OBJETO A COMO PARADIGMA METODOLÓGICO DE PESQUISA EM PSICANÁLISE
Resumo
Destacando a importância da singularidade em oposição a certa concepção totalitária e onipotente do universal, o artigo propõe uma tomada do conceito lacaniano de objeto a como articulador de uma metodologia de pesquisa propriamente psicanalítica. Seguindo os diversos ensinamentos de método pronunciados por Lacan (1962-63/2005) em O Seminário, livro 10: a angústia – momento precioso para assunção do objeto a – pretendemos traçar como esse conceito (que em seu cerne destaca o caráter de irrepresentabilidade) pode ser o mediador de outros objetos, de modo a fornecer um modus operandi para a tarefa contínua de encontrar representações provisórias e singularizadas para a falta colocada pelo irrepresentável da castração, oferecendo possibilidades metodológicas para a pesquisa teórica e clínica, de modo a localizar a função de causa de desejo desse objeto como central no conhecimento. Tal perspectiva está de acordo com a tese lacaniana de que o real, mais do que passível de conhecimento, se apresenta no registro da mostração.
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