HIPNOSE ERICKSONIANA E ESTÉTICA DE CHARLES PEIRCE: SENTIMENTO, MUSEMENT E RECONFIGURAÇÃO TERAPÊUTICA
Abstract
O presente trabalho busca discutir as relações entre a hipnose ericksoniana e a estética de Charles S. Peirce (1839-1914) para compreender o papel do sentimento e admiração estética presente nos processos hipnoterápicos e sua relação com as reconfigurações terapêuticas. Com esse intuito, são apresentados os conceitos básicos da obra de Peirce, como signo, semiose e hábito, suas categorias fenomenológicas e como a estética se situa perante as demais Ciências Normativas. São introduzidas, brevemente, a figura de Milton H. Erickson (1901-1980) e as características de sua prática que embasam a abordagem de hipnose ericksoniana. Em seguida, são apresentados dois casos de Milton Erickson para ilustração do desenvolvimento teórico. É apresentado o modo como a comunicação hipnótica promove um contexto favorável à admiração estética e ao musement pela experiência de transe e como pode restringir a influência de processos racionais sobre as interações em andamento. Ao explorar o papel do sentimento nas reconfigurações terapêuticas dos casos, discute-se o processo de formação dos hábitos de sentimento enquanto ideais estéticas que direcionam a reconfiguração do autocontrole, que, por consequência, forma e sustenta novos hábitos de conduta. Por último, são desenvolvidos os aspectos de drama e questões existenciais que surgem em meio à análise dos casos e possíveis implicações teóricas caso consideradas dimensões constitutivas do sujeito.
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