AUTONOMIA POLÍTICA COMO PRÁTICA DE CUIDADO: A GRAMÁTICA DA EDUCAÇÃO ZAPATISTA

  • Maya Aguiluz Ibargüen Universidade Autónoma do México - UNAM
  • Rafael Siqueira de Guimarães Universidade Federal do Sul da Bahia
Palavras-chave: Educação zapatista;, escola;, infância.

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir, com bases em diferentes registros, a gramática presente na discursividade de informes oficiais do Movimento Zapatista, no que tange especificamente à educação zapatista, em especial desde a noção de autonomia como modo de organizar esta dimensão da vida em sociedade, entendendo a autonomia como resistência à tutela do Estado na gestão da escola e, micropoliticamente, a ruptura da tutela do processo educativo pelo promotor de educação. Observamos, a partir do estudo das Declarações da Selva Lancadona e da Escuelita Zapatista, que estas fundam-se numa crítica aos modelos estatais de governo da educação, refutando a perspectiva intercultural, defendendo a pluridiversidade. Este modo de compreender o processo educativo, e o modo de praticar o cuidado nos leva a uma compreensão mais ampla para a psicologia, refletindo sobre possibilidades de conexão entre novas invenções psi no trabalho junto à infância e à psicologia da educação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Siqueira de Guimarães, Universidade Federal do Sul da Bahia

Doutor em Sociologia (UNESP). Professor Adjunto na Universidade Federal do Sul da Bahia e do Programa de pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia.

Referências

Abdel-Moneim, S. .G. (2002). O Ciborgue Zapatista: tecendo a poética virtual de resistência no Chiapas cibernético. Estudos feministas, 1(20), 39-64.

Alkimin, F. .M. (2017). Por uma geografia da autonomia: a experiência de autonomia territorial zapatista em Chiapas, México. Fapesp.

Anzaldúa, G. (2015). Borderlands/La frontera: la nueva mestiza. Universidad Nacional Autónoma de México.

Baronnet, B. (2009). De eso que los zapatistas no llaman educación intercultural. In Medina, P (Ed), Saberes para la Acción en Educación de Adultos (pp. 31-37). CREFAL

Baronnet, B. (2015). La Educación Zapatista como Base de la Autonomía en el Sureste Mexicano. Educação & Realidade, 40(3), 705-723.

Baronnet, B. (2018). De eso que los zapatistas no llaman educación intercultural. Decisio, 1(24), 103-110.

Brancaleone, C. (2012). Sobre o significado de experiência de autogoverno zapatista. (Tese de Doutorado). Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Batalla, G. .B. (2005). México profundo: una civilización negada. De Bolsillo.

Corazza, S.M. (2002). Infância e educação: era uma vez...quer que conte outra vez? Petrópolis: Vozes.

Cruz, L & Guareschi, N. (2004). Sobre a psicologia no contexto da infância: da psicopatologização à inserção política. Aletheia, 1(20), 77-90.

Díaz-Polanco, H.G. (1997). La rebelión zapatista y la autonomía. Siglo XXI.

Escuelita Zapatista (2013). Gobierno autónomo. Cuaderno de texto de primer grado del curso de “La libertado según l@s zapatistas”.

EZLN (1993). Primera Declaración de la Selva Lacandona. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.

EZLN (1994) . Segunda Declaraciónde la Selva Lacandona. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.

EZLN (1995). Tercera Declaración de la Selva Lacandona. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.
EZLN (1996). Cuarta Declaración de la Selva Lacandona. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.

EZLN (1998). Quinta Declaración de la Selva Lacandona. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.

EZLN (2001). Palabras del EZLN el día 11 del marzo del 2001 en el Zócalo de la Ciudad de México. http://www.ezlnaldf.org/comunica/01031101.htm

EZLN (2005). Sexta Declaración de la Selva Lacandona. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.

EZLN (2021). Declaración... por la vida. http://enlacezapatista.ezln.org.mxorg.mx/.

Foucault, M. (1985). História da sexualidade: o cuidado de si. (10th ed.). Graal.

Grossfoguel, R. (2016). A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Revista Sociedade e Estado, 31(1), 25-49.

Guimarães, R.S. (2017). Por uma Psicologia decolonial: (des) localizando conceitos. In Rasera et al (Eds), Democracia participativa, estado e laicidade: psicologia social e enfrentamentos em tempos de exceção (pp. 263-276). ABRAPSO.

Lara, H.G. (2011). Procesos educativos y re significación de identidades en los Altos de Chiapas. Juan Pablos Editor.

Libaneo, J. .C. (2008). Alguns aspectos da política educacional do governo Lula e sua repercussão no funcionamento das escolas. Revista HISTEDBR , 1(32), 168-178.

Mignolo, W. (2016). Hacer, pensar y vivir la decolonialidad. Navarra.

Montes, C.S. (2019). La escuela zapatista: educar para autonomía y la emancipación. Alteridad: Revista de Educación, 14(1), 109-121.

Morel, A. P.M. (2018). Caminhar perguntando: a educação autônoma zapatista. Aleph, 1(31), 487-508.

Muñoz, K. .O. (2015). (Re)pensar el Derecho y la noción del sujeto indio(a) desde una mirada descolonial. Revista Internacional de Comunicación y Desarrollo, 1(4), 47-60.

Narvaéz, R. .G. (2018). Impactos del zapatismo en la escuela: análisis de la dinamica educativa en Chiapas (1994-2004). LiminaR, 4(1), 92-111.

Orlandi, E. (2012). Discurso e Leitura. (9th ed.). Cortez.

Patto, M. H.S. (1999). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. T A Queiroz.

Pavón.Cuellar, D, & Arroyo-Ortega, J. (2015). El Ejército Zapatista de Liberación Nacional y su crítica de las psicologías conformista, despótica y desmemoriada. Estudos de Psicologia (Campinas), 32(3), 557-568.

Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In Lander, E (Ed), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latinoamericanas (pp. 107-130). CLACSO.

Rolnik, S. (1989). Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. (2nd ed.). Sulina.

Weber, K. (2002). El color de la tierra: la imagen zapatista de los seres humanos y sus implicaciones para una psicología progresista. Nómadas, 1 (6).http://pendientedemigracion.ucm.es/info/nomadas/6/kweber.htm
Publicado
2022-04-04
Como Citar
Ibargüen, M. A., & Guimarães, R. S. de. (2022). AUTONOMIA POLÍTICA COMO PRÁTICA DE CUIDADO: A GRAMÁTICA DA EDUCAÇÃO ZAPATISTA. Psicologia Em Estudo, 27. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.58967
Seção
Dossiê

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus