MADELEINE E MEDEIA: MULHERES ALÉM DA MATERNIDADE
Résumé
No texto ‘A juventude de Gide’, Lacan (1998a) compara Madeleine Gide, em seu ato de queimar as cartas de seu marido, André Gide, a Medeia. Este ato será definido como o ato de uma verdadeira mulher. Interessa-nos ler este breve comentário, buscando extrair dele o ponto a partir do qual Lacan define a mulher. Nossa hipótese é que seu ponto de partida não é o gênero mas antes o ato desmedido presente em uma e outra. Para a psicanálise, a sexualidade é sempre da ordem de um enigma para o neurótico. Freud refere-se à mulher como um continente negro e confessa que sua lente edípica e fálica não é suficiente para responder aos mistérios do feminino. Esta chave de leitura o conduz à conclusão de que a maternidade é a realização da feminilidade, por excelência. Para Lacan, a verdadeira mulher se situa na dissociação entre a mãe e a mulher. A partir da leitura de Miller, acerca de Madeleine e Medeia, propomos interrogar qual a relação entre o ato desmedido de uma e de outra mulher. Para tanto, abordaremos uma a uma.
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Références
Lacan, J. (1998a). A juventude de Gide. In.: V. Ribeiro (Trad.), Escritos. (pp. 749 – 775). Rio de Janeiro: Zahar. (Publicado originalmente em 1958).
Laia, S. (2015). O que Medeia nos ensina sobre as mães, hoje? Curinga, 40, 23-34.
Leguil, C. (2015). Sur le genre des femmes selon Lacan. C. Leguil e F. Fajnwaks. (Org.) Subversion lacanienne des théories du genre. (pp. 47-86) Paris: Edition Michèle.
Martinho, M. H. (2007) André Gide, entre amor, desejo e gozo. Stylus, 14, 27-38
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