POLÍTICAS DE RESISTÊNCIA PELO ENCANTAR: O BRINCAR NA CULTURA POPULAR

  • Andressa Urtiga Moreira Universidade de Brasília
  • Daniele Nunes Henrique Silva Universidade de Brasília

Résumé

Historicamente, a psicologia do desenvolvimento tem privilegiado o brincar na infância, contudo temos advogado que o brincar é uma atividade ontológica que se estende ao longo de toda a vida. Assim, no presente artigo, discutimos a brincadeira no contexto da cultura popular, tendo como recorte sujeitos adultos que se autodenominam brincantes. Por essa via, investigamos a construção de sentidos na e da constituição dos/as brincantes à luz da psicologia histórico-cultural, proposta por Lev Vigotski. Recorremos, também, aos estudos de Mikhail Bakhtin acerca da cultura popular, discutindo o brincar como uma atividade situada no entrever entre arte e vida. Ademais, evidenciamos e refletimos sobre algumas narrativas de brincantes, focalizando o caráter de resistência da cultura popular por uma lógica peculiar: a do encantamento. Enfatizamos, por fim, a necessidade política de reconfiguração das noções ainda vigentes sobre o brincar, a partir de um olhar mais sensível às expressões populares e à própria constituição humana.

 

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Bibliographies de l'auteur

Andressa Urtiga Moreira, Universidade de Brasília

Mestra pelo Instituto de Psicologia (UnB) na linha de desenvolvimento humano e cultura. Graduada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília. Artista e arte-educadora pela Secretaria de Educação do Distrito Federal, atuante na Educação de Jovens e Adultos.

Daniele Nunes Henrique Silva, Universidade de Brasília
Mestra e doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento e do Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, Brasil.

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Publiée
2016-05-25
Comment citer
Moreira, A. U., & Silva, D. N. H. (2016). POLÍTICAS DE RESISTÊNCIA PELO ENCANTAR: O BRINCAR NA CULTURA POPULAR. Psicologia Em Estudo, 20(4), 687-698. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v20i4.29012
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