SATISFAÇÃO DE VIDA E APOSENTADORIA: UM ESTUDO COM MÉTODOS MISTOS
Résumé
Apesar da qualidade e relevância dos estudos desenvolvidos a partir do uso dos métodos de pesquisa qualitativo e quantitativo, a utilização combinada dos dois métodos surge como uma possibilidade de compensação das fraquezas de cada um deles, gerando complementariedade na análise, descrição e interpretação dos dados. O presente artigo, cujo objetivo foi abordar o tema satisfação de vida na aposentadoria, por meio da utilização do método misto sequencial explanatório, foi realizado com 89 aposentados de uma empresa multinacional, cuja filial no Brasil está localizada na cidade de Curitiba/PR. Para a coleta dos dados quantitativos foi utilizado um questionário biossociodemográfico e de carreira, seguido pela aplicação da escala de satisfação de vida. Para o levantamento dos dados qualitativos foi realizada uma entrevista semiestruturada com a aplicação da técnica da trajetória socioprofissional adaptada pelos autores para os propósitos desta pesquisa. Para a análise dos dados foram utilizadas técnicas de estatística descritiva e inferencial, na etapa quantitativa enquanto que na qualitativa, os conteúdos foram compreendidos e classificados pela utilização da análise de conteúdo. Os resultados apontaram que houve divergências no uso dos métodos quantitativo e qualitativo tanto no que se refere à influência da participação no programa de preparação na satisfação de vida quanto em relação à voluntariedade/involuntariedade da decisão. Houve diferenças também nos níveis de satisfação de vida de acordo com os motivos pelos quais as pessoas retornavam ao trabalho após a aposentadoria. A utilização do método misto propiciou melhor exploração dos dados coletados, o que enriqueceu a análise dos resultados.
Téléchargements
Références
Abbad, G., Puente-Palacios, K., & Gondim, S. M. G. (2014). Abordagens
metodológicas em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Revista Brasileira de Psicologia, 1(2), 71-78.
Amorim, S. M., França, L. H. F P. & Valentini, F. (2017). Predictors of happiness among retired from urban and rural areas in Brazil. Psicologia: Reflexão e Crítica, 30 (2), doi 10.1186/s41155-016-0055-3
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Boehs, S. T. M., Medina, P. F., Bardagi, M. P, Luna, I. N., & Silva, N. (2017). Revisão da Literatura latino-americana sobre Aposentadoria e Trabalho: Perspectivas Psicológicas. Revista Psicologia, Organizações e Trabalho, 17(1), 1-9. doi: 10.17652/rpot/2017.1.11598
Creswell, J. W. (2007). Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto (2ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
Creswell, J. W, & Palo Clarck, V. L. (2013). Pesquisa de Métodos Mistos. (2ª ed.). Porto Alegre: Penso.
Diener, E., Emmons, R., Larsen, J., & Griffin, S. (1985). The Satisfaction With Life Scale. Journal of Personality Assessment, 49(1), 71-75.
Dingemans, E., & Henkens, K. (2014). Involuntary retirement, bridge employment, and satisfaction with life: A longitudinal investigation. Journal of organizational Behavior, 35 (4), 575-591. doi: 10.1002/job.1914
Fontoura, D. S., Doll, J., & Oliveira, S. N. (2015). O Desafio de Aposentar-se no Mundo Contemporâneo. Educ. Real, 40 (1). doi: 10.1590/2175-623645774
França, L. H. F. P., Nalin, C. P., Siqueira-Brito, A. R., Amorim, S. M., Canella Filho, T. R., & Ekman, N. C. A. (2014). A percepção dos gestores brasileiros sobre os programas de preparação para a aposentadoria. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 19(3), 879-898.
Gaulejac, V. (2014). A neurose de classe: trajetória social e conflitos de identidade. São Paulo: Via Lettera.
Gehlen, G. C., & Lima, M. A. D. S. (2013). Nursing work in care practice at Emergency Care Units in Porto Alegre/RS. Investigación y Educaciónen Enfermería, 31(1), 26-35.
Hershey, D. A., & Henkens, K. (2013). Impact of Different Types of Retirement Transitions on Perceived Satisfaction with Life. The Gerontologist, 54(2), 232–244. doi: 10.1093/geront/gnt006
Heybroek, L., Haynes, M., & Baxter, J. (2015). Life satisfaction and retirement in Australia: a longitudinal approach. Work, Aging and Retirement, 1(2), 166–180. doi: 10.1093/workar/wav006.
Krawulski, E., Boehs, S. T. M., Cruz, K. O. & Medina, P. F. (2017). Docência voluntária na aposentadoria: transição entre o trabalho e o não trabalho. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 19(1), 55-66. doi: 10.15348/1980-6906/psicologia.v19n1p55-66.
Madeiro, A. P., & Diniz, D. (2016). Serviços de aborto legal no Brasil – um estudo nacional. Ciência & Saúde Coletiva, 21(2), 563-572. doi: 10.1590/1413-81232015212.10352015
Menezes, G. S., & França, L. H. (2012). Preditores da decisão da aposentadoria por servidores públicos federais. Revista Psicologia Ciência e Profissão, 12(3), 315-328.
Murta, S. G., Abreu, S., Leandro-França, C., Pedralho, M., Seidl, J., Lira, N. de P. M., Gunther, I. de A. (2014). Preparação para a aposentadoria: implantação e avaliação do programa viva mais!. Psicologia: Reflexão e Crítica, 27(1), 01-09. doi: 10.1590/S0102-79722014000100001
Pundt, L. M., Wöhrmann, A. M., Deller, W. J., & Shultz, K. S. (2015).
Differential predictors of post-retirement life and work satisfaction. Journal of Managerial Psychology, 30 (2), 216 – 231. doi: 10.1108/JMP-08-2012-0250
Quine, S., Wells, Y. De Vaus, D., & Kendig, H. (2007).When choice in retirement decision is missing: Qualitative and quantitative findings of impact on well-being. Australasian Journal on Ageing, 26 (4), 173–179. doi: 10.1111/j.1741-6612.2007.00251.x
Shultz, K. S., & Wang, M. (2011). Psychological Perspectives on the Changing Nature Of Retirement.American Psychologist, 66(3), 170-179. doi: 10.1037/a0022411
Tonetto, A. M., Amazarray, M. R., Koller, S. H., & Gomes, W. B. (2008). Psicologia organizacional e do trabalho no Brasil: Desenvolvimento científico contemporâneo. Psicologia e Sociedade, 20 (2), 155-164. doi: 10.1590/S0102-71822008000200003
Ulrich L., & Brott, P. (2005). Older workers and bridge employment: redefining retirement. Journal of employment counseling. 42(4), 159-170. doi: 10.1002/j.2161-1920.2005.tb01087.x
Vasconcelos, G. M. R. (2014). Métodos mistos e análise de relacionamentos de negócios. Revista Pretexto 15(3), 74-89. doi: 10.21714/pretexto.v15i3.2274
Vasconcellos, V. C., Borges-Andrade, J. E., Porto, J. B., & Fonseca, A. M. de O. (2016). Carreira nas organizações: revisão da produção brasileira no âmbito do micro comportamento organizacional. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 16(1), 73-87. doi: 10.17652/rpot/2016.1.375
Wang, M., Henkens, K., & van Solinge, H. (2011). Retirement adjustment: A review of Theoretical and empirical advancements. American Psychologist, 66, 204-213. doi: 10.1037/a0022414
Wang, M., & Shultz, K. S. (2010). Employee retirement: A review and
recommendations for future investigations. Journal of Management, 36, 172–206. doi:10.1177/0149206309347957
Yeung, D. Y. & Zhou, X. (2017). Planning for Retirement: Longitudinal Effect on Retirement Resources and Post-retirement Well-being. Frontiers in Psychology, 8, 1-14. doi: 10.3389/fpsyg.2017.01300
Zanon, C., Bardagi, M., Layous, K., & Hutz, C. S. (2014). Validation of the Satisfaction with Life Sacale to Brazilians: Evidences of measurement non invariance across Brazil and US. Social Indicators Research, 114 (2), 1-11. doi: 10.1007/s11205-013-0478-5
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.