MOTIVAÇÕES PARA A MANUTENÇÃO DO CASAMENTO
Resumo
Os casamentos longevos constituem fonte importante para se investigar a dinâmica conjugal e suas transformações ao longo do tempo. Este estudo objetivou compreender as principais motivações ou explicações para a manutenção do casamento em uniões de longa duração. Com cada um dos 25 casais unidos há mais de 30 anos foram realizadas três entrevistas, sendo duas individuais e uma com a díade, totalizando 75 entrevistas em profundidade, analisadas a partir da literatura científica na área da conjugalidade. As motivações se estruturam ora acerca de aspectos individuais, ora acerca de elementos compartilhados pelo par, ora acerca de componentes procedentes do próprio casamento, revelando notadamente a afetividade e a ideia herdada de indissolubilidade do laço conjugal como explicações essenciais à manutenção do relacionamento. Assim, as motivações parecem ser direcionadas pelas experiências afetivas, como as vivências próprias, dos antepassados e das redes sociais próximas, incluindo a religião, que reafirmam o casamento em seu caráter tradicional e indissolúvel.
Downloads
Referências
Alves-Silva, J. D., Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2016). Conjugalidade e casamentos de longa duração na literatura científica. Contextos Clínicos, 9(1), 32-50.
Alves-Silva, J. D., Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2017). Bodas para uma vida: motivos para manter um casamento de longa duração. Temas em Psicologia, 25(2), 487-501. doi: 10.9788/TP2017.2-05
Araújo, M. F. (2005). Diferença e igualdade nas relações de gênero: Revisitando o debate. Psicologia Clínica, 17(2), 41-52.
Ariès, P. (1987). O amor no casamento. In P. Ariès, & A. Béjin (Orgs.), Sexualidades ocidentais (pp. 153-162). São Paulo: Brasiliense.
Bardin, L. (1977/2010). Análise de conteúdo (L. A. Reto & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70.
Bauman, Z. 2004. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar.
Borges, C. C., Magalhães, A. S., & Féres-Carneiro, T. (2014). Liberdade e desejo de constituir família: percepções de jovens adultos. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 66(3), 89-103.
Carstensen, L. L., Gottman, J. M., & Levenson, R. W. (1995). Emotional behavior in long-term marriage. Psychology and Aging, 10, 140-149. doi:10.1037/0882-7974.10.1.140
Carvalho, F. C. G., & Paiva, M. L. S. C. (2010). O olhar de três gerações de mulheres a respeito do casamento. Boletim de Psicologia, 59(131), 223-235.
Costa, C. B., & Mosmann, C. P. (2015). Relacionamentos conjugais na atualidade: Percepções de indivíduos em casamentos de longa duração. Revista da SPAGESP, 16(2), 16-31.
Féres-Carneiro, T., & Diniz Neto, O. (2010). Construção e dissolução da conjugalidade: Padrões relacionais. Paidéia (Ribeirão Preto), 20(46), 269-278.
Fonseca, S. R. A., & Duarte, C. M. N. (2014). Do namoro ao casamento: Significados, expectativas, conflito e amor. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(2), 135-143. doi: 10.1590/S0102-37722014000200002
Gallagher, I. M., Féres-Carneiro, T., & Henriques, C. R. (2013). Planos para o futuro: percepções de filhos adultos coabitantes com os pais. Revista da SPAGESP, 14(2), 4-18.
Garcia, M. L. T., & Tassara, E. T. O. (2003). Problemas no casamento: Uma análise qualitativa. Estudos de Psicologia, 8(1), 127-133.
Grizólio, T. C., Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2015). The perception of parenthing couples engaged in long-term marriages. Psicologia em Estudo, 20(4), 663-674.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2013). Estatística do Registro Civil 2013. Rio de Janeiro, Autor. Retirado de http://loja.ibge.gov.br/ estatisticas-do-registro-civil-2013.html
Karney, B. R., & Bradbury, T. N. (1995). The longitudinal course of marital quality and stability: A review of theory, method, and research. Psychological Bulletin, 118, 3-34. doi: 10.1037/0033-2909.118.1.3
Landis, M., Peter-Wight, M., Martin, M., & Bodenmann, G. (2013). Dyadic coping and marital satisfaction of older spouses in long-term marriage. GeroPsych, 26(1), 39-47. doi: 10.1024/1662-9647/a000077
Margelisch, K., Schneewind, K. A., Violette, J., & Perrig-Chiello, P. (2015). Marital stability, satisfaction and well-being in old age: variability and continuity in long term continuously married older persons. Aging & Mental Health, 1-10. doi: 10.1080/13607863.2015.110219
Meihy, J. C. S. B. (2006). Os novos rumos da história oral: o caso brasileiro. Revista de História, 155(2), 191-203.
Norgren, M. B. P., Souza, R. M., Kaslow, F., Hammerschmidt, H., & Sharlin, S. A. (2004). Satisfação conjugal em casamentos de longa duração: Uma construção possível. Estudos de Psicologia (Natal), 9(3), 575-584.
O’Leary, K. D., Acevedo, B. P., Aron, A., Huddy, L., & Mashek, D. (2012). Is long term love more than a rare phenomenon? If so, what are its correlates? Social Psychological and Personality Science, 3(2), 241-249. doi: 10.1177/1948550611417015
Petrican, R., Moscovitch, M., & Grady, C. (2014). Proficiency in positive vs. negative emotion identification and subjective well-being among long-term married elderly couples. Frontiers in Psychology, 5, 1-20. doi: 10.3389/fpsyg.2014.00338
Rizzon, A. L. C., Mosmann, C. P., & Wagner, A. (2013). A qualidade conjugal e os elementos do amor: Um estudo correlacional. Contextos Clínicos, 6(1), 41-49. doi: 10.4013/ctc.2013.61.05
Rosowsky, E., King, K. D., Coolidge, F. L. Rhoades, C. S., & Segal, D. L. (2012). Marital satisfaction and personality traits in long-term marriages: An exploratory study. Clinical Gerontologist, 35, 77-87. doi: 10.1080/07317115.2011.639855
Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2012). Correlations between subjective wellbeing, dyadic adjustment and marital satisfaction in Brazilian married people. The Spanish Journal of Psychology, 15(1), 166-176. doi: 10.5209/rev_SJOP.2012.v15.n1.37304
Singly, F. (2005). Le soi, le couple et la famille. Paris: Armand Colin.
Zordan, E. P., & Wagner, A. (2009). Projetos vitais de adultos jovens solteiros: Uma reflexão sobre o lugar do casamento. Contextos Clínicos, 2(2), 91-96. doi: 10.4013/ctc.2009.22.03
Zordan, E. P., Falcke, D., & Wagner, A. (2009). Casar ou não casar? Motivos e expectativas com relação ao casamento. Psicologia em Revista, 15(2), 56-76.
Wagner, A., & Falcke, D. (2001). Satisfação conjugal e transgeracionalidade: Uma revisão teórica sobre o tema. Psicologia Clínica, 13(2), 1-15. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000300015
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.