CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS CRÍTICAS ENDEREÇADAS AO LACANISMO EM O ANTI-ÉDIPO
Resumo
Abordamos nesse artigo as críticas que Gilles Deleuze e Félix Guattari dirigem ao lacanismo em O Anti-Édipo. Analisamos as particularidades teórico-conceituais desse embate com base em um itinerário metodológico composto por dois procedimentos interligados. O primeiro consiste na identificação dos autores, das obras e dos conteúdos visados por Deleuze e Guattari. Esta ação tem cunho propedêutico, pois permite delimitar os campos temáticos a partir dos quais as maquinações antiedipianas se conectam com algumas versões do ensino de Lacan. No segundo procedimento, vinculado ao anterior, avaliamos esses temas em consonância com os contextos argumentativos nos quais são trabalhados. Mostramos como os embates desenvolvidos nas fronteiras entre a psicanálise, a linguística e a antropologia se articulam ao gesto deleuzo-guattariano que reabilita a função do Real nos âmbitos analítico, do desejo e da produção. Para tanto, investigamos alguns livros escritos em uma época ainda fortemente influenciada pelo programa estruturalista. Constatamos que essas obras são criticadas em O Anti-Édipo por reduzirem o inconsciente à dimensão estrutural-simbólica.
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