OS FUNDAMENTOS HUMANISTAS QUE SUSTENTAM O NOME ‘EDUCAÇÃO INTEGRAL’ NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS

Resumo

O presente trabalho, embasado numa perspectiva Pós-Estruturalista e Pós-Fundacionista (LOPES, 2013; VEIGA-NETO, 2012), utiliza-se da Teoria do Discurso, de Ernesto Laclau (LACLAU, 2011), para problematizar os fundamentos que sustentam o ‘nome’ (CUNHA; LOPES, 2013) Educação Integral no bojo de políticas públicas educacionais de educação em tempo integral e/ou, mesmo, parcial. Para esta finalidade, a investigação, de cunho bibliográfico, apresenta uma reflexão sobre três visões sociais de mundo (Conservadora, Liberal e Socialista) para desbravar estes fundamentos, entendendo, numa perspectiva derridiana, a necessidade de “deslocá-los, voltá-los contra seus pressupostos” (DERRIDA, 2001, p. 30). Aposta esta que oportunizou identificar cadeias de articulação discursivas que se associam a uma visão humanista de educação na qual a ‘integralidade’ que nela habita contemplaria uma formação humana mais completa (COELHO, 2009), comum às três matrizes ideológicas analisadas – evidenciando, portanto, um fundamento de unicidade na forma de compreender o ser humano pela impossibilidade de pluralização das diferentes formas de ser ‘humano’ (XIMENES, 2000); de busca, fantasmática (GLYNOS; HOWARTH, 2018), pelo seu desenvolvimento em totalidade atrelado à falta constitutiva que a teoria lacaniana aponta e a necessidade de produzir este ‘fechamento’; e, ainda, de atribuição à educação a possibilidade de “salvação” que, supostamente, daria conta do ‘caos’ social existente e dos processos de fragmentação impostos (CAVALIERE, 2009), entretanto, revelando, discursivamente, um humanismo não humano (BIESTA, 2017) que, diretamente, vem ancorando o nome Educação Integral em políticas e práticas, imbricadas, num tempo parcial ou ampliado.

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Biografia do Autor

Marcio Bernardino Sirino, Universidade Castelo Branco

Professor da Universidade Castelo Branco (UCB); Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ); Mestre em Educação (UNIRIO); Especialista em Gestão da Educação Pública (UNIFESP); Especialista em Alfabetização dos Estudantes das Classes Populares (UFF/Angra dos Reis); Pedagogo (UCB); Gestor, Pesquisador e Tutor em EaD do Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensão Fora da Sala de Aula (FFP/UERJ); Líder do Coletivo de Leituras e Investigações em Pedagogia Social (CLIPS/UCB); Membro do Núcleo de Estudos – Tempos, Espaços e Educação Integral (NEEPHI/UNIRIO) e Integrante do Grupo de Pesquisa Currículo: conhecimento & cultura (UERJ). E-mail: pedagogomarcio@gmail.com.

Arthur Vianna Ferreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Professor efetivo do PPGEdu (Programa de Pós-Graduação em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais) da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). Professor Adjunto do Departamento de Educação da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). Doutor em Educação: Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Coordenador do Laboratório de Pesquisas e Produtos Pedagógicos para/com Educadores Sociais – LaPPes – UERJ e do Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensão Fora da Sala de Aula, registrado na PR2 e PR3 da UERJ/FFP. E-mail: arthuruerjffp@gmail.com.

Publicado
2021-09-03
Como Citar
Bernardino Sirino, M., & Vianna Ferreira, A. (2021). OS FUNDAMENTOS HUMANISTAS QUE SUSTENTAM O NOME ‘EDUCAÇÃO INTEGRAL’ NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS. Notandum, (57), 163-179. https://doi.org/10.4025/notandum.vi57.57641