29(2), 132-138.
Lazarus, R., Struthers, H., & Violari, A. (2009). Hopes, fears, knowledge and misunderstandings: Responses of HIV-positive mothers to early knowledge of the status of their baby. AIDS Care, 21(3), 329-334.
Laville, C. & Dione, J. (1999). A construção do saber: Manual de metodologia de pesquisa em ciências humanas (H. Monteiro & F. Settineri, Trans.). Porto Alegre: Artes Médicas.
Liamputtong, P. & Haritavorn, N. (2014). “My life as Mae Tid Chua [mothers who contracted HIV disease]”: Motherhood and women living with HIV/AIDS in central Thailand. Midwifery, 30(12), 1166-1172.
Nothling, J., Martin, C., Laughton, B., Cotton, M., & Seedat, S.(2013). Maternal post-traumatic disorder, depression and alcohol dependence and child behaviour outcomes in mother-child dyads infected with HIV: a longitudinal study. BMJ Open, 3(12), 1-10.
Oswalt, K. & Biasini, F. ( 2012). Characteristics of HIVinfected mothers associated with increased risk of poor mother-infant interactions and infant outcomes. Journal of Pediatric Health Care, 26(2), 83-91.
Referência de projeto ocultada
Shannon, M., Kennedy, H., & Humphreys, J. (2008). HIV-infected mothers' foci of concern during the viral testing of their infants. Journal of the Association of Nurses in AIDS Care, 19(2), 114-126.
Stake, R. (1994). Case studies. In N. Denzin & Y. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (pp. 236-247). Londres: Sage.
Stern, D. (1991). Maternal representations: A clinical and subjective phenomenological view. Infant Mental Health Journal, 12(3), 174-186.
Stern, D. (1992). O mundo interpessoal do bebê: Uma visão a partir da Psicanálise e da Psicologia do Desenvolvimento (M.A. Veronese, Trans.). Porto Alegre: Artes Medicas. (Original work published 1985).
Stern, D. (1997). A constelação da maternidade: O panorama da psicoterapia pais-bebê (M.A. Veronese, Trans.). Porto Alegre: Artes Médicas.
Trocme, N., Courcoux, M., Tabone, M., Leverger, G., & Dollfus, C. (2013). Impact of maternal HIV status on family constructions and the infant's relational environment during the perinatal period. Archives de pediatrie, 20(1), 1-8.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.