REINSERÇÃO FAMILIAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM TRÊS ESTADOS BRASILEIROS

Resumo

A reinserção familiar após um período de acolhimento institucional constitui-se em um desafio tanto para a equipe que acolhe quanto para a família. Após a lei 12.010/2009, que determinou tempo de permanência máximo de dois anos, as equipes técnicas passaram a focar na provisoriedade da medida de proteção e planejar a reinserção familiar. Esse estudo objetivou conhecer os procedimentos e desafios de psicólogas da equipe técnica frente ao planejamento e acompanhamento da reinserção de crianças e adolescentes na família de origem. Participaram três psicólogas de acolhimentos institucionais de três cidades do Brasil: Santa Maria/RS, Brasília/DF e Natal/RN. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a partir de um roteiro. Os dados foram analisados qualitativamente e categorizados com o auxílio da análise de conteúdo. Entre os resultados, destaca-se que as profissionais seguem procedimentos para a preparação da reinserção, como o estabelecimento de visitas, encaminhamento da família para rede de proteção e saúde e avaliação periódica das condições da família. Entre os desafios, encontraram-se fatores de risco enraizados, dificuldades econômicas, entre outros. Aperfeiçoamentos são discutidos para maximizar o sucesso da reinserção familiar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Cardoso Siqueira, Universidade Federal de São Carlos e Universidade Federal de Santa MariaAli
Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Docente do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFSM. Pós-doutoranda do PPGPsi da Universidade Federal de São Carlos. Visiting schoolar na University of Maryland 2017-2018.
Fabiana Müller Schmitt, Universidade Federal de Santa Maria
Psicóloga formada pela Universidade Federal de Santa Maria

Referências

Azevedo, T. B. V., Cavalcante, L. I. C., Heumann, S., & Torres, R. F. (2016). Assistência dos cuidadores nas atividades de autocuidado de crianças em acolhimento institucional. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 18(3), 115-126. DOI 10.5935/1980-6906/psicologia.v18n3p115-126.

Azôr, A. M., & Vectore, C. (2008). Abrigar/desabrigar: Conhecendo o papel das famílias nesse processo. Estudos de Psicologia (Campinas), 25(1), 77-89. doi 10.1590/S0103: 166X2008000100008.

Barbosa, V. M. C., Antunes, M. C., & Padilha, M. G. S. (2016). A reinserção familiar de crianças e adolescentes vítimas de violência intrafamiliar em acolhimento institucional por medida de proteção: O abuso sexual em foco. Boletim - Academia Paulista de Psicologia, 36(91), 286-309.

Bardin, L. (2004). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. (Obra original publicada em 1977).

Bernardi, D. C. F. (2010). Famílias em situação de vulnerabilidade. In: D.C.F. Bernardi, (Coord), Cada caso é um caso: Estudos de caso, projetos de atendimento (pp. 32-44). São Paulo: Associação Fazendo História.

Brasil. (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, DF: Casa Civil.

Brasil, Conselho Federal de Serviço Social. (2007). Parâmetro para atuação de assistentes sociais e psicólogos(as) na Política de Assistência Social / Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). Brasília, DF: CFP/CEFESS.

Brasil. (2009a). Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009. Brasília, DF: Casa Civil.

Brasil, Conselho Federal de Psicologia (2009b). Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS). Brasília: DF, CFP.

Brasil, Conselho Nacional de Saúde (2016). Resolução do Conselho nº 510 de 07 de abril de 2016. Retirado de: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf.

Brito, C. O., Rosa, E. M., & Trindade, Z. A. (2014). O processo de reinserção familiar sob a ótica das equipes técnicas das instituições de acolhimento. Temas em Psicologia, 22(2), 401-413. doi 10.9788/TP2014.2-11.

Cavalcante, L. I. C., Silva, S. S. C., & Magalhães, C. M. C. (2010). Institucionalização e reinserção familiar de crianças e adolescentes. Revista Mal-estar e Subjetividade, 10(4), 1147-1172.

Ferreira, F. P. M. (2014). Crianças e adolescentes em abrigos: uma regionalização para Minas Gerais. Serviço Social & Sociedade, 117, 142-168. doi 10.1590/S0101-66282014000100009.

Fonseca, C. W. (1987). O internato do pobre: Febem e a organização doméstica em um grupo Porto-alegrense de baixa renda. Temas IMESC, 4(1), 21-39.

Goering, E. S., & Shaw, V. T. (2017). Foster care reentry: A survival analysis assessing differences across permanency type. Child Abuse & Neglect, 68 (1), 36-43. doi 10.1016/j.chiabu.2017.03.005

Iannelli, A. M., Assis, S. G., & Pinto, L. W. (2015). Reintegração familiar de crianças e adolescentes em acolhimento institucional em municípios brasileiros de diferentes portes populacionais. Ciência e Saúde Coletiva, 20(1), 39-48. doi 10.1590/1413-81232014201.19872013.

Maluccio, A. N., Warsh, R., & Pine, B. (1993). Rethinking family reunification after foster care. Community Alternatives: International Journal of Family Care, 5(2), 1-17.

Moré, C. L. O., & Sperancetta, A. (2010). Práticas de pais sociais em instituições de acolhimento de crianças e adolescentes. Psicologia & Sociedade, 22(3), 519-528.

Moreira, T., & Paiva, I. (2015). Atuação do psicólogo nos serviços de acolhimento institucional de crianças e adolescentes. Psicologia em Estudo, 20(3), 507-517.

Pine, B., Spath, R., & Gosteli, S. (2005). Defining and achieving family reunification. In: G. P. Mallon, & P. M. Hess (Eds.), Child welfare for the twenty-first century: A handbook of practices, policies and programs (pp. 378- 391). NY: Columbia University Press.

Rizzini, I. & Rizzini, I. (2004). A institucionalização de crianças no Brasil: Percurso histórico e desafios do presente. Rio de Janeiro: Ed PUC-Rio; São Paulo: Loyola.

Rocha, G. V. M., & Carvalho, E, G. (2014). Estratégias para avaliação de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional: Reflexões a partir de um levantamento com vítimas de maus tratos e abandono. In: L. C. de A. William, & L. F. Habigzang (Orgs), Crianças e adolescentes vítimas de violência: Prevenção, avaliação e intervenção (pp. 144-159). Curitiba: Editora Juruá.

Rocha, P. J., Arpini, D. M., & Savegnago, S. D. (2015a). Acolhimento institucional: percepções de familiares que o vivenciaram. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 67(1), 99-114.

Rocha, P. J., Arpini, D. M., & Savegnago, S. O. (2015b). Significados Atribuídos por Mães Acerca do Acolhimento Institucional, Reintegração e Rede de Atendimento. Psicologia: Ciência e Profissão, 35 (1), 111-124.

Rosa, E. M., Nascimento, C. R., Matos, R. J., & Santos, R. J. (2012). O processo de desligamento de adolescentes em acolhimento institucional. Estudos de Psicologia, 17(3), 361-368.

Rossetti-Ferreira, M. C., Sólon, L. A. G., & Almeida, Y. G. (2010). A delicada arte da conversa e da escuta. In: D. C. F. Bernardi (Org.), Cada caso é um caso: estudos de caso, projetos de atendimento (pp. 61-73). São Paulo: Associação Fazendo História.

Silva, M. L., & Arpini, D. M. (2013). A nova lei nacional de adoção: Desafios para a reinserção familiar. Psicologia em Estudo, 18(1), 125-135. doi 10.1590/S1413-73722013000100013.

Siqueira, A. C., & Dell'Aglio, D. D. (2007). Retornando para a Família de Origem: Fatores de risco e proteção no Processo de Reinserção de uma Adolescente Institucionalizada. Journal of Human Growth and Development, 17(3), 134-146. doi 10.7322/jhgd.19855.

Siqueira, A. C., Massignan, L. T., & Dell’Aglio, D. D. (2011). Reinserção familiar de adolescentes: Processos malsucedidos. Paidéia, 21(50), 383-391. doi 10.1590/S0103-863X2011000300011.

Siqueira, A. C., Zoltowski, A. P., Giordani, J. P., Otero, T. M., & Dell’Aglio, D.D. (2010). Processo de reinserção familiar: estudo de casos de adolescentes que viveram em instituição de abrigo. Estudos de Psicologia, 15(1), 07-15. doi 10.1590/S1413-294X2010000100002.

Publicado
2019-11-21
Como Citar
Siqueira, A. C., Scott, J. B., & Schmitt, F. M. (2019). REINSERÇÃO FAMILIAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM TRÊS ESTADOS BRASILEIROS. Psicologia Em Estudo, 24. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v24i0.41565
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus