SITUAÇÕES DE SUICÍDIO: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO JUNTO A PAIS ENLUTADOS

  • Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Luto, suicídio, psicologia clínica

Resumo

Com o tema da clínica psicológica em situações de suicídio, mais especificamente o da atuação do psicólogo junto a pais enlutados, pretendemos defender que a formação em psicologia pode favorecer conhecimentos e experiências diferenciados de outros saberes. Para alcançarmos nosso objetivo, analisamos publicações, reportagens e entrevistas com pais afetados pelo acontecimento. Assim, temas como a morte, o luto, a saudade e a clínica psicológica foram desenvolvidas mediante uma revisão narrativa da literatura de publicações científicas.  Em conclusão, pretendemos defender a possibilidade de uma prática psicológica para além dos manuais, os quais prescrevem ao profissional os comportamentos a serem expressos nas situações referidas. Ir além dos manuais significa poder acompanhar a experiência de luto sem jargões ou simbolismos meramente técnicos, ou seja, poder, na própria experiência de luto, em uma atitude serena e paciente, tal como desenvolvida por Kierkegaard e Heidegger, permanecer junto à dor ou ao sofrimento, sustentando a possibilidade de um momento epifânico, como nos mostra Clarice Lispector.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Professor Adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Departamento de Psicologia Clínica e Pós-graduação em Psicologia Social

Referências

American Association of Suicidology (2018). Public Policy Award. ttp://www.suicidology.org/Portals/14/RepNapolitanoReleaseAAS18.pdf.

American Psychiatric Association. (1995). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSMIV. (D. Batista, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas.

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. DSM5. (M. I. C. Nascimento, trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. Basso, L. A., & Marin, A. H.

Botega, N. J. (2015). Crise suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed.

Brice, C. W. (1991). What forever means: an empiricalexistential-phenomenological investigation of maternal mourning. Journal of Phenomenological Psychology, 22,16-38.

Campos E. (2018). O sonho de Adélia Prado: uma experiência da saudade como repetição em Kierkegaard. Disponível em www.IFEN.com.br

Conselho Federal de Psicologia, (2013). O Suicídio E Os Desafios Para a Psicologia. Conselho Federal de Psicologia. Brasília: Conselho Federal de Psicologia.

Dapieve, A. (2017). Morreu na contramão. Petrópolis: Zahar

Critchley, S. (2015). Notes on suicide. London: Fitzcarraldo Editions.

Esslinger, I. (2008). O impacto do suicídio na família. In M. J. Kovács & I. Esslinger (Org.), Dilemas Éticos. (pp. 23-30). São Paulo: Loyola.

Feijó, M. (1998). Suicídio: entre a razão e a loucura. São Paulo: Lemos Editorial.

Feijoo, A.M. (2017). Suicide Attempt: A Phenomenological Hermeneutic Perspective. London: ECRONICON, pp. 33-42.

Feijoo, A.M. (2018). Suicídio: entre o morrer e o viver. Rio de Janeiro: IFEN

Ferro, N. & Carvalho (2007). S. Kierkegaard: adquirir a sua alma em paciência. Coleção Teofanias. Évora: Editora Assírio & Alvim

Fogel, G. (2017). O desaprendizado do símbolo: ou da experiência da linguagem. Rio de Janeiro: Mauad.

Freitas, J. L. (2018). Luto, pathos e clínica: uma leitura fenomenológica. Psicologia: USP, 29 (1), I 50-57

Fukumitsu,K. M. J. (2016). Especificidades sobre o processo de luto frente ao suicídio. (U. d. Paulo, Ed.) Psico.

Heidegger, M. (1959). Serenidade. Lisboa : Instituto Piaget. Maria Madalena Andrade &Olga Santos, Trad.). Lisboa : Instituto Piaget.

Heidegger. M. (1998). Ser e tempo. (Márcia de Sá Cavalcanti, Trad.). Petrópolis: Vozes. (Original publicado em 1927).

Kierkegaard, S. (2001). Dois discursos edificantes de 1844. ( Henri Nicolay Levinspuhl, Trad.).

Petrópolis: Henri Nicolay Levinspuhl. (Original publicado em 1844).

Kierkegaard, S. (2009). La Repetición. (Herederos De D. Rivero, Trad.)Madrid: Editora Alianza. (Original publicado em 1842)

.Kovács, M. J. (2015). Morte e Desenvolvimento Humano, São Paulo: Casa do Psicólogo.

Lispector, C. (1997). A hora da estrela. In. Laços de Família. Rio de Janeiro: Editora Rocco

Minois, G. (1995). História do Suicídio: A sociedade ocidental perante a morte. Lisboa: Teorema Portugal.

Martins, S. A. R., & Leão, M. F. (2010). Análise dos fatores envolvidos no processo de luto das famílias nos casos de suicídio. Revista Mineira de Ciências da Saúde. Patos de Minas: UNIPAM, 2, 123-135.

Organização Mundial de Saúde [OMS]. (2017). World Health Statistics data visualizations dashboard. Acesso em 15 de junho de 2017, em: http://apps.who.int/gho/data/node.sdg.3-4-viz-2?lang=en

Sousa, G; Santos, M., Silva, A; Perrel, J & Sougey, E (2017). Revisão da literatura sobre o suicídio na infância. Ciência e Saúde Coletiva, 22(9), 3099-3110.

Tavares, F. (2018). A dor sem nome. Editora Globo: Época. 16/04/2018, pp 62-69.

Vilardaga, V. & Cavicchioli, G. (2018). Sonhos interrompidos. Editora Três: Isto É.

Publicado
2021-02-09
Como Citar
Lopez Calvo de Feijoo, A. M. (2021). SITUAÇÕES DE SUICÍDIO: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO JUNTO A PAIS ENLUTADOS. Psicologia Em Estudo, 26. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v26i0.44427
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus