DOM QUIXOTE: UM CAVALEIRO ROMÂNTICO
Resumo
Estudar a História, segundo Bloch (1886-1944), é fundamental para a humanidade não perder sua memória. Bosi (2014) aponta que a Arte e a História andam juntas, principalmente a Literatura, por condensar os maiores ímpetos, carências e conflitos de sua época. Logo, o contexto histórico é essencial para a compreensão de uma obra literária, e assim, a própria obra de arte se torna um documento de seu tempo, podendo ser fonte de investigação histórica. Cervantes, em sua obra Dom Quixote, escrito em 1605 e 1615, apresenta carências e excessos do homem que, há pouco medieval, inaugurava os tempos modernos. Constatou-se que através do anacronismo do protagonista, Cervantes constrói e desconstrói, por meio de seu herói, uma via de mão dupla: paródia e ode. Dialogando com as novelas de cavalaria, faz paródia das mesmas, mas ode a certas características medievais já esquecidas. Dom Quixote representa o próprio espírito romântico: inspirando-se no medievo, com saudosismo, é um anti-herói pecando por ser humano, demasiadamente humano, e por isso expressa as fragilidades da condição do homem, sendo inadequado para a realidade que, todavia, resiste e luta pelo seu ideal – é aí que está seu heroísmo e o agente transformador da realidade: o impulso da vontade.
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Referências
ANDERY, M. A. et al. Para compreender a Ciência: Uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Garamond, 2012, 436 p.
BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história, ou, O ofício de historiador. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Ed. 2001, 160 p.
BOSI, Alfredo. Entre a literatura e a história. São Paulo: Editora 34, 2013.
CERVANTES, Miguel de. Dom Quixote de La Mancha. Trad. Viscondes de C. A. Parte I. São Paulo: Martin Claret, 2007. 2 partes.
KUNDERA, Milan. A Arte do Romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, 153 p.
LUKÁCS, Georg. A Teoria do Romance. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000, 240 p.
MARTORELL, Joanot. Tirant lo Blanc. São Paulo: Giordano, 2004, 856 p.
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